Imagem: Debate sobre o extermínio de Marielle (27/03/2018 - BH/MG). Foto/Arquivo: Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania. |
NOTÍCIA
DO DEBATE SOBRE O EXTERMÍNIO DE MARIELLE FRANCO
Na
terça-feira, dia 27/03/2018, foi realizado o debate O extermínio
de Marielle Franco e os rumos da democracia no Brasil. O que temos a ver com
isso? Foi organizado pelos(as) professores(as) do Curso de Serviço Social e pelo
Diretório Acadêmico de Serviço Social (DASSUNA). Aconteceu na UNA Barro Preto –
BH/MG.
Para o debate foram convidadas Flavia Valle (professora
de Sociologia em greve, editora do Esquerda Diário e militante do Pão e Rosas),
Bizoca (membro do Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania) e
Lidiane Oliveira (assistente social). As mediadoras foram Renata Aline Guimarães (estudante do Curso de Serviço Social, militante do Coletivo Tereza de Benguela, do Coletivo Brejo das Sapas e integrante do Bloco Afro Angola Janga) e Fabríca Maciel (assistente social e professora do Curso de Serviço Social).
O
debate – gratuito e aberto à comunidade e ao público em geral - começou às 19h15
e foi encerrado às 22h15. Houve intensa participação de estudantes,
professores(as), militantes combativos(as) do movimento negro e de vários
outros movimentos sociais.
Imagem: Debate sobre o extermínio de Marielle (27/03/2018 - BH/MG). Foto/Arquivo: Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania. |
A intervenção militar no Rio de Janeiro foi fortemente repudiada. Foi denunciado o Estado penal – verdadeiro nome do mal chamado Estado democrático de direito. Este é caracterizado pela guerra generalizada contra os pobres; pela política de encarceramento em massa; pelo genocídio do Povo Negro e dos Povos Indígenas; pelo racismo sistêmico/supremacia branca; pela manutenção da tortura, das execuções sumárias, dos desaparecimentos forçados; pelo machismo; pela misoginia; pelo patriarcalismo, pela lgbtfobia. O Estado penal traz em seu bojo a doutrina de segurança nacional, remanescente da ditadura militar (1964-1985). A doutrina de segurança nacional propugna a eliminação dos inimigos internos: os movimentos sociais e as classes perigosas, indesejáveis e torturáveis de sempre – a maioria da população que vive no limiar da linha de miséria, negros(as), quilombolas, indígenas, sem terra, sem teto, favelados(as), periféricos(as), e trabalhadores(as) do campo e da cidade. Marielle Franco - negra, mulher, cria da Maré, lésbica, militante dos direitos humanos e de esquerda – representa de forma emblemática estas classes perigosas indesejáveis e torturáveis. Ela foi executada exatamente por isto – etnia, classe, gênero e orientação sexual. Foi executada por sua luta contra o Estado Penal, contra o racismo, contra as execuções de negros(as), contra a intervenção militar no Rio de Janeiro, contra a polícia mais violenta do mundo, contra violações dos direitos humanos, contra o machismo e contra a lgbtfobia.
Foram
homenageados também Anderson Gomes – executado junto com Marielle – e Edson
Luiz de Lima Souto, estudante secundarista de 18 anos, cujo assassinato pela PM
do Rio de Janeiro durante a ditadura militar completa 50 anos em 28/03/2018.
Em
todo Brasil e no exterior houve manifestações em homenagem a Marielle e
Andersson – total repúdio à excussão de ambos.
Imagem: Ato - BH Contra o genocídio negro/Marielle presente! (15/03/2018, Praça da Estação - BH/MG). Foto/Arquivo: Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania. |
Viva a luta da classe trabalhadora e do movimento popular!
Pelo fim do genocídio do Povo Negro!
Pelo fim da intervenção militar no Rio de
Janeiro!
Pelo fim das UPPs!
Pelo desmantelamento do aparato repressivo!
“Não acabou, tem que acabar! Eu quero o fim da
Polícia Militar!”
Marielle
e Anderson: PRESENTES!
Belo Horizonte, 28 de março de 2018
Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e
Cidadania