Seria
uma atitude ingênua esperar que
as
classes dominantes desenvolvessem
uma
forma de Educação que proporcionasse
às
classes dominadas perceber
as
injustiças sociais de maneira crítica.
Quando
a Educação não é libertadora,
o
sonho do oprimido é ser o opressor.
Paulo
Freire
Paulo Freire, além de gigante, é eterno.
Patrono da Educação Brasileira é considerado um dos maiores educadores – na
teoria e na prática. Natural de Recife/PE, Paulo Freire implementou seu método
revolucionário de alfabetização em Pernambuco e no Rio Grande do Norte, de 1961
a 1963. É histórica a experiência de Angicos/RN, onde 300 cortadores de cana
aprenderam a ler e a escrever em 45 dias.
O Método Paulo Freire é o combate ao que
ele chama de educação bancária. Para
Paulo Freire, educadores e educandos são igualmente sujeitos aprendentes
permanentes. Não são objetos transmissores (no caso dos educadores) ou
receptores (no caso dos educandos) de um conhecimento instituído pela ideologia
dominante. São, isto sim, sujeitos produtores de saberes cujo princípio é a
transformação da realidade na perspectiva autoemancipatória. Para ele, a
leitura do mundo precede a leitura da escrita – dialeticamente, uma não pode
acontecer sem a outra. O Método Paulo Freire se construiu como instrumento de
luta: é Anticapitalista, Anti-imperialista e Antirracista.
De
1964 a 1979, Paulo Freire foi submetido a 15 longos anos de exílio, pela
ditadura militar (1964-1985). Em 1964, Paulo Freire foi compulsoriamente
aposentado pela Universidade Federal de Pernambuco, onde lecionava História e
Filosofia. Ficou preso durante 70 dias, depois expulso do país – tornou-se
apátrida, a ditadura cassou até seu passaporte. Só voltou em agosto de 1979. Ele
era considerado pelo sistema um dos oito maiores inimigos internos, absolutamente indesejáveis pelo regime. Foi
classificado de inimigo da nação, perigoso subversivo e ignorante absoluto (sic). Tal como faz
agora o governo genocida de Bolsonaro/Mourão, suas milícias e seus generais,
todos entusiastas da ditadura militar.
A
excelência da pedagogia crítica do Método Paulo Freire foi comprovada
empiricamente em todo o mundo. Sobretudo em países da África nos anos 1970, em
pleno processo de luta de libertação contra o colonialismo/imperialismo
europeu: Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe. Ao repertório
revolucionário freiriano foram acrescentados o aporte decolonial de Frantz
Fanon e Amilcar Cabral.
Paulo
Freire sempre se colocou como militante de uma práxis pedagógica que hoje, mais
do que nunca, permanece atual, necessária e presente!
COMPANHEIRO
PAULO FREIRE (1921 - 1997):
PRESENTE,
HOJE E SEMPRE!
Belo Horizonte, 19
de setembro de 2021
Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania - BH/MG