Todas ao
Ato 8 de Março 2022 - 8M Unificado RMBH
Mulheres do Fim do Mundo em Luta por Justiça Social.
Abaixo o capital! Fora Bolsonaro!
08/03 – 16H30
Praça da Liberdade - BH/MG
Este não é dia de
celebração, é dia de resgate e reafirmação das energias transformadoras e
revolucionárias da luta feminista. O terrorismo de Estado e do capital tem sido
levado às máximas consequências pelo governo miliciano Bolsonaro (PL)/Mourão (Republicanos)/Forças
Armadas - sustentado pelas bancadas boi/bala solta/bíblia/jaula. Trata-se de
fascismo explícito, incrustado em todas as malhas do aparato repressivo/jurídico/legislativo/empresarial.
A mídia corporativa é sua correia de transmissão, assim como o fundamentalismo
cristão. Os donos do poder são homens, ricos, machistas, misóginos, patriarcalistas,
sexistas, lgbtqia+fóbicos, racistas, colonialistas, escravocratas e belicistas
ao extremo.
São das mulheres indígenas,
negras, quilombolas, periféricas, lésbicas, trans e trabalhadoras os corpos mais
atingidos pela opressão deste projeto de poder. Opressão exercida sempre no
triplo recorte: gênero, raça e classe. Tal projeto de poder veio para tentar
destruir todas as conquistas das lutas feministas e criminalizar definitivamente
os Direitos Humanos e a diversidade.
O governo
fascista e neoliberal Bolsonaro/Mourão consolidou o Brasil nos primeiros
lugares do ranking mundial de
feminicídios, estupros, violência doméstica, violência e assassinatos de
LGBTQIA+. O país detém o primeiro lugar do planeta em transfeminicídios e o
terceiro em população carcerária feminina. É o país do genocídio estrutural do
Povo Negro e dos Povos Indígenas. Tem a polícia mais letal e tem também uma das
maiores concentrações de renda/desigualdade social do mundo. São as mulheres as
mais atingidas por tudo isto.
O genocídio
sanitário (COVID-19) adotado como política de Estado – que levou a mais de 653
mil mortes evitáveis - aprofundou ainda mais o totalitarismo de mercado. De
novo: as mulheres – sobretudo as negras e indígenas – são as mais atingidas.
Houve aumento exponencial do desemprego, do trabalho precarizado, do arrocho
salarial, do trabalho escravo, da fome endêmica, da carestia, da
miserabilidade, da devastação ambiental, do esbulho das terras tradicionais
indígenas e quilombolas, dos despejos e remoções forçadas, do desmonte dos
serviços públicos, das privatizações predatórias. Houve lucros estratosféricos
do sistema financeiro, dos bancos, do agronegócio/latifúndio, das gigantes
farmacêuticas, empreiteiras e mineradoras. Os tais mercados ficam satisfeitos com morticínios e guerras.
A cruzada fundamentalista
da ministra Damares Alves levou à risca como política de Estado o lema fascista
adotado por Bolsonaro – Deus, pátria,
família. Seu objetivo é criminalizar, aviltar e destruir as questões de
princípio históricas e imprescritíveis da luta feminista: direito ao aborto livre,
seguro e gratuito; livre orientação sexual e identidade de gênero; direito ao
próprio corpo e sexualidade; livre exercício dos direitos sexuais e
reprodutivos; direito ao parto humanizado; dignidade menstrual; libertação dos
grilhões alienantes do trabalho doméstico. Além disso, o reconhecimento de que
as instituições lar e família são as responsáveis pela manutenção do
patriarcalismo estrutural hegemônico – herança onipresente do colonialismo e do
escravismo. Lar e família são o
espaço principal de todos os tipos de violência doméstica: espancamentos,
estupros, feminicídios, transfeminicídios, pedofilia e violência contra
idosas/os e vulneráveis.
Por tudo isto, a
luta feminista tem que ser necessariamente Antimachista, Antipatriarcal, Antirracista,
Anticolonial, Antifascista e Anticapitalista. Sabemos que a emancipação
feminina – tão temida pelo sistema – só se realizará plenamente numa sociedade
sem opressão, sem exploradores e exploradas/os. Daí a importância histórica e
permanente desta luta e seu caráter autônomo e contra-hegemônico.
Deixamos aqui
nossa saudação a todas as companheiras que tombaram na luta contra o terrorismo
de Estado e do capital, na luta contra o racismo estrutural, contra o genocídio
institucional do Povo Negro e dos Povos Indígenas, contra a lesbofobia e a
transfobia. Nosso tributo às companheiras que caíram na luta contra a ditadura
militar (1964 – 1985). Nossa homenagem à Segunda Marcha Nacional das Mulheres
Indígenas em Brasília, em 2021, onde foi dado o grito de emancipação da terra,
das florestas, das águas, das gentes e dos bichos contra o Estado, o capital e
o latifúndio.
Saudamos
fortemente as trabalhadoras da cidade e do campo e as companheiras que
persistem nesta luta nos morros, favelas, periferias, florestas, ocupações
rurais e urbanas, fábricas e escolas. Destacamos as Trabalhadoras em Educação
de Minas Gerais, hoje em paralização total rumo à Greve.
- VIVA A LUTA ANTIMACHISTA, ANTIPATRIARCAL,
ANTIRRACISTA, ANTICOLONIAL, ANTIFASCISTA E ANTICAPITALISTA!
- DIREITO AO ABORTO LIVRE, SEGURO E
GRATUITO!
- TODO O APOIO ÀS TRABALHADORAS DA CIDADE E DO CAMPO!
- TODO APOIO ÀS MORADORAS DE OCUPAÇÕES,
VILAS, FAVELAS E PERIFERIAS!
- TODO APOIO ÀS MULHERES NEGRAS,
QUILOMBOLAS, INDÍGENAS E DO FIM DO MUNDO!
- machistas, misóginos, patriarcalistas,
sexistas, lgbtqia+fóbicos: NÃO PASSARÃO!
Belo Horizonte, 8 de Março de 2022
Instituto Helena Greco de Direitos
Humanos e Cidadania – BH/MG
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