domingo, 28 de dezembro de 2014

GIG FEMINISTA EM REPÚDIO AO GOLPE DE 1964! BANDA BERTHA LUTZ/5ª VELADA LIBERTÁRIA-IHG



5ª VELADA LIBERTÁRIA - APRESENTAÇÃO DA BANDA BERTHA LUTZ
Sábado, dia 27/12/2014, foi realizada a 5ª Velada Libertária-IHG/Gig feminista em repúdio ao golpe de 1964 - 50 anos! Abaixo a ditadura! Apresentação da banda feminista de Hardcore Bertha Lutz.
Foi feito tributo às mulheres mortas e desaparecidas políticas durante a ditadura militar (1964-1985): presentes na luta!
Fotos/Arquivo: IHG de Direitos Humanos e Cidadania





segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

5ª VELADA LIBERTÁRIA-IHG: APRESENTAÇÃO DA BANDA BERTHA LUTZ

5ª VELADA LIBERTÁRIA-IHG
Gig feminista em repúdio ao golpe de 1964 - 50 anos! Abaixo a ditadura! 

APRESENTAÇÃO DA BANDA BERTHA LUTZ

*Sábado, dia 27/12/2014, às 17h (em ponto).
Local: Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania (IHG)
- Rua Hermilo Alves, nº290, Bairro Santa Tereza - BH/MG 


*Entrada franca!
Nazi/fascistas, racistas, machistas, homofóbicos, 
lesbofóbicos e transfóbicos NÃO PASSARÃO!

*Tributo às mortas e desaparecidas políticas 
durante a ditadura militar (1964-1985): 
1-   LABIBE ELIAS ABDUCH – morta/1964
2-   CATARINA HELENA ABI-EÇAB – morta/1968
3-   ALCERI MARIA GOMES DA SILVA – morta/1970
4-   HELENY TELLES FERREIRA GUARIBA – desaparecida /1971
5-   IARA IAVELBERG – morta/1971
6-   MARILENA VILLAS BOAS PINTO – morta/1971
7-   ANA MARIA NACINOVIC CORRÊA – morta /1972
8-   AURORA MARIA NASCIMENTO FURTADO (LOLA) – morta/1972
9-   ESMERALDINA CARVALHO CUNHA – morta/1972
10- HELENIRA REZENDE DE SOUZA NAZARETH (PRETA, FÁTIMA) – desaparecida/1972
11- ISIS DIAS DE OLIVEIRA – desaparecida/1972
12- LÍGIA MARIA SALGADO NÓBREGA – morta/1972
13- LOURDES MARIA WANDERLEY PONTES – morta/1972
14- MARIA LÚCIA PETIT DA SIVA – desaparecida/1972
15- MARIA REGINA LOBO LEITE DE FIGUEIREDO – morta/1972
16- ANATALIA DE SOUZA MELO ALVES – morta/1973
17- LÚCIA MARIA DE SOUZA (SÔNIA) – desaparecida/1973
18- MARIA AUGUSTA THOMAZ – desaparecida/1973
19- PAULINE REICHSTUL – morta/1973
20- RANÚSIA ALVES RODRIGUES – morta/1973
21- SOLEDAD BARRET VIEDMA (VIEJITA) – morta/1973
22- SÔNIA MARIA LOPES DE MORAES ANGEL JONES –morta/1973
23- ANA ROSA KUCINSKI SILVA – desaparecida/1974
24- ÁUREA ELISA PEREIRA VALADÃO ( ELISA) – desaparecida/1964
25- DINAELZA SOARES SANTANA COQUEIRO (MARIA DINA) – desaparecida/1974
26- DINALVA OLIVEIRA TEIXEIRA (DINA) - desaparecida/1974
27- IEDA SANTOS DELGADO – desaparecida/1974
28- JANA MORONI BARROSO (CRISTINA) – desaparecida/1974
29- JANE VANINI – desaparecida no Chile/ 1974 
30- LUIZA AUGUSTA GARLIPPE (TUCA) – desaparecida/1974
31- MARIA CÉLIA CORRÊA (ROSINHA) – desaparecida/1974 
32- SUELY YUMIKO KANAYAMA (CHICA) – desaparecida/1974
33- TELMA REGINA CORDEIRO CORRÊA (LIA) -desaparecida/ 1974
34- WALQUÍRIA AFONSO COSTA (WAL) – desaparecida/1974
35- MARIA AUXILIADORA LARA BARCELLOS – morta no exílio/1976 
36- MARIA REGINA MARCONDES PINTO – desaparecida na Argentina/1976 
37- NEIDE ALVES DOS SANTOS – morta/1976
38- ZULEIKA ANGEL JONES (ZUZU ANGEL) – morta/1976
39- CARMEN JACOMINI – morta no exílio/1977
40- THEREZINHA VIANA DE ASSIS – morta no exílio/1978 
41- LILIANA INÉS GOLDEMBERG – morta/1980 
42- LYDA MONTEIRO DA SILVA – morta/1980
43- MÔNICA SUZANA PINUS DE BINSTOCK – desaparecida/1980
44- SOLANGE LOURENÇO GOMES – morta/1982
45- MARGARIDA MARIA ALVES – morta/1983
46 - ELIANE MARTINS – morta/1963
47- MARIA ÂNGELA RIBEIRO – morta/1968
48- GASTONE LÚCIA TAVARES BELTRÃO – morta/1972
49- GEROSINA SILVA PEREIRA – morta no exílio/1978
50- ÍRIS AMARAL – morta/1972

51- NILDA CARVALHO CUNHA - morta/1971

Realização: IHG
Apoio/participação: Coletivo Nada Frágil 
e Bertha Lutz (hardcore feminista) 

VELADA LIBERTÁRIA - IHG: atividade cultural contra-hegemônica e anticapitalista - de cunho social e político - em repúdio à indústria cultural. É realizada anualmente de forma autogestionária, autônoma e independente com relação aos governos, ao Estado, aos patrões e empresas.

Evento em rede social: 

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

ATO PÚBLICO EM REPÚDIO AO GOLPE DE 1964 REALIZADO NO DIA INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS


REALIZADO O ATO PÚBLICO EM REPÚDIO 
AO GOLPE DE 1964 - 50 ANOS!


Ontem, dia 10 de dezembro de 2014, Dia Internacional de Direitos Humanos, foi realizado o ATO PÚBLICO EM REPÚDIO AO GOLPE MILITAR – 50 ANOS! ABAIXO A DITADURA! O ato aconteceu no SINDADOS (Belo Horizonte-MG) e foi convocado pela Frente Independente pela Memória, Verdade e Justiça de Minas Gerais. Participaram da mesa de debates:

• Amelinha Teles (SP) – Presa política durante a ditadura – Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos e União de Mulheres de São Paulo;

• Cristina Baroni e Rose (RJ) – Comissão dos Pais e Familiares dos Presos Políticos do Rio de Janeiro;

• Nilcéa Moraleida – Presa política durante a ditadura – Frente Independente pela Memória, Verdade e Justiça de Minas Gerais.

Os painéis apresentados fizeram a ligação da luta contra a ditadura com a luta contra a repressão nos dias de hoje. Destacou-se a continuidade da luta contra o Estado de exceção permanente que se abate sobre o movimento operário e popular e as classes exploradas e oprimidas.

Além disso, houve duas intervenções especiais:

• Foi feita a denúncia do assassinato de Cleomar Rodrigues de Almeida, coordenador da LCP do Norte de Minas e Sul da Bahia, executado pelo latifúndio no dia 22/10/2014, em Pedra de Maria da Cruz-MG, tocaiado por pistoleiros a soldo dos latifundiários da região;

• O CAFCA prestou tributo aos 49 estudantes da Escola de Magistério de Ayotzinapa, executados em ação conjunta da polícia e do narcotráfico locais, a mando do então prefeito de Iguala, com a conivência do presidente Enrique Peña Nieto.

Houve participação e intervenções de estudantes e presos políticos durante a ditadura. A companheira Mariele, estudante de História da UFMG, fez contundente denúncia da burocracia universitária que aplica os mesmos métodos da ditadura militar contra as lutas legítimas dos estudantes.

Estiveram presentes vários movimentos, entidades e organizações políticas: Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania, SINDADOS, SINTECT, CRESS, CAFCA, Juventude às Ruas, Pão e Rosas, LER-QI, MEPR, MOCLATE, Jornal A Nova Democracia, MFP, LCP, Liga Operária, PCB, PCO, entre outros.

Agradecemos a todas e todos que compareceram.
Texto/fotos - Arquivo: IHG
 de Direitos Humanos e Cidadania





Exibição do filme “Viúvas – Performance Sobre a Ausência” e bate-papo sobre o trabalho do Ói Nóis Aqui Traveiz, de Porto Alegre/RS.




























Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz e IHG convidam:

Exibição do filme “Viúvas – Performance Sobre a Ausência” 
e bate-papo sobre o trabalho do Ói Nóis Aqui Traveiz, de Porto Alegre/RS.

*Sábado, dia 13/ dezembro/2014, às 17horas
*Local: Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania (IHG)
- Rua Hermilo Alves, nº290, Bairro Santa Tereza - Belo Horizonte/MG

*Realização:
Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz e Associação dos Amigos Terreira da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz

*Apoio/Divulgação: IHG

*Sinopse:


O filme “Viúvas, performance sobre a ausência” mostra a encenação homônima realizada na Ilha do Presídio - situada entre as cidades de Porto Alegre e Guaíba - nas ruínas do presídio onde foram encarcerados presos políticos no período da ditadura civil militar no Brasil. O espetáculo faz parte da pesquisa teatral que o grupo vem realizando sobre o imaginário latino-americano e sua história recente. Partindo do texto Viúvas de Ariel Dorfman e Tony Kushner, a Tribo dá continuidade à sua investigação da cena ritual, dentro da vertente do Teatro de Vivência. “Viúvas” mostra mulheres que lutam pelo direito de saber onde estão os homens que desapareceram ou foram mortos pela ditadura civil militar que se instalou em seu país. É uma alegoria sobre o que aconteceu nas últimas décadas na América Latina, e a necessidade de manter viva a memória deste tempo de horror, para que não volte mais a acontecer.

Fonte: http://www.oinoisaquitraveiz.com.br/2014/12/mostra-conexoes-para-uma-arte-publica_5.html

A exibição do filme “Viúvas – Performance Sobre a Ausência”
faz parte da programação da "Mostra Conexões para uma Arte Pública", que acontece de 09 a 14 de dezembro/2014, em vários espaços de Belo Horizonte.

Mais informações: 
http://www.oinoisaquitraveiz.com.br/

https://www.facebook.com/events/301020423439558/?pnref=lhc.recent

O Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania (IHG) agradece a Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz pela proposta da atividade.

ABAIXO A DITADURA! ABAIXO A REPRESSÃO!
Pelo direito à memória, à verdade e à justiça!


Evento em rede social: 

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Nota da Frente Independente pela Memória, Verdade e Justiça - 10/12/2014

TOTAL REPÚDIO AO GOLPE DE 1964 - 50 ANOS! ABAIXO A DITADURA! BELO HORIZONTE, 10 DE DEZEMBRO DE 2014 – DIA INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS

            Aos 66 anos da Declaração de Direitos Humanos (1948), o Brasil continua a ocupar a posição de um dos maiores violadores de direitos humanos do mundo.  O ano de 2014 marca o cinquentenário do golpe que submeteu o país a 21 anos (1964- 1985) de ditadura sangrenta, referência para todas as ditaduras instaladas no Cone Sul da América Latina durante as décadas de 1960 e 1970. Estes 21 longos anos foram sucedidos por 29 anos de transição conservadora, pactuada e sem ruptura, muito longe de qualquer perspectiva de desenlace.

                O continuísmo do chamado Estado democrático de direito – que se seguiu à ditadura militar - em relação a este processo é evidente. Seu caráter de classe é o mesmíssimo da ditadura e da transição: o projeto burguês de aceleração da acumulação capitalista/aumento exponencial da exploração e opressão. Na prática, trata-se de um Estado de exceção permanente que se abate sobre os trabalhadores e o povo.   Este Estado foi urdido nas entranhas da ditadura militar pelo mesmo bloco reacionário que a concebeu e concretizou, o qual não se desfez: a burguesia associada ao capital multinacional e ao imperialismo estadunidense, as Forças Armadas, os latifundiários, os donos do aparato midiático, a Igreja Católica enquanto instituição, a ortodoxia cristã.  Daí a manutenção de sua essência: a lógica da Doutrina de Segurança Nacional, ou seja, o terror de Estado.

                Os governos constituídos a partir de 1985 reforçaram tal terror de Estado formatado pela ditadura militar. Este parece estar agora definitivamente consolidado sob a gerência do governo federal Dilma Rousseff (PT, PMDB, PCdoB), do governo estadual de Minas Gerais Alberto Pinto Coelho/Anastasia/Aécio (PSDB), do governo municipal de Belo Horizonte Márcio Lacerda (PSB) e dos demais governos estaduais e municipais do país.  Cinquenta anos depois do golpe militar – e mais de dois anos depois da instalação da Comissão Nacional da Verdade – honra-se ainda o pacto com os militares e os empresários O aparato repressivo se mantém ativo; a questão dos mortos e desaparecidos não foi sequer equacionada; os arquivos da repressão não foram abertos; a tortura, os assassinatos e desaparecimentos políticos, adotados como política de Estado pela ditadura,  permanecem como tal e continuam impunes.

 Em maio de 2010, esta impunidade foi institucionalizada: o Supremo Tribunal Federal confirmou a tese dos militares ao decretar a blindagem daqueles que torturaram, estupraram, mataram, esquartejaram e ocultaram cadáveres de presos políticos. Ficou sacramentado que eles não são passiveis de punição.  O Estado brasileiro, assim, anistiou crimes contra a humanidade, os quais, por definição, são imprescritíveis, inafiançáveis e inanistiáveis.   No início de dezembro de 2014, a Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH) da Organização dos Estados Americanos notificou o Estado brasileiro pelo não cumprimento das determinações a que foi condenado em sentença de 2010. A Corte IDH acusa o Brasil de “perpetuar a impunidade”: as principais providências cobradas são a localização dos desaparecidos e a retirada dos obstáculos à responsabilização penal dos torturadores e assassinos de presos políticos – inclusive a Lei de Anistia. A cifra dos torturados nos porões da ditadura passa dos 40 mil. Não sabemos o número real dos mortos e desparecidos – certamente superior aos 435 nomes consolidados - uma vez que os arquivos continuam fechados.  Além disso, não foram contabilizadas grande parte dos camponeses, trabalhadores rurais e a totalidade dos indígenas chacinados aos milhares pelo Estado e o latifúndio.  A lista dos torturadores nomeados por presos políticos[1] - a mais completa, mas ainda não exaustiva – contém 444 nomes.  Trata-se de cadeia de comando. Assim sendo, todos que dela participaram ou com ela colaboraram têm também que ser nomeados, responsabilizados e punidos.

                A cultura da mentira organizada, garantia do silêncio sobre os crimes contra a humanidade praticados pela ditadura, é elemento constitutivo também do Estado de exceção permanente em vigor. Ocultaram-se os crimes da ditadura, ocultam-se os crimes do tal Estado democrático de direito, tão repressor quanto a ditadura que o engendrou. Está instalada uma guerra generalizada contra os pobres. Esta promove a política de encarceramento em massa – temos a quarta população carcerária mundial - e a banalização das mortes nas masmorras em todo o território nacional. Promove-se igualmente o genocídio sistêmico contra negros e negras, jovens, pobres e indígenas – estes últimos em fase final de extermínio.  O infame dispositivo dos autos de resistência seguidos de morte - que outorga aos policiais o direito de matar- também é alçado a política de Estado.

                Aqui, preconceito, discriminação, machismo, homofobia, lesbofobia e transfobia são estruturais. O Brasil ocupa o 7º lugar no ranking mundial de assassinatos de mulheres – a maioria das vítimas é composta de jovens negras.  Minas Gerais é o segundo estado com maior número de violências contra a mulher. Há uma escalada do extermínio da comunidade LGBT, também um dos maiores do mundo. A cultura hegemônica não nega sua ancestralidade jesuíta, colonizada, patriarcal e escravocrata.

 A Polícia Militar brasileira matou, em cinco anos, 9 691 pessoas. É a polícia que mais mata, entre todas as polícias do planeta.  Em 2013, foram 2 212 mortos – 105 por mês, 6 por dia!  O pedreiro Amarildo Souza, trucidado sob tortura na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha-Rio de Janeiro, em julho de 2013, é um deles. Como milhares de outros, continua desparecido! Nesta sociedade do desaparecimento, a tortura, as mortes e os desaparecimentos forçados continuam institucionalizados.  Ainda em julho de 2013, também no Rio, 15 moradores do Complexo da Maré foram executados pela PM.  Rio de Janeiro e São Paulo têm as PMs mais sanguinárias do Brasil. No Rio, as UPPs se efetivam como política de Estado.  Agora reforçadas pelas Forças Armadas, consolidam o projeto higienista de extermínio através da chamada doutrina de pacificação, sucedânea da Doutrina de Segurança Nacional.  Em São Paulo, foram 10 152 mortes nos últimos 19 anos – média de 45 por mês. A visibilidade destes assassinatos em massa foi reforçada pela atuação do Movimento Mães de Maio a partir da denúncia dos crimes de maio de 2006.   Em todo o país, os massacres se sucedem em ritmo frenético.  A título de exemplo mais recente: no dia 4 de novembro deste ano, a população pobre e negra de Belém do Pará foi vítima de mais uma chacina. Em sua sanha de vingança da morte de um policial militar miliciano assassino, a Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (ROTAM) atacou indiscriminadamente comunidades de periferia e executou sumariamente pelo menos 20 pessoas.  Em 2013, segundo dados oficiais, 135 paraenses foram mortos por policiais.  

A criminalização dos movimentos sociais é outro componente essencial deste Estado de exceção permanente, que reprime selvagemente todas as formas de luta dos trabalhadores e do povo: manifestações, greves, ocupações rurais e urbanas, protestos estudantis. As grandes empreiteiras, colaboradoras fiéis da ditadura militar, financiadoras do aparato repressivo – as mesmas responsáveis pelo recente caso de corrupção multibilionária da Petrobrás, em conluio com o governo federal e os partidos hegemônicos – têm sistematicamente militarizado seus canteiros de obras transformando-os em campos de concentração especializados em moer trabalhadores.  Operários, camponeses, trabalhadores rurais, dirigentes sindicais e comunidades indígenas inteiras são monitorados, perseguidos, demitidos, indiciados, presos, torturados, mortos e desaparecidos na luta contra as grandes obras das Parcerias Públicoprivadas/PPPs, as hidrelétricas, o latifúndio e o agronegócio. O caso mais recente é o de Cleomar Rodrigues de Almeida, coordenador político da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) do Norte de Minas e Sul da Bahia, executado pelo latifúndio no dia 22/10/2014, em Pedra de Maria da Cruz-MG, tocaiado por pistoleiros a soldo dos latifundiários da região.

 Nas jornadas de junho de 2013 e nas lutas anticopa de 2014, todo o aparato repressivo foi utilizado na tentativa de aniquilação do movimento e dos manifestantes, considerados forças oponentes pelo Estado.  O saldo é terrível: milhares de manifestantes presos, espancados e torturados em todo em todo o Brasil. Em BH, todos os 37 presos no CERESP, no dia 7 de setembro de 2013, foram torturados e submetidos a maus tratos.  Dezenas foram indiciados - só no Rio são 23, também espancados e torturados. Houve, pelo menos, três dezenas de mortes.  Em BH e região metropolitana foram 4 : Douglas Henrique de Oliveira e Souza, Luiz Felipe Aniceto de Almeida, Luís Estrela e Lucas Daniel Alcântara Lima.   É emblemático o fato de que o único caso transitado em julgado é o de Rafael Braga Vieira, jovem negro em situação de rua, catador de materiais recicláveis.  Ele cumpre pena de 5 anos e 10 meses de prisão no Complexo Penitenciário de Bangu/Rio de Janeiro  por porte de explosivos – que eram, na verdade, inofensivos materiais de limpeza. Ainda no Rio, nesta quarta-feira (03/12/2014), no contexto de escalada da criminalização do movimento popular, foi decretada prisão preventiva de três militantes: Elisa Quadros Pinto (Sininho), Karlayne Pinheiro e Igor Mendes da Silva.  Este último foi preso e encaminhado para o Complexo Penitenciário de Jericinó. 

O agravante deste quadro é que a situação de barbárie à qual está submetida a sociedade brasileira é fenômeno globalizado, constituindo-se em núcleo duro do sistema capitalista.  Ela tem sido levada às máximas consequências pelo totalitarismo de mercado – verdadeiro nome do neoliberalismo triunfante.  Sua expressão exacerbada é o massacre dos 49 estudantes da combativa Escola de Magistério de Ayotzinapa/México - 6 mortos e 43 desaparecidos.  Eles foram executados em ação conjunta da polícia e do narcotráfico locais , a mando do então  prefeito da cidade  de Iguala (agora ex-prefeito preso), com a conivência e a leniência do presidente Enrique Peña Nieto e dos partidos hegemônicos (PRI, PAN,PRD).   Se o terror do Estado burguês é global, a solidariedade de classe e a luta contra a opressão burguesa são internacionais. Manifestamos o mais veemente repúdio ao Estado mexicano!  Prestamos incondicional solidariedade à luta dos estudantes de Ayotzinapa! Vivos los llevaram, vivos los queremos!

O objetivo do nosso ato do dia 10 de dezembro de 2014 - Ato público em repúdio ao golpe de 1964 – 50 anos! Abaixo a ditadura!  - é fechar este ano com o combate ao Estado de exceção permanente e a reafirmação das nossas lutas contra ele. Abrimos  nossas manifestações deste ano em 1º de abril  – dia do aniversário  do golpe   - com a Manifestação em repúdio ao golpe de 1964 – 50 anos! Abaixo a ditadura!. Ocupamos, então, o antigo Viaduto Castelo Branco para um tributo aos mortos, desaparecidos, perseguidos, presos e torturados pela ditadura e para a renomeação popular do viaduto.  Ele passou a se chamar Viaduto Dona Helena Greco, referência combativa da luta contra a ditadura e da luta pelos direitos humanos.  

Reiteramos a nossa convicção de que somente a classe trabalhadora e o movimento popular organizados são capazes de erradicar a situação de barbárie vigente. A luta da Frente Independente pela Memória, Verdade e Justiça – FIMVJ/MG, assim, é travada na perspectiva da luta de classes – com radicalidade, unidade, horizontalidade, organicidade, autonomia e independência em relação aos governos, ao Estado, aos patrões e à institucionalidade.  A FIMVJ/MG se coloca como um movimento antigovernista, anticapitalista e antinazifascista.  Demarcamos também com os movimentos,  partidos e organizações políticas reformistas que firmam acordos com o aparato repressivo através de comissões conjuntas com a polícia durante as manifestações.  Ao mesmo tempo, estes setores oportunistas e pelegos criminalizam e boicotam aqueles que têm como questões de princípio a independência, o classismo, a radicalidade e a combatividade.  Participam da FIMVJ/MG, presos políticos durante a ditadura, familiares de mortos e desaparecidos políticos, coletivos, entidades, organizações, movimentos e indivíduos que lutaram contra a ditadura e continuam a combater o aparato repressivo, o terror de Estado e todas as formas de exploração e opressão.

NOSSAS LUTAS:
 Pelo direito à Memória, à Verdade e à Justiça!
  •          Nem perdão, nem esquecimento, nem reconciliação: punição para os responsáveis por torturas, mortes e desaparecimentos durante a ditadura militar e para aqueles que cometem estes mesmos crimes contra a humanidade nos dias de hoje! Abaixo o terror de Estado e do Capital!
  •          Pela abertura irrestrita dos arquivos da repressão! Pela erradicação da tortura e pelo desmantelamento do aparato repressivo!
  •          Pelo cumprimento da sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos, que condenou o Brasil a punir os responsáveis pelas mortes, torturas e desaparecimentos políticos ocorridos durante a ditadura militar!
  •          Todo apoio às iniciativas de construção de comissões independentes de memória, verdade e justiça!

 Abaixo a repressão! Pela liberdade de protesto, 
manifestação e expressão!
  •          Pelo fim da Lei de Segurança Nacional! Pelo fim das leis repressivas! Pelo fim dos processos e pelo trancamento de todas as ações penais contra manifestantes!  Pela libertação imediata das presas e dos presos políticos de 2013 e 2014! Pelo fim das prisões e perseguições!  Liberdade já para Rafael Braga!
  •          Pela reintegração imediata de todas as trabalhadoras e trabalhadores demitidos por fazerem greve!
  •          Pelo fim da criminalização dos pobres! Pelo fim da criminalização da luta dos estudantes! Pelo fim da criminalização da luta dos trabalhadores da cidade, do campo e do movimento popular!
  •          Pelo fim das torturas e das execuções! Pelo fim do genocídio dos jovens, negras e negros, indígenas e pobres!
  •          Pelo fim do extermínio da comunidade LGBT!  Pelo fim da violência contra as mulheres! Abaixo o racismo, abaixo a LGTBfobia e abaixo o machismo!
  •          Abaixo as UPPs! Abaixo as invasões policiais e militares dos morros, universidades, ocupações e favelas!
  •          Pelo fim do aparato repressivo! Pelo fim imediato das Guardas Municipais, da Polícia Militar, da Polícia Civil e da Força Nacional de Segurança Pública! Fora as Forças Armadas!
  •         Nenhum tipo de interlocução com o aparato repressivo!

 Pela luta independente, realizada pela classe trabalhadora e pelo movimento popular,  em relação ao Estado,  aos governos, aos patrões e à institucionalidade!
FRENTE INDEPENDENTE PELA MEMÓRIA, VERDADE E JUSTIÇA-MG
      Na luta desde outubro de 2012



[1] ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO.  Projeto ‘Brasil Nunca Mais’. Os funcionários, tomo II, v.3, 1985.

Nota no blog da FIMVJ/MG: