quinta-feira, 31 de março de 2022
34ª MEDALHA CHICO MENDES DE RESISTÊNCIA EMERGENCIAL EM TEMPOS DE PANDEMIA E FACISMO 2022
terça-feira, 29 de março de 2022
CRM NO SUS-BH, NÃO!
Segue Carta em Repúdio à indicação de representante do Conselho Regional
de Medicina de Minas Gerais (CRMMG) para ocupar o cargo de Secretária Municipal
de Saúde de Belo Horizonte, assinada pelos presentes à Reunião Extraordinária
convocada pelo Conselho Municipal de Saúde, ontem, 28/03.
https://www.facebook.com/229120503955704/photos/a.229124823955272/1932769820257422/
CRM NO SUS-BH, NÃO!
As entidades, coletivos, movimentos, organizações e mandatos de
parlamentares abaixo assinadas, presentes na Reunião Extraordinária do Conselho
Municipal de Saúde de Belo Horizonte do dia 28/03/2022, vêm afirmar seu
decidido compromisso com a Política de Saúde de Belo Horizonte e manifestar o
mais profundo repúdio pela indicação à Secretaria Municipal de Saúde de Belo
Horizontede representante do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais
(CRMMG).
O SUS-BH não é espaço de privilégio de corporações, muito menos quando a
entidade em questão se posiciona de forma equivocada em relação à saúde pública
em vários campos, sempre defendendo interesses próprios e privatistas em
detrimento da saúde da população. O atrelamento do CRMMG ao governo federal e
sua política fascista e genocida, desqualifica-o, assim como as pessoas que o
compõem, a gerir uma Secretaria cuja política funda-se em princípios
democráticos, inclusivos, solidários e interprofissionais.
O posicionamento negacionista que legitimou a prescrição indiscriminada
de medicamentos para tratamento à COVID-19 sem comprovação científica, a
tentativa de interdição do trabalho médico nos Centros de Referência em Saúde
Mental (CERSAM), as posições absurdas em relação à Reforma Sanitária, Reforma
Psiquiátrica, Saúde da Mulher, Atenção Primária e tantos outros pontos da rede
SUS-BH, demostram desprezo e desconhecimento com a maior política pública do
país, bem como as pessoas que ali trabalham e dela usam por direito.
É, portanto, inadmissível cogitar a indicação de representantes da
referida entidade, em flagrante conflito de interesses, especialmente para
gerir um município que possui políticas públicas pioneiras, vitoriosas e
reconhecidas nacionalmente e que se mostra exemplo de cuidado e zelo com a
população neste momento de pandemia.
Não aceitaremos qualquer retrocesso ou desrespeito à saúde do povo, à
sua história e seu controle social.
CRM NO SUS-BH, NÃO!
Assinam este documento:
Associação Brasileira de Ensino em
Psicologia
Associação Brasileira de Juristas
pela Democracia
Associação Brasileira de Médicas e
Médicos pela Democracia
Associação Brasileira de Psicologia
Social Núcleo BH-Betim
Associação dos Usuários dos Serviços
de Saúde Mental de Minas Gerais (ASUSSAM-MG)
Coletiva em Apoio às Mães Orfãs
Coletivo Alvorada
Coletivo Resistência de MG
Comissão Estadual de Reforma
Psiquiátrica/CES-MG
Comissão Municipal de Reforma
Psiquiátrica/CMS-BH
Conselhos de DAs e CAs da PUC-MG
Conselho Estadual de Saúde de Minas
Gerais
Conselho Municipal de Saúde de Belo
Horizonte
Conselho Regional de Fonoaudiologia
(6° Região)
Conselho Regional de Nutricionistas
(9º Região)
Conselho Regional de Psicologia
(CRP-04)
Conselho Regional de Serviço Social
Deputada Estadual Beatriz Cerqueira
(PT)
Deputado Estadual Dr. Jean Freire (PT)
Deputado Federal Rogério Correia (PT)
Desencarcera MG
Diretório Acadêmico de Psicologia da
PUC-MG
Federação Nacional dos Farmacêuticos
Fórum de Estudantes e Juventudes
Anticapitalistas em Defesa do SUS-MG
Fórum Mineiro de Saúde Mental
Frente Brasil Popular
Frente Mineira Drogas e Direitos
Humanos
Instituto DH
Instituto Helena Greco de Direitos
Humanos e Cidadania – BH/MG
Levante Popular da Juventude
Mandato ColetivA
Marcha da Maconha de BH
Marcha Mundial das Mulheres
Movimento dos Trabalhadores dos
Serviços de Saúde Mental de Belo Horizonte
Movimento Nasce Leonina
Núcleo de Saúde do PT-BH
Observatório de Políticas e Cuidado
em Saúde (UFMG)
Partido dos Trabalhadores de Belo
Horizonte (PT-BH)
Rede de Saúde Mental UFMG
Rede Nacional de Médicas e Médicos
Populares
Rede Nacional Internúcleos de Luta
Antimanicomial (RENILA)
Sindicato das/os Enfermeiras/os de
Minas Gerais
Sindicato dos Farmacêuticos de Minas
Gerais
Vereadora Bella Gonçalves (PSOL)
Vereador Pedro Patrus (PT)
domingo, 27 de março de 2022
MARCHA NO DIA DA MEMÓRIA: 46 ANOS DO GOLPE GENOCIDA ARGENTINO
Grandes manifestações protagonizadas por entidades
de Direitos Humanos, movimentos populares, sindicatos e organizações de
esquerda tomaram as ruas de toda Argentina nesta última quinta-feira, 24 de
março, Dia da Memória.
Em Mar del Plata, apesar do tempo chuvoso,
a manifestação contou com dezenas de organizações e mais de 30 mil pessoas. A
marcha teve como lema: Seamos memoria en
las calles. A manifestação é a primeira, desde o início da pandemia,
convocada por todas as organizações que promovem a marcha anual em Memória da
luta contra o golpe genocida argentino. Nesse momento de transição, os
movimentos sociais reclamam outra vez o espaço das ruas para a Memória e exigem
Verdade e Justiça.
A manifestação exigiu a abertura de todos
os arquivos da ditadura militar (1976-1983) e a punição de todos os
torturadores e repressores. Além disso, denunciou as perseguições e violências
policiais nos dias de hoje - exigiu a punição dos repressores de ontem e hoje.
A marcha ainda denunciou o acordo que o governo argentino tenta realizar com o
FMI e lembrou-se das vítimas da COVID-19.
¡30.000 compañeras y compañeros detenidos-desaparecidos,
presentes!
¡Restitución
de la identidad de las nietas y nietos!
¡Libertad
a las y los presos y presas políticas!
¡Tenemos 30.000 razones para decir no al acuerdo entre el gobierno y el FMI!
Mar del Plata, 27 de março de 2022
Notícia/Fotos: Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania – Belo Horizonte/MG.
terça-feira, 15 de março de 2022
TODO APOIO E SOLIDARIEDADE AOS FAMILIARES E À COMUNIDADE DA ALDEIA PATAXÓ NOVOS GUERREIROS PELA MORTE DE VITOR BRAZ
Nós, do Instituto Helena Greco de Direitos
Humanos e Cidadania – BH/MG, recebemos com profundo pesar a notícia da morte de Vitor Braz, assassinado
covardemente enquanto exigia respeito à sua comunidade. Vitor era
militante da juventude pataxó, sempre mobilizado na luta pelos direitos de seu
povo e comunidade. Um guerreiro dos Pataxó, neto do primeiro Cacique da Aldeia Novos
Guerreiros, Jonga, e da mestra Japira, Pajé da aldeia. Dona Japira tornou-se
recentemente a primeira Pataxó a receber o título de Doutora pelo notório saber
pela UFMG.
A Aldeia Pataxó Novos Guerreiros, bem como
todo território pataxó da Ponta Grande – Porto Seguro/BA, sofre grande pressão
por parte da indústria hoteleira e das barracas de praia que querem o esbulho
das terras para construção de grandes complexos turísticos. Recentemente foram
construídas barracas de praia nas cercanias da aldeia, em território indígena.
Essas barracas causam problemas e distúrbios na vida coletiva da comunidade. A
festa realizada neste domingo (13/03/2022) descumpriu o acordo firmado com as
lideranças da comunidade que estipulava que o limite de horário para festas era
às 23h. Vitor, junto com as lideranças, foi reclamar do barulho ensurdecedor da
festa. Buscando o direito do seu povo descansar, foi covardemente assassinado,
recebendo tiros pelas costas.
É importante denunciar a conivência da
prefeitura de Porto Seguro/BA com a brutal situação. O prefeito de Porto Seguro,
o bolsonarista Jânio Natal (PL), tem conduzido uma política que tenta a todo
custo a retirada dos direitos e conquistas dos Pataxó. Essa prefeitura emitiu
alvará para a festa, realizada em terras indígenas e promovida por
não-indígenas, sem qualquer tipo de interlocução com as lideranças da
comunidade. O caso é estarrecedor e nos enche de profunda revolta.
Nós, do Instituto Helena Greco de Direitos
Humanos e Cidadania, enviamos toda nossa solidariedade à comunidade da Aldeia
Pataxó Novos Guerreiros e aos familiares de Vitor Braz.
VITOR
BRAZ PATAXÓ: PRESENTE, HOJE E SEMPRE!
PELO
FIM DO GENOCÍDIO DOS POVOS INDÍGENAS
Belo Horizonte, 15 de março de 2022
Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania
- Imagem/Fonte: Aldeia Pataxó Novos
Guerreiros
- Acesse: https://www.instagram.com/p/CbFRCAXOJgy/
quinta-feira, 10 de março de 2022
8 DE MARÇO/2022 – MAR DEL PLATA/ARGENTINA
Neste 8M uma massiva mobilização de
diversos movimentos sociais, sindicatos e partidos políticos de esquerda
marcharam em Mar del Plata - Argentina.
O movimento denunciou o caráter patriarcal da sociedade capitalista e reafirmou
a luta feminista Anticapitalista.
O governo de Alberto Fernandez está prestes
a fechar um acordo de pagamento da dívida argentina com o FMI. Esse acordo trará
maior pauperização das relações de trabalho, sucateamento da Educação e Saúde
públicas e crescimento exponencial das desigualdades sociais. Trata-se da
implementação do pacote neoliberal de políticas de austeridade.
Nesse sentido, o ato teve como uma das
principais pautas repudiar o acordo, afirmando que as mais atingidas pelo
empobrecimento da sociedade argentina serão as mulheres trabalhadoras.
Contra isto gritaram: ¡La deuda es con nosotras y nosotres, fuera
FMI! ¡Ni Una a menos! ¡Vivas
nos queremos!
Denunciaram
o feminicídio e a violência de gênero. Outras pautas levantadas pelo ato:
- Reconocimiento y remuneración de las tareas de cuidado. (Reconhecimento e
remuneração das tarefas de cuidado).
- Trabajo digno libre de violencia por razones de género. (Trabalho digno livre de
violência de gênero)
- Modificación con perspectiva de género de la Ley de
Contrato de Trabajo. (Modificação
com perspectiva de gênero da Lei do Contrato de Trabalho).
- Convenios colectivos de trabajo con perspectiva de género. (Acordos coletivos de trabalho com perspectiva de gênero).
- Cumplimiento efectivo de la Ordenanza N°23.237 de cupo
para personas travesti, trans en el
municipio de Gral Pueyrredon. (Efetivo cumprimento da Portaria nº 23.237
de cota para travestis, trans no município de Gral Pueyrredon).
- El sindicalismo es con nosotras: paridad de género en
todos los ámbitos de representación. (O sindicalismo está conosco: paridade de
gênero em todas as áreas de representação).
- Sistema judicial transfeminista. (Sistema judiciário
transfeminista).
- Emergencia Nacional en Violencia de Género. (Emergência Nacional em
Violência de Gênero).
Mar del Plata, 10 de março de 2022
Notícia/Fotos: Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania – Belo Horizonte/MG
quarta-feira, 9 de março de 2022
8 DE MARÇO - DIA INTERNACIONAL DE LUTA DAS MULHERES – BH/MG
Realizado o Ato 8 de
Março 2022 - Mulheres do Fim do Mundo em Luta por Justiça Social. Abaixo o
capital! Fora Bolsonaro!
A
concentração foi na Praça da Liberdade. Seguiu em passeata até a Praça Sete. Lá
se encontrou com a passeata das/os Trabalhadoras/es em Educação/MG em Greve.
Foi encerrado na Praça da Estação.
-
- VIVA A LUTA ANTIMACHISTA E ANTIPATRIARCAL!
- PELA LEGALIZAÇÃO: DIREITO AO ABORTO LIVRE, SEGURO
E GRATUITO!
- TODO O APOIO
ÀS TRABALHADORAS DA CIDADE E DO CAMPO!
- TODO APOIO ÀS MORADORAS DE OCUPAÇÕES, VILAS, FAVELAS
E PERIFERIAS!
- TODO APOIO ÀS MULHERES NEGRAS, QUILOMBOLAS,
INDÍGENAS E DO FIM DO MUNDO!
- machistas, misóginos, patriarcalistas, sexistas:
NÃO PASSARÃO!
Belo Horizonte, 09 de Março de 2022
Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania – BH/MG
- LEIA TAMBÉM/ACESSE:
https://institutohelenagreco.blogspot.com/2022/03/8-de-marco-dia-internacional-de-luta.html
TRABALHADORAS/ES EM EDUCAÇÃO/MG DETERMINAM GREVE POR TEMPO INDETRMINADO
Na
terça-feira, dia 08 de março/2022 – Dia Internacional das Mulheres -
Trabalhadoras/es em Educação da Rede Estadual/MG fizeram Assembleia e votaram
pela Greve. A Greve começa nesta quarta-feira, dia 09/03/2022.
A
categoria reivindica ao governo Zema (partido Novo) a aplicação dos reajustes
do Piso Salarial Profissional Nacional. Romeu Zema se recusa terminantemente a
cumprir o Piso desde 2019. O Piso tem sido cobrado desde o início do seu
governo.
O
Piso Salarial Profissional Nacional é direito constitucional conquistado na
luta (Lei 11. 738/2008, confirmado na Lei Estadual 21.710/2015 e Emenda
Constitucional 97/2018). Este deve ser pago a todas as oito carreiras da
Educação Básica. O valor do Piso para as/os professoras/es é de R$3.845,63. O
salário básico atual das/os professoras/es – congelado desde 2017 - fica entre
R$1.990,00 e R$2.135,64 (diferença de R$1.709,99). O governador Zema mentiu na
mídia dizendo que paga um valor próximo do Piso.
Ao
invés de cumprir a lei – pagar o Piso - o governador quer forçar a adesão ao
Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que determina o congelamento de salários e
carreiras das/os Servidoras/es Públicas/os por até 9 anos. Determina também a
proibição de concursos e de contração de Trabalhadoras/es em Educação e a
privatização de estatais. Além disto, o PL 3.399/21 prevê a extinção de
milhares de cargos efetivos na Educação Pública.
Em
16/03 haverá nova Assembleia Estadual no Dia Nacional de Lutas da Educação. No
dia 17/03 terá ato na Cidade Administrativa em defesa do Piso Salarial
Profissional Nacional. Ontem, dia 08/03, Trabalhadoras/es da Rede Municipal de
Belo Horizonte/MG fizeram Assembleia, recusaram a proposta da prefeitura e
definiram Greve a partir do dia 16/03.
Belo Horizonte, 9 de março de 2022
Instituto Helena Greco de Direitos
Humanos e Cidadania – BH/MG
- Informações sobre a Greve das/os Trabalhadoras/es em Educação/MG - acesse: https://sindutemg.org.br/
terça-feira, 8 de março de 2022
8 DE MARÇO - DIA INTERNACIONAL DE LUTA DAS MULHERES!
Todas ao
Ato 8 de Março 2022 - 8M Unificado RMBH
Mulheres do Fim do Mundo em Luta por Justiça Social.
Abaixo o capital! Fora Bolsonaro!
08/03 – 16H30
Praça da Liberdade - BH/MG
Este não é dia de
celebração, é dia de resgate e reafirmação das energias transformadoras e
revolucionárias da luta feminista. O terrorismo de Estado e do capital tem sido
levado às máximas consequências pelo governo miliciano Bolsonaro (PL)/Mourão (Republicanos)/Forças
Armadas - sustentado pelas bancadas boi/bala solta/bíblia/jaula. Trata-se de
fascismo explícito, incrustado em todas as malhas do aparato repressivo/jurídico/legislativo/empresarial.
A mídia corporativa é sua correia de transmissão, assim como o fundamentalismo
cristão. Os donos do poder são homens, ricos, machistas, misóginos, patriarcalistas,
sexistas, lgbtqia+fóbicos, racistas, colonialistas, escravocratas e belicistas
ao extremo.
São das mulheres indígenas,
negras, quilombolas, periféricas, lésbicas, trans e trabalhadoras os corpos mais
atingidos pela opressão deste projeto de poder. Opressão exercida sempre no
triplo recorte: gênero, raça e classe. Tal projeto de poder veio para tentar
destruir todas as conquistas das lutas feministas e criminalizar definitivamente
os Direitos Humanos e a diversidade.
O governo
fascista e neoliberal Bolsonaro/Mourão consolidou o Brasil nos primeiros
lugares do ranking mundial de
feminicídios, estupros, violência doméstica, violência e assassinatos de
LGBTQIA+. O país detém o primeiro lugar do planeta em transfeminicídios e o
terceiro em população carcerária feminina. É o país do genocídio estrutural do
Povo Negro e dos Povos Indígenas. Tem a polícia mais letal e tem também uma das
maiores concentrações de renda/desigualdade social do mundo. São as mulheres as
mais atingidas por tudo isto.
O genocídio
sanitário (COVID-19) adotado como política de Estado – que levou a mais de 653
mil mortes evitáveis - aprofundou ainda mais o totalitarismo de mercado. De
novo: as mulheres – sobretudo as negras e indígenas – são as mais atingidas.
Houve aumento exponencial do desemprego, do trabalho precarizado, do arrocho
salarial, do trabalho escravo, da fome endêmica, da carestia, da
miserabilidade, da devastação ambiental, do esbulho das terras tradicionais
indígenas e quilombolas, dos despejos e remoções forçadas, do desmonte dos
serviços públicos, das privatizações predatórias. Houve lucros estratosféricos
do sistema financeiro, dos bancos, do agronegócio/latifúndio, das gigantes
farmacêuticas, empreiteiras e mineradoras. Os tais mercados ficam satisfeitos com morticínios e guerras.
A cruzada fundamentalista
da ministra Damares Alves levou à risca como política de Estado o lema fascista
adotado por Bolsonaro – Deus, pátria,
família. Seu objetivo é criminalizar, aviltar e destruir as questões de
princípio históricas e imprescritíveis da luta feminista: direito ao aborto livre,
seguro e gratuito; livre orientação sexual e identidade de gênero; direito ao
próprio corpo e sexualidade; livre exercício dos direitos sexuais e
reprodutivos; direito ao parto humanizado; dignidade menstrual; libertação dos
grilhões alienantes do trabalho doméstico. Além disso, o reconhecimento de que
as instituições lar e família são as responsáveis pela manutenção do
patriarcalismo estrutural hegemônico – herança onipresente do colonialismo e do
escravismo. Lar e família são o
espaço principal de todos os tipos de violência doméstica: espancamentos,
estupros, feminicídios, transfeminicídios, pedofilia e violência contra
idosas/os e vulneráveis.
Por tudo isto, a
luta feminista tem que ser necessariamente Antimachista, Antipatriarcal, Antirracista,
Anticolonial, Antifascista e Anticapitalista. Sabemos que a emancipação
feminina – tão temida pelo sistema – só se realizará plenamente numa sociedade
sem opressão, sem exploradores e exploradas/os. Daí a importância histórica e
permanente desta luta e seu caráter autônomo e contra-hegemônico.
Deixamos aqui
nossa saudação a todas as companheiras que tombaram na luta contra o terrorismo
de Estado e do capital, na luta contra o racismo estrutural, contra o genocídio
institucional do Povo Negro e dos Povos Indígenas, contra a lesbofobia e a
transfobia. Nosso tributo às companheiras que caíram na luta contra a ditadura
militar (1964 – 1985). Nossa homenagem à Segunda Marcha Nacional das Mulheres
Indígenas em Brasília, em 2021, onde foi dado o grito de emancipação da terra,
das florestas, das águas, das gentes e dos bichos contra o Estado, o capital e
o latifúndio.
Saudamos
fortemente as trabalhadoras da cidade e do campo e as companheiras que
persistem nesta luta nos morros, favelas, periferias, florestas, ocupações
rurais e urbanas, fábricas e escolas. Destacamos as Trabalhadoras em Educação
de Minas Gerais, hoje em paralização total rumo à Greve.
- VIVA A LUTA ANTIMACHISTA, ANTIPATRIARCAL,
ANTIRRACISTA, ANTICOLONIAL, ANTIFASCISTA E ANTICAPITALISTA!
- DIREITO AO ABORTO LIVRE, SEGURO E
GRATUITO!
- TODO O APOIO ÀS TRABALHADORAS DA CIDADE E DO CAMPO!
- TODO APOIO ÀS MORADORAS DE OCUPAÇÕES,
VILAS, FAVELAS E PERIFERIAS!
- TODO APOIO ÀS MULHERES NEGRAS,
QUILOMBOLAS, INDÍGENAS E DO FIM DO MUNDO!
- machistas, misóginos, patriarcalistas,
sexistas, lgbtqia+fóbicos: NÃO PASSARÃO!
Belo Horizonte, 8 de Março de 2022
Instituto Helena Greco de Direitos
Humanos e Cidadania – BH/MG
segunda-feira, 7 de março de 2022
TODO APOIO À LUTA DAS/OS TRABALHADORAS/ES EM EDUCAÇÃO/MG! ABAIXO O 'GOVERNO DIFERENTE' E O 'ESTADO EFICIENTE', QUE ESMAGAM A GENTE!
Minas
Gerais tem um dos governos mais bolsonaristas do país. O neoliberalismo e o fascismo
do governo Bolsonaro (Partido Liberal/PL) são reproduzidos por Romeu Zema (partido
Novo) sobretudo no seu projeto de destruição total da Educação Pública e na criminalização
e desqualificação das/os Trabalhadoras/es em Educação.
Desde 2019, Zema tem empreendido
sistemática e feroz escalada rumo à privatização e militarização das escolas: o
chamado Projeto Mãos Dadas; o chamado
Projeto Somar; as tentativas
contumazes de implementação de escolas
cívico-militares.
O
Projeto Mãos Dadas institui a
municipalização forçada e vertical, sem a menor condição financeira para tal e
sem qualquer diálogo com a comunidade escolar. O Projeto Somar entrega a gestão das escolas e verbas públicas à
iniciativa privada – trata-se da financeirização da Educação. Na prática:
sucateamento do serviço público, fragmentação, terceirização, precarização,
arrocho salarial e desemprego. As escolas
cívico-militares, por sua vez, seriam geridas por militares de carreira, os
quais substituiriam as/os Trabalhadoras/es em Educação. Assim, as escolas públicas
se tornariam definitivamente instituições totais.
Este aniquilamento ultraneoliberal da
Educação Pública fica mais evidente ainda no descarado calote dado pelo
governador no Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB) – conjunto
de recursos destinados por lei exclusivamente ao financiamento da manutenção e
desenvolvimento da Educação Básica Pública. O FUNDEB foi criado pela Emenda
Constitucional 53/2006, conquista da luta da categoria. Além de não investir o
mínimo legal de 25% na Educação, Zema simplesmente embolsou o FUNDEB. Sete
bilhões de reais são desviados pelo governador para outras finalidades – sempre
reforçando a iniciativa privada (como banco Itaú, Instituto Natura, Jovem de
Futuro/Instituto Unibanco) em detrimento da Educação Básica Pública. Como se
não bastasse, o pessimamente chamado Novo
Ensino Médio, que começou a ser implementado neste ano, traz na sua
essência toda esta lógica de privatização e desmonte da Educação Pública,
gratuita e de qualidade.
As/os Trabalhadoras/es em Educação são
submetidas/os, assim, à precarização e à desqualificação mais extremas e recebem
salário de fome. Romeu Zema se recusa terminantemente a cumprir o Piso Salarial
Profissional Nacional, direito constitucional conquistado na luta (Lei 11.
738/2008, confirmado na Lei Estadual 21.710/2015 e Emenda Constitucional
97/2018). Este deve ser pago a todas as oito carreiras da Educação Básica pela
carga horária de 24 horas semanais. O valor do piso é R$3.845,63. O salário
básico atual das/os professoras/es – congelado desde 2017 - fica entre R$1.990,00
e R$2.135,64. Ao invés de cumprir a lei – pagar o piso - o governador quer
forçar a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) que determina o
congelamento de salários e carreiras das/os Servidoras/es Públicas/os por até 9
anos. Determina também a proibição de concursos e de contração de Trabalhadoras/es
em Educação e a privatização de estatais, Tudo em nome da austeridade necroneoliberal. Além disto, o PL 3.399/21 prevê a
extinção de milhares de cargos efetivos na Educação Pública: 4.810 cargos de
Professor da Educação Básica, 445 cargos de Especialista da Educação Básica,
1.607 cargos de Auxiliar de Serviços da Educação Básica, 38 cargos de Diretor
de Escola.
Durante a pandemia de COVID-19 – que já
provocou a morte de mais de 652 mil pessoas no Brasil – o desmonte da Educação
Básica Pública, a superexploração das/os trabalhadoras/es e o descaso com as/os
estudantes foram levados às máximas
consequências. O governo Zema implementou um método absolutamente caótico e perverso
de matrícula de estudantes e designação de profissionais. As/os professoras/os
têm sido sobrecarregadas/os com trabalho alienado burocrático de preenchimento
de incontáveis anexos, o que toma o
tempo de estudo, de preparação das aulas e de descanso. Além disso, professoras/es no desgastante ensino remoto foram
tratadas/os como se não estivessem trabalhando – chegaram a ser chamadas/os de vagabundos por setores governamentais e
privados. Não houve nenhum suporte
técnico e assistência à comunidade escolar.
Zema
tem mentido em todos os meios de comunicação e mídia corporativa dizendo que
cumpriu os protocolos e forneceu os meio necessários para ensino remoto.
Trabalhadoras/es em Educação tiveram que tirar do próprio bolso para dar conta
do ensino remoto, estudantes foram extremamente prejudicadas/os. Além da
ausência de internet e equipamentos necessários, não houve entrega suficiente
de Planos de Estudos Tutorados (PETs) impressos do ensino remoto destinados aos
estudantes. Muitas/os Trabalhadoras/es em Educação (especialistas,
supervisoras, secretárias) tiveram que se submeter ao árduo trabalho de
fotocopiar o material nas suas próprias escolas para garantir a entrega às/aos estudantes
– muitas/os se infectaram com COVID-19. A Secretaria de Estado de Educação de
Minas Gerais (SEE/MG) não se deu a este trabalho.
O
governador chegou ao cúmulo de obrigar as/os Auxiliares de Serviço da Educação
Básica (ASBs) a reporem os dias em que as escolas não estavam funcionando com
ensino presencial. E ainda impôs a reposição da Greve Sanitária. Esta greve foi
declarada ilegal pela justiça e as professoras/es foram obrigadas/os pelo
governo Zema a trabalhar presencialmente. Resultado: dezenas de escolas
fechadas por causa de centenas de casos de COVID-19. Casos abafados pelo
governo, escolas privadas e mídia corporativa. Há problemas de nomeação de
concursadas/os. Há diminuição de
vagas para designadas/os por conta da municipalização e da investida do setor
privado e militar.
É contra esta necropolítica
ultraneoliberal dos governos Zema e Bolsonaro que as/os Trabalhadoras/es em Educação
estão mobilizadas/os – sempre em luta pela Educação Pública, gratuita e de
qualidade. A categoria da rede estadual/MG fará Assembleia no dia 8 de março/2022
– Dia Internacional das Mulheres - com paralização total das atividades e indicativo
de Greve por tempo indeterminado. Lembrando que mais de 80% da categoria são
mulheres. No dia 16 de março/2022 haverá Greve Nacional da Educação. As
Trabalhadoras/es em Educação têm todo o nosso apoio e solidariedade de classe!
Em tempos de fascismos e privatizações, a Greve Geral é mais do que necessária!
VIVA
A LUTA DAS/OS TRABALHADORAS/ES EM EDUCAÇÃO/MG!
FORA
ZEMA! FORA BOLSONARO!
PELA
EDUCAÇÃO PÚBLICA, GRATUITA E DE QUALIDADE!
NÃO
AO DESMONTE E NÃO ÀS PRIVATIZAÇÕES!
NÃO EXISTE PISO SALARIAL
COM O REGIME DE RECUPERAÇÃO FISCAL!
Belo Horizonte, 7 de março de 2022