É
com imenso pesar e indignação que recebemos a notícia da punição pelo Conselho
Federal de Medicina (CFM), de três médicos do Hospital Sofia Feldman (HSF) por
razões torpes e infundadas.
Ivo
de Oliveira Lopes, diretor técnico, teve a pena de suspensão do registro
profissional por 30 dias. João Batista Marinho de Castro Lima, diretor clínico,
e Lucas Barbosa da Silva, ginecologista-obstetra, receberam censura
pública. O motivo? Apoiar a realização da consulta de enfermagem obstétrica,
com a utilização da ultrassonografia. Prática corrente em vários países do
mundo como Estados Unidos, Reino Unido, Suécia, Noruega, Chile, Austrália;
realizada no Sofia Feldman desde 2015, recomendada pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) e reconhecida pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). Ou seja,
uma prática que promove cuidado, saúde, trabalho em equipe multiprofissional e
não viola qualquer dispositivo ético ou legal.
Trata-se,
portanto, tão somente de uma perseguição a profissionais que defendem e lutam
pela implantação e consolidação do modelo obstétrico assistencial centrado nos
direitos das mulheres, crianças e famílias, baseado em evidências científicas,
propulsor da atuação em equipe multiprofissional e comprometido com os
princípios do SUS. Pilares essenciais para a eliminação da violência
obstétrica, da mortalidade materna e neonatal evitável.
Essa
é uma ação dirigida não apenas a estes médicos tão comprometidos e parceiros
dessa causa, mas a todo o Movimento pela Humanização do Parto e Nascimento.
Configura-se como um ataque direto aos direitos das mulheres, pessoas
gestantes e bebês, com a tentativa de silenciamento e desmonte de uma
instituição vanguarda nacional deste Movimento, referência internacional na
assistência obstétrica, que trabalha há 40 anos abrindo caminhos.
A
perseguição do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais - CRMMG, que foi o
autor do processo inicial, tem como alvo simbólico, não por acaso, o Hospital
Sofia Feldman, porque atinge e ameaça a formação de profissionais para a
mudança do modelo obstétrico atual ultrapassado, que perpetua a violência no
parto e nascimento. A interdição da atuação de médicos e da diretoria clínica e
técnica do HSF é a estratégia de destruição mais imediata.
Por
fim, trata-se de mais um ataque do CRM-MG aos princípios basilares do SUS, na
medida que fere os direitos das mulheres e das crianças, impõe barreiras de
acesso a serviços públicos e políticas de saúde baseadas em evidências, na
melhor tecnologia e no direito universal à saúde e à integralidade do cuidado,
conforme as necessidades de saúde individuais e coletivas.
Nós,
entidades, instituições, movimentos, profissionais, cidadãs e cidadãos abaixo
assinados não permitiremos que esses ataques autoritários, corporativistas
passem despercebidos. Expressamos nosso total repúdio a esses conselhos de
classe negacionistas e persecutórios e nossa total solidariedade e apoio ao
Ivo, ao João, ao Lucas, e a tudo que o Sofia Feldman representa. Queremos aqui
explicitar nosso apoio, nos colocando como sempre estivemos, ao lado desses
profissionais e de todas e todos que trabalhem pela tão necessária reforma
obstétrica no Brasil.
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ENGLISH
VERSION
It
is with immense regret and indignation that we received the news of the
punishment imposed by the Federal Council of Medicine (CFM) on three doctors
from the Sofia Feldman Hospital (HSF) based on clumsy and unfounded reasons.
Dr.
Ivo de Oliveira Lopes, Technical Director, received the penalty of suspension
of his professional registration for 30 days. Dr. João Batista Marinho de
Castro Lima, Clinical Director, and Lucas Barbosa da Silva,
obstetrician-gynecologist, received public censure. The reason? For supporting
nursing consultations by Obstetric Nurses of the HSF, with the use of
ultrasound. This is a current practice in several countries around the world
such as the United States, United Kingdom, Sweden, Norway, Chile, Australia and
has been done at the Sofia Feldman Hospital since 2015. It is recommended by
the World Health Organization (WHO) and recognized by the Federal Council of
Nursing (COFEN). That is, a practice that promotes care, health,
multidisciplinary teamwork and does not violate any ethical or legal
provisions.
It
is, therefore, only a persecution of professionals who defend and fight for the
implementation and consolidation of the obstetric care model centred on the
rights of women, children, and families, based on scientific evidence,
encouraging the action in a multi-professional team and committed to the
Brazilian Unified Public Health System (SUS) principles. These are essential
pillars to eliminate abuse and disrespect during childbirth, obstetric
violence, and avoidable maternal and neonatal mortality.
This
is an action aimed not only at these committed doctors and partners in this
cause, but at the entire Movement for the Humanization of Childbirth. It is a
direct attack on the women’s, pregnant women and babies’ rights, with an
attempt to silence and dismantle a national vanguard institution of this
movement, an international reference in obstetric care, which has been working
for 40 years opening new paths.
This
persecution by the Regional Council of Medicine of Minas Gerais, who was the
author of the initial process, has as a symbolic target, not by chance, the
Sofia Feldman Hospital, because it affects and threatens the training of
professionals aimed at changing the current obstetric outdated model, which
perpetuates violence during childbirth. The banning of work by doctors and the
clinical and technical board of the HSF is the most immediate strategy of
destruction.
Finally,
this is yet another attack by the CRM-MG on the basic principles of the SUS,
insofar as it harms the rights of women and children, imposing barriers to
access public services and evidence-based health policies, that uses the best
technology, and the universal right to health and comprehensive care, according
to individual and collective health needs.
We,
entities, institutions, movements, professionals, and undersigned citizens will
not allow such authoritarian, corporatist attacks to go unnoticed. We express
our total rejection of these denialist and persecutory class actions and our
total solidarity and support for Ivo, João, Lucas, and everything that the
Sofia Feldman Hospital represents. Here, we want to express our support,
putting ourselves as we always have, alongside these professionals and everyone
who works for the much-needed obstetric reform in Brazil.
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VERSIÓN
EN ESPAÑOL
Con
inmenso pesar e indignación recibimos la noticia de la punición por el Consejo
Federal de Medicina (CFM), de tres médicos del Hospital Sofía Feldman (HSF) por
razones torpes e infundadas.
Ivo
Oliveira Lopes, Director Técnico, tuvo la suspensión del registro profesional
por 30 días. Joao Batista Marinho de Castro Lima, Director Clínico y Lucas
Barbosa da Silva, Ginecologo-Obstetra, recibieron censura pública. Porqué/Cual
es el motivo? Apoyar la realización de la consulta de enfermería por Enfermería
Obstétrica de HSF, con la utilización del ultrasonido. Práctica común en varios
países del mundo como Estados Unidos, Reino Unido, Suecia, Noruega, Chile,
Australia, realizada en el Sofía Feldman desde 2015, recomendada por la
Organización Mundial de la Salud (OMS) y reconocida por el Consejo Federal de
Enfermería (COFEN). O sea, una práctica que promueve cuidado, salud, trabajo en
equipo multidisciplinario y no viola ningún dispositivo ético o legal.
Se
trata, por lo tanto, tan solo de una persecución a profesionales que defienden
y luchan por la implantación y consolidación del modelo obstétrico asistencial
centrado en los derechos de las mujeres, niños y familias, basado en evidencias
científicas, propulsor de la actuación en equipo multidisciplinario y
comprometido con los principios del SUS (Sistema Único de Salud). Pilares
esenciales para la eliminación de la violencia obstétrica, y de la mortalidad
materna y neonatal evitable.
Esa
es una acción dirigida no sólo a estos médicos tan comprometidos y compañeros
de esta causa, sino también al Movimiento por la Humanización del Parto y
Nacimiento. Se configura como un ataque directo a los derechos de las mujeres,
personas embarazadas y bebés, como una tentativa de silenciar y desmantelar a
una institución de vanguardia nacional de este Movimiento, referencia
internacional en la asistencia obstétrica, que trabaja hace 40 años abriendo
caminos.
La
persecución del Consejo Regional de Medicina de Minas Gerais – CRMMG, que fue
el autor de este proceso inicial, tiene como objetivo simbólico, no por
accidente, el Hospital Sofía Feldman, porque golpea y amenaza la formación de
profesionales en el cambio de modelo obstétrico actual anticuado, que perpetua
la violencia en el parto y el nacimiento. La interdicción de la actuación de
médicos y de la Dirección Clínica y Técnica del HSF es una estrategia de destrucción
más inmediata.
En
resumen, se trata de un ataque de CRM-MG a los principios fundacionales del
SUS, en la medida que hiere los derechos de las mujeres y de los niños, impone
barreras de acceso al servicios públicos y políticas de salud basadas en
evidencias, a la mejor tecnología y en el derecho universal a la salud y a la
integralidad del cuidado, conforme a las necesidades de salud individuales y
colectivas.
Nosotros,
entidades, instituciones, movimientos, profesionales, ciudadanas y ciudadanos abajo
firmantes no permitiremos que esos ataques autoritarios, corporativistas queden
desapercibidos. Expresamos nuestro total repudio a esos consejos de clase
negacionistas y persecutorios y nuestra total solidaridad y apoyo a Ivo, a
João, a Lucas y a todo lo que Sofía Feldman representa. Queremos aquí
explicitar nuestro apoyo, nos colocamos donde siempre estuvimos, del lado de
aquellos profesionales y de todas y todos los que trabajen por la tan necesaria
reforma obstétrica en el Brasil.
#SomosSofia
#NasceLeonina #LeoninaLeonorÉNossa #CRMnoSUSBHnão #MexeucomoSofiaMexeucomTodas!
Assinam | Sign | Firman:
[última atualização: 18/08/2022 10h00]
Ishtar
BH - Espaço para Gestantes (grupo de apoio a gestação e maternidade)
Parto
do Princípio - Mulheres em Rede Pela Maternidade Ativa
ReHuNa
- Rede Nacional pela Humanização do Parto e Nascimento
Comitê
de Enfrentamento CRM no SUS-BH, NÃO!
Movimento
Nasce Leonina
Movimento
Leonina Leonor é Nossa
Sentidos
do Nascer
Minas
de Doulas - Associação de Doulas de Minas Gerais
Sofias
e Leoninas
Movimento
Bem Nascer
CEBES
- Centro Brasileiro de Estudos de Saúde
IBFAN
Brasil - Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar - International
Baby Food Action Network
Núcleo
de Pesquisas e Estudos em Saúde da Mulher e Gênero - NUPESMeG Universidade
Federal de Minas Gerais
Associação
Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras- ABENFO NACIONAL
Associação
Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras- ABENFO MG
Rede
Nacional Feminista Direitos Sexuais e Reprodutivos - RFS NACIONAL
Rede
Feminista de Ginecologistas e Obstetras
Associação
Brasileira de Enfermagem - ABEN
Coletivo
Alvorada-BH
Grupo
de Pesquisa - Gênero, Maternidade e Saúde - GEMAS - Faculdade de Saúde Pública-
Universidade de São Paulo
Comissão
Interinstitucional de Saúde da Mulher do Conselho Municipal de Saúde de Belo
Horizonte - CISAM/CMSBH
Equipe Bom Parto - AHMI
Equipe
Las Comadronas - PDP/RS
Coletivo
Clã das Lobas
Fórum
Mineiro de Saúde Mental
Frente
Mineira Drogas e Direitos Humanos
Associação
Nacional para Educação Pré-natal - ANEP Brasil
Associação
dos Usuários dos Serviços de Saúde Mental de Minas Gerais (ASUSSAM-MG)
Núcleo
de Estudos e Pesquisa em Saúde da Mulher e Gênero- Universidade Federal de
Minas Gerais
Colo
de Mãe, Grupo de Apoio à Gestação Parto e Puerpério
Felice
Filmes
Instituto
Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania - BH/MG
Fórum
dos Direitos Humanos, Diversidade, Equidade de Raça e Genero da Rede Unida
Coletivo
Resistencia MG
Marcha
Mundial das Mulheres
Centro
de Referência da Cultura Negra de Venda Nova
Sindsaudemg
Rede
Nacional de Advogados/as Populares - RENAP
Hospital
Geral Dr. César Cals de Oliveira
Coletivo
Pontos de Luta BH
RENILA
- Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial
Associação
de Usuários, Familiares e Amigos da Luta Antimanicomial de Palmeira dos
Índios/AL – ASSUMPI/AL
Associação
Loucos Por Você – Ipatinga/MG
Fórum
Cearense da Luta Antimanicomial/CE
Fórum
de Saúde Mental de Maceió/AL
Fórum
Gaúcho de Saúde Mental/RS
Fórum
da Luta Antimanicomial de Sorocaba – FLAMAS/SP
Movimento
da Luta Antimanicomial/PA
Movimento
Pró-Saúde Mental/DF
Núcleo
de Estudos Pela Superação dos Manicômios – NESM/BA
Núcleo
de Mobilização Antimanicomial do Sertão – NUMANS/PE-BA
Núcleo
Estadual da Luta Antimanicomial Libertando Subjetividades/PE
ABEn-Minas
Gerais
Indômitas
Coletiva Feminista
Instituto
Silvia Lane
GT
Gênero e Diversidade
Coletivo
BIL - Coletivo de Mulheres Bissexuais e Lésbicas Trans e Cis
Clínica
de Direitos Humanos da UFMG
Clínica
Cuidar
Núcleo
de sem casa santíssima trindade
Assessoria
Popular Maria Felipa
ANEPS-RJ
Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular e Saúde -
Núcleo Rio de Janeiro
Conselho
Regional de Psicologia da 4ª Região - Minas Gerais
Coletivo
Uai Basaglia
Observatório
de saúde mental/UnB
Conselho
Estadual de Saúde de MG
Comissão
Estadual de Reforma Psiquiátrica de MG
Sindicato
dos Farmacêuticos de Minas Gerais - Sinfarmig
Federação
Nacional dos Farmacêuticos - Fenafarr
Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela
Democracia (ABMMD)
Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares
- Assinem e divulguem o
manifesto pelo link: https://chng.it/mP6yTySM