O
Brasil e o mundo têm assistido estarrecidos, consternados e revoltados a morte
por asfixia de centenas de pacientes da COVID-19 em Manaus/AM – crime premeditado
praticado por Bolsonaro, com a cumplicidade dos governos estadual e municipal.
As missões precípuas do nefasto gen. Eduardo Pazuello no seu hipermilitarizado Ministério
(?) da Saúde (?) são o negacionismo
científico, a manipulação de dados, a sonegação de informações, a mentira
organizada, o desmonte do que restou das políticas públicas sanitárias. Ninguém foi responsabilizado formalmente, o
massacre continua. O estado do Pará já padece da falta de oxigênio. Há
projeções de que esta situação hedionda se alastrará por todo o país. Este tem
o segundo maior número de mortos e infectados do planeta. Enfrenta agora novo
pico da pandemia, ainda mais letal que o primeiro.
A
tentativa de aniquilação do SUS, centros de pesquisa, universidades federais, o
boicote aos testes, vacinas, equipamentos de proteção individual, o incentivo
às aglomerações foram alçados a método de governo. Assim como a imposição de
medicamentos e terapêuticas anticientíficos, mistificadores e inócuos. A
ofensiva do sistema de saúde privado (conglomerados farmacêuticos, planos de
saúde, grandes redes de hospitais de luxo) na busca de lucros ainda mais obscenos
do que aqueles já praticados completa o quadro. Há ainda a tentativa da FIESP et caterva de furar a fila na compra de
vacinas para monetizá-las e controla-las a bel prazer do mercado. O que foi recebido com muito entusiasmo pela
mídia corporativa.
Esta prática deliberada de propagação da
doença e da morte está inserida na escalada da necropolítica em todas as
instâncias do governo Bolsonaro/Mourão/Guedes. Escalada, portanto, da fome, do
desemprego, da miserabilidade, da eliminação física, da destruição irreversível
dos nossos principais biomas e dos territórios tradicionais dos povos originários
e quilombolas. Este governo tem na sua essência a militarização do sistema, o ultraliberalismo
e o mais tacanho fundamentalismo evangélico. Como na ditadura militar
(1964-1985), é um governo dos generais, com a peculiaridade abjeta da presença
orgânica das milícias no Palácio do Planalto. Tem como paradigmas torturadores
sanguinários e milicianos genocidas. Trata-se de projeto explícito de
extermínio cujos componentes principais são o racismo estrutural, o genocídio
institucional e o patriarcalismo colonial.
Sua principal vítima é a população negra, indígena e pobre. Esta tem
sido fisicamente eliminada pela polícia mais letal do mundo e pelo totalitarismo
de mercado projetado por Paulo Guedes. O
incremento da violência policial através de medidas como a excludência de ilicitude, o incentivo à indústria armamentista e o
projeto de autonomização das polícias reforçam ainda mais o aparato repressivo
e suas milícias. O fim criminoso do chamado auxílio
de emergência, a manutenção do
teto de gastos e do arrocho salarial, o projeto de reforma administrativa, a
corrida privatista, o aprofundamento da desigualdade social, da reforma
trabalhista e da concentração de renda fazem parte da ofensiva brutal contra as
conquistas históricas da classe trabalhadora, das mulheres, da população
LGBTQIA+, dos movimentos sociais.
Assim, o governo Bolsonaro/Mourão/Guedes
incorporou literalmente o sinistro grito de guerra da Espanha franquista: Viva a morte! Abaixo a inteligência! Temos
clareza que a luta contra a escalada desta necropolítica tem caráter
permanente, estrutural e planetário. Nossa luta tem que ser necessariamente Antirracista,
Antifascista, Anticapitalista, Antipatriarcal e Decolonial. No Brasil é ainda mais urgente: é o país campensíssimo
mundial em todas as graves violações dos Direitos Humanos. A começar pelo
Direito à Vida, o mais básico deles. Não
esqueçamos que se trata de crime contra a humanidade.
Prestamos aqui nosso tributo às mais de
215 mil vítimas da COVID19, aos familiares e aos profissionais da saúde. Estes
enfrentam cotidianamente as mais absurdas adversidades, ao combater a pandemia
e os crimes sanitários do bolsonarismo. A elas/es devemos nossas vidas. Tal
tributo só se efetivará com um desagravo, a erradicação das práticas genocidas:
o fim do governo Bolsonaro/Mourão/Guedes.
- IMPEACHMENT JÁ!
- FORA BOLSONARO GENOCIDA! FORA
MOURÃO, GUEDES, MILICOS E MILÍCIAS!
- TESTE E VACINA PARA TODA A
POPULAÇÃO!
- DEFENDER O SUS!
- RENDA BÁSICA JÁ!
- LUTAR NAS RUAS E GREVE GERAL!
-
PELO FIM DO GENOCÍDIO DO POVO NEGRO E DOS POVOS INDÍGENAS!
-
ABAIXO O TERRORISMO DE ESTADO E DO CAPITAL!
Belo Horizonte, 23 de janeiro de 2021 Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania Sempre na luta Antirracista, Antifascista e Anticapitalista!