segunda-feira, 7 de março de 2022

TODO APOIO À LUTA DAS/OS TRABALHADORAS/ES EM EDUCAÇÃO/MG! ABAIXO O 'GOVERNO DIFERENTE' E O 'ESTADO EFICIENTE', QUE ESMAGAM A GENTE!

        Minas Gerais tem um dos governos mais bolsonaristas do país. O neoliberalismo e o fascismo do governo Bolsonaro (Partido Liberal/PL) são reproduzidos por Romeu Zema (partido Novo) sobretudo no seu projeto de destruição total da Educação Pública e na criminalização e desqualificação das/os Trabalhadoras/es em Educação.

       Desde 2019, Zema tem empreendido sistemática e feroz escalada rumo à privatização e militarização das escolas: o chamado Projeto Mãos Dadas; o chamado Projeto Somar; as tentativas contumazes de implementação de escolas cívico-militares.

O Projeto Mãos Dadas institui a municipalização forçada e vertical, sem a menor condição financeira para tal e sem qualquer diálogo com a comunidade escolar. O Projeto Somar entrega a gestão das escolas e verbas públicas à iniciativa privada – trata-se da financeirização da Educação. Na prática: sucateamento do serviço público, fragmentação, terceirização, precarização, arrocho salarial e desemprego. As escolas cívico-militares, por sua vez, seriam geridas por militares de carreira, os quais substituiriam as/os Trabalhadoras/es em Educação. Assim, as escolas públicas se tornariam definitivamente instituições totais.

        Este aniquilamento ultraneoliberal da Educação Pública fica mais evidente ainda no descarado calote dado pelo governador no Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB) – conjunto de recursos destinados por lei exclusivamente ao financiamento da manutenção e desenvolvimento da Educação Básica Pública. O FUNDEB foi criado pela Emenda Constitucional 53/2006, conquista da luta da categoria. Além de não investir o mínimo legal de 25% na Educação, Zema simplesmente embolsou o FUNDEB. Sete bilhões de reais são desviados pelo governador para outras finalidades – sempre reforçando a iniciativa privada (como banco Itaú, Instituto Natura, Jovem de Futuro/Instituto Unibanco) em detrimento da Educação Básica Pública. Como se não bastasse, o pessimamente chamado Novo Ensino Médio, que começou a ser implementado neste ano, traz na sua essência toda esta lógica de privatização e desmonte da Educação Pública, gratuita e de qualidade.

      As/os Trabalhadoras/es em Educação são submetidas/os, assim, à precarização e à desqualificação mais extremas e recebem salário de fome. Romeu Zema se recusa terminantemente a cumprir o Piso Salarial Profissional Nacional, direito constitucional conquistado na luta (Lei 11. 738/2008, confirmado na Lei Estadual 21.710/2015 e Emenda Constitucional 97/2018). Este deve ser pago a todas as oito carreiras da Educação Básica pela carga horária de 24 horas semanais. O valor do piso é R$3.845,63. O salário básico atual das/os professoras/es – congelado desde 2017 - fica entre R$1.990,00 e R$2.135,64. Ao invés de cumprir a lei – pagar o piso - o governador quer forçar a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) que determina o congelamento de salários e carreiras das/os Servidoras/es Públicas/os por até 9 anos. Determina também a proibição de concursos e de contração de Trabalhadoras/es em Educação e a privatização de estatais Tudo em nome da austeridade necroneoliberal. Além disto, o PL 3.399/21 prevê a extinção de milhares de cargos efetivos na Educação Pública: 4.810 cargos de Professor da Educação Básica, 445 cargos de Especialista da Educação Básica, 1.607 cargos de Auxiliar de Serviços da Educação Básica, 38 cargos de Diretor de Escola.

        Durante a pandemia de COVID-19 – que já provocou a morte de mais de 652 mil pessoas no Brasil – o desmonte da Educação Básica Pública, a superexploração das/os trabalhadoras/es e o descaso com as/os estudantes foram  levados às máximas consequências. O governo Zema implementou um método absolutamente caótico e perverso de matrícula de estudantes e designação de profissionais. As/os professoras/os têm sido sobrecarregadas/os com trabalho alienado burocrático de preenchimento de incontáveis anexos, o que toma o tempo de estudo, de preparação das aulas e de descanso. Além disso, professoras/es no desgastante ensino remoto foram tratadas/os como se não estivessem trabalhando – chegaram a ser chamadas/os de vagabundos por setores governamentais e privados. Não houve nenhum suporte técnico e assistência à comunidade escolar.

Zema tem mentido em todos os meios de comunicação e mídia corporativa dizendo que cumpriu os protocolos e forneceu os meio necessários para ensino remoto. Trabalhadoras/es em Educação tiveram que tirar do próprio bolso para dar conta do ensino remoto, estudantes foram extremamente prejudicadas/os. Além da ausência de internet e equipamentos necessários, não houve entrega suficiente de Planos de Estudos Tutorados (PETs) impressos do ensino remoto destinados aos estudantes. Muitas/os Trabalhadoras/es em Educação (especialistas, supervisoras, secretárias) tiveram que se submeter ao árduo trabalho de fotocopiar o material nas suas próprias escolas para garantir a entrega às/aos estudantes – muitas/os se infectaram com COVID-19. A Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) não se deu a este trabalho.

O governador chegou ao cúmulo de obrigar as/os Auxiliares de Serviço da Educação Básica (ASBs) a reporem os dias em que as escolas não estavam funcionando com ensino presencial. E ainda impôs a reposição da Greve Sanitária. Esta greve foi declarada ilegal pela justiça e as professoras/es foram obrigadas/os pelo governo Zema a trabalhar presencialmente. Resultado: dezenas de escolas fechadas por causa de centenas de casos de COVID-19. Casos abafados pelo governo, escolas privadas e mídia corporativa. Há problemas de nomeação de concursadas/os. Há diminuição de vagas para designadas/os por conta da municipalização e da investida do setor privado e militar.  

      É contra esta necropolítica ultraneoliberal dos governos Zema e Bolsonaro que as/os Trabalhadoras/es em Educação estão mobilizadas/os – sempre em luta pela Educação Pública, gratuita e de qualidade. A categoria da rede estadual/MG fará Assembleia no dia 8 de março/2022 – Dia Internacional das Mulheres - com paralização total das atividades e indicativo de Greve por tempo indeterminado. Lembrando que mais de 80% da categoria são mulheres. No dia 16 de março/2022 haverá Greve Nacional da Educação. As Trabalhadoras/es em Educação têm todo o nosso apoio e solidariedade de classe! Em tempos de fascismos e privatizações, a Greve Geral é mais do que necessária!

VIVA A LUTA DAS/OS TRABALHADORAS/ES EM EDUCAÇÃO/MG!

FORA ZEMA! FORA BOLSONARO!

PELA EDUCAÇÃO PÚBLICA, GRATUITA E DE QUALIDADE!

NÃO AO DESMONTE E NÃO ÀS PRIVATIZAÇÕES!

#ZemaPagueaEducação

#ZemaPagueoPiso

#OPisoÉLei

#NãoaoRRF

NÃO EXISTE PISO SALARIAL COM O REGIME DE RECUPERAÇÃO FISCAL!

Belo Horizonte, 7 de março de 2022

Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania – BH/MG

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