Imagem/Fonte: Print Screen do vídeo de Dinho da Silva https://www.facebook.com/dinho.dasilva.7/videos/867960863312160/?fref=nf |
NOTA DE REPÚDIO À SAMARCO/VALE DO RIO DOCE/BHP BILLITON,
RESPONSÁVEIS PELA MAIOR DESTRUIÇÃO SOCIO-AMBIENTAL DE MINAS GERAIS
O Instituto Helena Greco de Direitos
Humanos e Cidadania vem a público manifestar seu mais veemente repúdio às
mineradoras Samarco/Vale do Rio Doce/BHP Billiton cuja política de espoliação
acabou por concretizar uma tragédia anunciada.
O rompimento de duas barragens de rejeitos de mineração de ferro da
Samarco (05/11/2015) – controlada pela Vale do Rio Doce e pela
anglo-australiana BHP Billiton – descarregou 62 milhões de metros cúbicos de lama
tóxica que soterrou e aniquilou instantaneamente Bento Rodrigues, distrito de
Mariana/MG. O itinerário de destruição ainda está em curso: a devastação
continua a se alastrar por centenas de quilômetros ao longo do vale do Rio Doce,
compreendendo os estados de Minas Gerais e do Espírito Santo.
Em
Bento Rodrigues, os(as) 600 moradores(as) foram atingidos(as) no primeiro
momento, além dos(as) 30 trabalhadores(as) da empresa que estavam no local na
hora do rompimento das barragens. Há
pelo menos 10 mortos(as) e 100 desaparecidos(as). A Samarco, o governo estadual (Fernando
Pimentel/PT), a prefeitura de Mariana (Duarte Júnior/PPS) e a mídia burguesa
divulgam dados bem menores. Fica
evidente a promiscuidade das relações governos/empresas, já exposta nas doações
milionárias para as campanhas eleitorais, na leniência institucional em relação
às ações criminosas das mineradoras, na facilitação da concessão de
licenciamentos ambientais e nas tentativas de manipulação da cena do crime. Como sempre, a primeira providência foi a
militarização da área atingida. Houve a
costumeira inversão da situação: responsáveis pela tragédia – a Samarco - têm livre
acesso a tudo e as vítimas – os(as) moradores(as) e trabalhadores(as) atingidos(as)
- são contidas por policiais militares e não têm acesso sequer a esclarecimentos e informações
minimamente razoáveis. O conluio do
governo de Minas Gerais com a Samarco foi escancarado nas declarações do
Secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico (Altamir Rôso) que coloca a
empresa como vítima (sic) do rompimento
das próprias barragens.
Reiteramos
que esta é tragédia anunciada: os(as) moradores(as) da região, os(as)
trabalhadores(as) e laudo realizado a pedido do Ministério Público (2013) já
apontavam a precariedade das barragens. A empresa não tomou providência alguma –
não instalou nem mesmo um mero sistema de alarme! Há ainda o risco de uma terceira
barragem – a maior delas – se romper. Em
Minas Gerais existem cerca de 700 barreiras semelhantes, nas mesmas condições.
Esta política de terra arrasada é prática de longo prazo que tem sido sistemicamente
executada pela Samarco/Vale/BHP Billiton, sempre sob os auspícios dos governos
municipal, estadual e federal. Trata-se de risco calculado, tudo que importa é
a incrementação de lucros estratosféricos: em 2014, o lucro líquido da empresa
foi de 2,8 bilhões de reais! É esta a lógica do capitalismo, hoje chamado neoliberalismo – a lógica da barbárie.
Agora, tal política atingiu proporções dantescas:
vidas humanas ceifadas; história e memórias de comunidades inteiras
destroçadas; biodiversidade, animais domésticos, criações, fauna, avifauna, biomas
diversos, reservas de matas primárias, peixes, grande parte do estuário do Rio
Doce - tudo irremediavelmente devastado. É preciso que haja nomeação e punição
dos responsáveis: além da Samarco/Vale do Rio Doce/BHP Billiton, os governos municipal
de Mariana (Duarte Júnior/PPS), estadual (Fernando Pimentel/PT) e federal (Dilma
Rousseff /PT, PCdoB, PMDB) – são responsáveis pela institucionalização e
implementação da política econômica em vigor. Não podemos perder de vista que a
privataria tucana também faz parte
deste processo de longo prazo: a Vale do Rio Doce foi privatizada em 1997 pelo
governo Fernando Henrique Cardoso/PSDB. Não podemos perder de vista tampouco
que os 11 anos sucessivos (2003-2014) de governos do PSDB em Minas Gerais – Aécio
Neves, Antônio Anastasia/Alberto Pinto Coelho (este, do PP) – garantiram vida
longa ás práticas predatórias destas empresas.
As
moradoras e moradores de todas as comunidades, seus familiares, as
trabalhadoras e trabalhadores, os(as) atingidos(as) estão dando exemplo expressivo
de combatividade e solidariedade. Todas e todos têm nossa solidariedade e nosso
apoio incondicionais na luta contra esta gravíssima violação dos direitos
humanos, para que haja o ressarcimento devido e para que as famílias tenham
acesso ao paradeiro de seus entes queridos e possam enterrar com dignidade seus
mortos.
- Abaixo as empresas Samarco/Vale do Rio
Doce/BHP Billiton!
- Pela punição destas empresas e dos
governos municipal, estadual e federal, responsáveis pela maior destruição sócio-ambiental
da história de Minas Gerais! Abaixo suas
políticas neoliberais e suas práticas de privatização!
- Todo apoio para xs trabalhadorxs e
para xs moradorxs das comunidades atingidas por esta gravíssima violação dos
direitos humanos!
Belo Horizonte, 10 de novembro de
2015
Instituto Helena Greco de Direitos
Humanos e Cidadania
O Grupo Tortura Nunca Mais/RJ apoia a causa e esta nota.
Já passou da hora, há muito, de Minas mudar a sua economia. Esta economia à base de escavação do nosso solo e a sua entrega às multinacionais, exportando o minério e deixando em seu lugar valas e destruição deve ter um basta. Minas é dependente desta mineração insana. As nossas matas foram e continuam sendo destruídas para do seu solo serem retirados os minérios a serem exportados. Os nossos rios vêm sendo degradados e engolidos pelas escavadoras e patrolas que os entopem e os destroem. As nascentes são e foram revolvidas ao longo dos anos ao bel prazer da insanidade destes brasileiros apátridas que, em troca das migalhas das multinacionais, se vendem para a entrega do nosso solo. Minas tem que mudar a sua economia. Chega de devastação. Ou o governo, os governos, fazem alguma coisa a curto prazo ou teremos um deserto instalado em nosso estado em pouco tempo.
ResponderExcluirJá passou da hora, há muito, de Minas mudar a sua economia. Esta economia à base de escavação do nosso solo e a sua entrega às multinacionais, exportando o minério e deixando em seu lugar valas e destruição deve ter um basta. Minas é dependente desta mineração insana. As nossas matas foram e continuam sendo destruídas para do seu solo serem retirados os minérios a serem exportados. Os nossos rios vêm sendo degradados e engolidos pelas escavadoras e patrolas que os entopem e os destroem. As nascentes são e foram revolvidas ao longo dos anos ao bel prazer da insanidade destes brasileiros apátridas que, em troca das migalhas das multinacionais, se vendem para a entrega do nosso solo. Minas tem que mudar a sua economia. Chega de devastação. Ou o governo, os governos, fazem alguma coisa a curto prazo ou teremos um deserto instalado em nosso estado em pouco tempo.
ResponderExcluirVAMOS NOS INDIGNAR...pelas pessoas, peixes, ecosistema, flora, fauna MORTOS.. e pelos que VIRÃO perecer...durante muitos anos... do mar às montanhas...
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