"Estamos aqui pela Humanidade!" Comuna de Paris, 1871 - "Sejamos realistas, exijamos o impossível." Maio de 68

R. Hermilo Alves, 290, Santa Tereza, CEP: 31010-070 - Belo Horizonte/MG (Ônibus: 9103, 9210 - Metrô: Estação Sta. Efigênia). Contato: institutohelenagreco@gmail.com

Reuniões abertas aos sábados, às 16H - militância desde 2003.

terça-feira, 8 de março de 2022

8 DE MARÇO - DIA INTERNACIONAL DE LUTA DAS MULHERES!

Todas ao 

Ato 8 de Março 2022 - 8M Unificado RMBH

Mulheres do Fim do Mundo em Luta por Justiça Social.

Abaixo o capital! Fora Bolsonaro!

08/03 – 16H30

Praça da Liberdade - BH/MG

Este não é dia de celebração, é dia de resgate e reafirmação das energias transformadoras e revolucionárias da luta feminista. O terrorismo de Estado e do capital tem sido levado às máximas consequências pelo governo miliciano Bolsonaro (PL)/Mourão (Republicanos)/Forças Armadas - sustentado pelas bancadas boi/bala solta/bíblia/jaula. Trata-se de fascismo explícito, incrustado em todas as malhas do aparato repressivo/jurídico/legislativo/empresarial. A mídia corporativa é sua correia de transmissão, assim como o fundamentalismo cristão. Os donos do poder são homens, ricos, machistas, misóginos, patriarcalistas, sexistas, lgbtqia+fóbicos, racistas, colonialistas, escravocratas e belicistas ao extremo.

São das mulheres indígenas, negras, quilombolas, periféricas, lésbicas, trans e trabalhadoras os corpos mais atingidos pela opressão deste projeto de poder. Opressão exercida sempre no triplo recorte: gênero, raça e classe. Tal projeto de poder veio para tentar destruir todas as conquistas das lutas feministas e criminalizar definitivamente os Direitos Humanos e a diversidade.

O governo fascista e neoliberal Bolsonaro/Mourão consolidou o Brasil nos primeiros lugares do ranking mundial de feminicídios, estupros, violência doméstica, violência e assassinatos de LGBTQIA+. O país detém o primeiro lugar do planeta em transfeminicídios e o terceiro em população carcerária feminina. É o país do genocídio estrutural do Povo Negro e dos Povos Indígenas. Tem a polícia mais letal e tem também uma das maiores concentrações de renda/desigualdade social do mundo. São as mulheres as mais atingidas por tudo isto.

O genocídio sanitário (COVID-19) adotado como política de Estado – que levou a mais de 653 mil mortes evitáveis - aprofundou ainda mais o totalitarismo de mercado. De novo: as mulheres – sobretudo as negras e indígenas – são as mais atingidas. Houve aumento exponencial do desemprego, do trabalho precarizado, do arrocho salarial, do trabalho escravo, da fome endêmica, da carestia, da miserabilidade, da devastação ambiental, do esbulho das terras tradicionais indígenas e quilombolas, dos despejos e remoções forçadas, do desmonte dos serviços públicos, das privatizações predatórias. Houve lucros estratosféricos do sistema financeiro, dos bancos, do agronegócio/latifúndio, das gigantes farmacêuticas, empreiteiras e mineradoras. Os tais mercados ficam satisfeitos com morticínios e guerras.

A cruzada fundamentalista da ministra Damares Alves levou à risca como política de Estado o lema fascista adotado por Bolsonaro – Deus, pátria, família. Seu objetivo é criminalizar, aviltar e destruir as questões de princípio históricas e imprescritíveis da luta feminista: direito ao aborto livre, seguro e gratuito; livre orientação sexual e identidade de gênero; direito ao próprio corpo e sexualidade; livre exercício dos direitos sexuais e reprodutivos; direito ao parto humanizado; dignidade menstrual; libertação dos grilhões alienantes do trabalho doméstico. Além disso, o reconhecimento de que as instituições lar e família são as responsáveis pela manutenção do patriarcalismo estrutural hegemônico – herança onipresente do colonialismo e do escravismo. Lar e família são o espaço principal de todos os tipos de violência doméstica: espancamentos, estupros, feminicídios, transfeminicídios, pedofilia e violência contra idosas/os e vulneráveis.

Por tudo isto, a luta feminista tem que ser necessariamente Antimachista, Antipatriarcal, Antirracista, Anticolonial, Antifascista e Anticapitalista. Sabemos que a emancipação feminina – tão temida pelo sistema – só se realizará plenamente numa sociedade sem opressão, sem exploradores e exploradas/os. Daí a importância histórica e permanente desta luta e seu caráter autônomo e contra-hegemônico.

Deixamos aqui nossa saudação a todas as companheiras que tombaram na luta contra o terrorismo de Estado e do capital, na luta contra o racismo estrutural, contra o genocídio institucional do Povo Negro e dos Povos Indígenas, contra a lesbofobia e a transfobia. Nosso tributo às companheiras que caíram na luta contra a ditadura militar (1964 – 1985). Nossa homenagem à Segunda Marcha Nacional das Mulheres Indígenas em Brasília, em 2021, onde foi dado o grito de emancipação da terra, das florestas, das águas, das gentes e dos bichos contra o Estado, o capital e o latifúndio.  

Saudamos fortemente as trabalhadoras da cidade e do campo e as companheiras que persistem nesta luta nos morros, favelas, periferias, florestas, ocupações rurais e urbanas, fábricas e escolas. Destacamos as Trabalhadoras em Educação de Minas Gerais, hoje em paralização total rumo à Greve.

- VIVA A LUTA ANTIMACHISTA, ANTIPATRIARCAL, ANTIRRACISTA, ANTICOLONIAL, ANTIFASCISTA E ANTICAPITALISTA!

- DIREITO AO ABORTO LIVRE, SEGURO E GRATUITO!

-  TODO O APOIO ÀS  TRABALHADORAS DA CIDADE E DO CAMPO!

- TODO APOIO ÀS MORADORAS DE OCUPAÇÕES, VILAS, FAVELAS E PERIFERIAS!

- TODO APOIO ÀS MULHERES NEGRAS, QUILOMBOLAS, INDÍGENAS E DO FIM DO MUNDO!

- machistas, misóginos, patriarcalistas, sexistas, lgbtqia+fóbicos: NÃO PASSARÃO!

Belo Horizonte, 8 de Março de 2022

Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania – BH/MG

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