"Estamos aqui pela Humanidade!" Comuna de Paris, 1871 - "Sejamos realistas, exijamos o impossível." Maio de 68

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Reuniões abertas aos sábados, às 16H - militância desde 2003.

quarta-feira, 28 de março de 2018

DEBATE SOBRE MARIELLE NO BARRO PRETO - BH

Imagem: Debate sobre o extermínio de Marielle (27/03/2018 - BH/MG).
Foto/Arquivo: Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania.
NOTÍCIA DO DEBATE SOBRE O EXTERMÍNIO DE MARIELLE FRANCO
        Na terça-feira, dia 27/03/2018, foi realizado o debate O extermínio de Marielle Franco e os rumos da democracia no Brasil. O que temos a ver com isso? Foi organizado pelos(as) professores(as) do Curso de Serviço Social e pelo Diretório Acadêmico de Serviço Social (DASSUNA). Aconteceu na UNA Barro Preto – BH/MG.
        Para o debate foram convidadas Flavia Valle (professora de Sociologia em greve, editora do Esquerda Diário e militante do Pão e Rosas), Bizoca (membro do Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania) e Lidiane Oliveira (assistente social). As mediadoras foram Renata Aline Guimarães (estudante do Curso de Serviço Social, militante do Coletivo Tereza de Benguela, do Coletivo Brejo das Sapas e integrante do Bloco Afro Angola Janga) e Fabríca Maciel (assistente social e professora do Curso de Serviço Social).
        O debate – gratuito e aberto à comunidade e ao público em geral - começou às 19h15 e foi encerrado às 22h15. Houve intensa participação de estudantes, professores(as), militantes combativos(as) do movimento negro e de vários outros movimentos sociais.
Imagem: Debate sobre o extermínio de Marielle (27/03/2018 - BH/MG).
Foto/Arquivo: Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania.

        A intervenção militar no Rio de Janeiro foi fortemente repudiada. Foi denunciado o Estado penal – verdadeiro nome do mal chamado Estado democrático de direito. Este é caracterizado pela guerra generalizada contra os pobres; pela política de encarceramento em massa; pelo genocídio do Povo Negro e dos Povos Indígenas; pelo racismo sistêmico/supremacia branca; pela manutenção da tortura, das execuções sumárias, dos desaparecimentos forçados; pelo machismo; pela misoginia; pelo patriarcalismo, pela lgbtfobia. O Estado penal traz em seu bojo a doutrina de segurança nacional, remanescente da ditadura militar (1964-1985). A doutrina de segurança nacional propugna a eliminação dos inimigos internos: os movimentos sociais e as classes perigosas, indesejáveis e torturáveis de sempre – a maioria da população que vive no limiar da linha de miséria, negros(as), quilombolas, indígenas, sem terra, sem teto, favelados(as), periféricos(as), e trabalhadores(as) do campo e da cidade.  Marielle Franco - negra, mulher, cria da Maré, lésbica, militante dos direitos humanos e de esquerda – representa de forma emblemática estas classes perigosas indesejáveis e torturáveis. Ela foi executada exatamente por isto – etnia, classe, gênero e orientação sexual. Foi executada por sua luta contra o Estado Penal, contra o racismo, contra as execuções de negros(as), contra a intervenção militar no Rio de Janeiro, contra a polícia mais violenta do mundo, contra violações dos direitos humanos, contra o machismo e contra a lgbtfobia.   
        Foram homenageados também Anderson Gomes – executado junto com Marielle – e Edson Luiz de Lima Souto, estudante secundarista de 18 anos, cujo assassinato pela PM do Rio de Janeiro durante a ditadura militar completa 50 anos em 28/03/2018.
        Em todo Brasil e no exterior houve manifestações em homenagem a Marielle e Andersson – total repúdio à excussão de ambos.
Imagem: Ato - BH Contra o genocídio negro/Marielle presente! (15/03/2018, Praça da Estação - BH/MG).
Foto/Arquivo: Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania.

Viva a luta da classe trabalhadora e do movimento popular!
Pelo fim do genocídio do Povo Negro!
Pelo fim da intervenção militar no Rio de Janeiro!
Pelo fim das UPPs!
Pelo desmantelamento do aparato repressivo!
“Não acabou, tem que acabar! Eu quero o fim da Polícia Militar!”
Marielle e Anderson: PRESENTES!
Belo Horizonte, 28 de março de 2018
Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania
Imagem: Cartazes colados na Pça Sete por manifestantes durante o Ato - BH Contra o genocídio negro/Marielle presente!(15/03/2018- BH/MG). 
Foto/Arquivo: Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania.

sábado, 24 de março de 2018

DEBATE: O EXTERMÍNIO DE MARIELLE FRANCO E OS RUMOS DA DEMOCRACIA NO BRASIL. O QUE TEMOS A VER COM ISSO?


DEBATE: O extermínio de Marielle Franco e os rumos da democracia no Brasil. O que temos a ver com isso?
Convidadas:
*Flavia Valle*, professora de Sociologia.
*Bizoca*, Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania (IHG).
*Lidiane Oliveira*, assistente social.

Mediadoras:
*Renata Aline Guimarães*, acadêmica do Curso de Serviço Social Una e Militante do Coletivo Tereza de Benguela, Coletivo Brejo das Sapas e integrante do Bloco Afro Angola Janga. 
*Fabrícia Maciel*, assistente social e professora do Curso de Serviço Social Una.

Dia: 27/03/2018.
Horário: 19 às 20:30h. 
Local: Sala 1906, Rua dos Goitacazes, 1159 - Barro Preto, Belo Horizonte – MG.

Atividade gratuita e aberta ao público, mediante a lotação do espaço.
Promoção: Curso Serviço Social UNA e DASSUNA

segunda-feira, 19 de março de 2018

30ª MEDALHA CHICO MENDES DE RESISTÊNCIA/2018

O GTNM-RJ, em parceria com outros movimentos e entidades, entrega anualmente, há 30 anos, a Medalha Chico Mendes de resistência a cerca de 10 homenageados.

Realizada todo 1º abril ou data próxima, com a intenção de relembrar os malefícios da ditadura empresarial-militar iniciada em 1964, a Medalha foi instituída pelo GTNM-RJ em 1989 para homenagear pessoas, movimentos sociais e entidades que se destacam nas lutas de resistência popular, contra a repressão e todas as formas de violência institucionalizada, na defesa dos Direitos Humanos e dos povos. Pretende, assim, ser mais um instrumento político de afirmação das lutas de resistência contra toda forma de opressão e de valorização da cultura e da vida destas pessoas, independentemente das disputas partidárias e eleitorais.

Em 2018, no dia 2 de abril, a Cerimônia da entrega das medalhas será na UERJ, campus Maracanã, no Teatro Odylo Costa Filho, a partir das 17 horas.

Homenageadas e homenageados 2018:
- Comandante Paulo Mello Bastos
- Fabiana Braga
- Mãe Meninazinha (Ilê Omolu Oxum)
- Ana Maria Tellechea
- Ilma e Rômulo Noronha
- Cosme Alves Neto (in memoriam)
- Jaime Petit (in memoriam)
- José Barreto (Zequinha - in memoriam)
- Ocupação Manuel Congo
- Rute Fiúza
- Milagro Sala
- Casa Nem
Entidades Organizadoras:
GTNM-RJ; CECAC; COMITÊ CHICO MENDES; REDE DE COMUNIDADES; CDH-OAB/RJ; CEJIL; JUSTIÇA GLOBAL; INSTITUTO HELENA GRECO DE DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA-BH/MG; CDDH-PETRÓPOLIS; SINDPSI-RJ; MOVIMENTO DE JUSTIÇA DE DIREITOS HUMANOS-RS; CRP-RJ; MST; PCB.
Texto/Fonte (Grupo Tortura Nunca Mais - RJ):
30ª MEDALHA CHICO MENDES DE RESISTÊNCIA
2 de abril - às 17:00 - Teatro da UERJ Maracanã
A dor e o luto que vivemos após a execução covarde da nossa companheira Marielle Franco deve nos impulsionar cada vez mais para as lutas contra esse Estado opressor e todas as formas de exploração.
Devemos fortalecer e reconhecer aquelas e aqueles que lutaram e seguem resistindo cotidianamente contra esse estado de coisas, no passado e no presente.
É exatamente isso que a Medalha Chico Mendes de Resistência faz há 30 anos!
Texto/Fonte (Grupo Tortura Nunca Mais - RJ):

quinta-feira, 8 de março de 2018

8 DE MARÇO/2018

DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES
8 DE MARÇO DE 2018: CONTINUAM A LUTA E O LUTO
         Mais um Dia Internacional das Mulheres que não pode ser de celebração – nada há a comemorar: este continua a ser um dia de luta e de luto. O Brasil é um dos campeões mundiais em feminicídio: é o quinto país que mais mata mulheres no mundo. São 12 assassinatos e 135 estupros por dia (dados de 2017, certamente subnotificados). É também o país do transfeminicídio: aí o Brasil ocupa o primeiro lugar no pódio. Além disso, temos a quinta população carcerária feminina do planeta. Violação e assassinato de mulheres indígenas são táticas do latifúndio/agronegócio para tomar as terras dos povos originários. As mulheres indígenas são também submetidas à esterilização forçada.
       O reajuste neoliberal (leia-se totalitarismo de mercado) implementou as mal chamadas reformas – trabalhista e da previdência (que está a caminho) - e o congelamento por vinte anos dos gastos públicos. A infâmia da superexploração atinge sobretudo as mulheres, mais ainda as mulheres negras e indígenas. Assim, são quatro os componentes da gigantesca opressão que se abate sobre as mulheres: etnia e classe, além de gênero e sexualidade.
       O processo de militarização do Estado e de fascistização da sociedade tem sido levado ao paroxismo pelo governo Temer.  A evidência mais escabrosa é a intervenção militar no Rio de Janeiro, festejada com estridência pelo aparato midiático. A segurança pública como paradigma de governo institucionaliza projeto concentracionário de apartheid social e territorial. A garantia da lei e da ordem constitui sucedâneo do binômio desenvolvimento e segurança – nefasto lema da ditadura militar (1964 - 1985). Está em andamento a implantação do Estado de Segurança Nacional repaginado, a partir do aprofundamento da cultura do medo e da segregação. Obscurantismo e fundamentalismo político e cultural exacerbados são adotados como método de governo, o que leva à proliferação de medidas voltadas para a aniquilação das árduas conquistas das lutas femininas e feministas ao longo de décadas.  Algumas dessas medidas do governo são obscenas: o Ministério da Saúde cogita em fazer monitoramento pré-nupcial de casais com vistas a controle da natalidade – projeto de cunho abertamente eugenista, bem à maneira de Malthus e Cesare Lombroso. É tanta a misoginia institucional, que tramita na Câmara dos Deputados a PEC 181/2015 – proposta pela bancada da bíblia – cujo objetivo é criminalizar o aborto até mesmo nos três únicos casos hoje admitidos (estupro, feto anencéfalo e risco de vida para a gestante).
       À situação de barbárie vigente é preciso contrapor a luta permanente contra a estupidez do machismo, do patriarcalismo, do racismo, do preconceito e da discriminação sistêmicos. Trata-se de disputa contra hegemônica: a emancipação feminina só se efetivará numa sociedade sem opressores e oprimidxs, sem exploradores e exploradxs. É preciso resgatar as energias revolucionárias acumuladas pelas mulheres ao longo da história. Como fazem as guerrilheiras de Rojava.
        Como fizeram as mulheres nas belas Jornadas de Junho de 1848 na França, no quadro da Primavera dos Povos, que completa 170 anos em 2018. Trata-se da primeira revolução proletária da história, a qual foi aniquilada pela burguesia em verdadeira guerra de extermínio. Nela as mulheres tiveram papel ativo. Foram protagonistas com armas nas mãos nas barricadas, assumiram conscientemente a ação revolucionária depois do massacre, foram as guardiãs da história e da memória dos vencidos. Além do perigo da revolução proletária, a burguesia europeia teve que se haver com o perigo igualmente ameaçador da emancipação feminina.  
Viva a luta revolucionária das mulheres!
- Todo o apoio às trabalhadoras; às moradoras das ocupações, periferias e favelas; às negras, às quilombolas e às indígenas.
- Pelo fim do feminicídio e da violência contra as mulheres!
- Abaixo o machismo!
- Direito ao aborto legal, seguro e gratuito já!
Belo Horizonte, 8 de março de 2018
Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania