sábado, 3 de setembro de 2022

ESCALADA DA MATANÇA PERPETRADA PELA POLÍCIA MILITAR/MG

A polícia deste país é considerada uma das mais letais do mundo. Esta letalidade sistêmica se caracteriza pelo racismo estrutural, a misoginia, o ódio à diversidade e aos Direitos Humanos. Trata-se de uma polícia que persegue, subjuga, tortura, prende e mata negras/os, trabalhadoras/es, periféricas/os  todos os dias. Ela está aí para proteger os ricos e conter as/os pobres do campo e da cidade - braço armado do capital e do Estado. Tem no prontuário o genocídio institucional do Povo Negro e dos Povos Indígenas.

Estes massacres são tão frequentes que se banalizaram e se naturalizaram. O excludente de ilicitude (direito de torturar e matar) constitui a essência da repressão policial, sobretudo no governo fascista Bolsonaro (PL)/Mourão (Republicanos).

A polícia militar (PMMG) do governo Zema (partido Novo) – um dos mais privatistas e bolsonaristas de todos – é useira e vezeira deste protocolo. No dia 16 de julho deste ano, o jovem negro Marcos Vinícius Vieira Couto (29 anos) foi executado à queima roupa com três tiros pelo sargento PM Rodrigo Figueiredo Gomes, na Vila Barraginha, em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte. No dia 19 de agosto, o adolescente Pedro Henrique Costa (15 anos) foi executado com cinco tiros por um tenente e um cabo PM na Vila Embaúbas, Região Oeste de Belo Horizonte. No dia 22 de agosto, um homem foi abatido a tiros pela PMMG na região Centro-sul da cidade. Seu nome não foi divulgado. No dia 30 de agosto, a PMMG executou com dois tiros Gleisson Sedinez da Silva (37 anos) no Aglomerado Cabana do Pai Tomás, também na Região Oeste. Os nomes dos assassinos de Pedro Henrique e Gleisson não foram revelados. São todos do 5º Batalhão da Polícia Militar.

O comando da PMMG não só justificou estas execuções, como as considerou bem sucedidas. Seu argumento – baseado na arraigada cultura do confronto e do extermínio - é o mesmo brandido pelo aparato repressivo em todo o país: o famigerado auto de resistência. Sempre com a cobertura do tal excludente de ilicitude. Estes não são fatos isolados: trata-se de prática sistemática da PMMG sustentada por cadeia de comando. Além dos policiais assassinos, a PMMG e o governo Zema são os responsáveis por tudo isto. Durante a Greve pelo piso salarial das/os Trabalhadoras/es em Educação, o Governador Romeu Zema utilizou ferozmente a polícia militar.

As comunidades onde ocorreram estes massacres continuam a ser barbarizadas pela PMMG – sofrem cerco e ameaças constantes. Suas/seus moradoras/es estão mobilizadas/os em manifestações permanentes para denunciar o cotidiano de violência policial a que são submetidas/os. As/os familiares, amigas/as e companheiras/os de Marcos Vinícius Vieira Couto, Pedro Henrique Costa e Gleisson Sedinez da Silva têm nossa solidariedade incondicional, extensiva a todas/os moradoras/es das comunidades.

PELO FIM DAS INVASÕES POLICIAIS NOS MORROS, VILAS, FAVELAS E OCUPAÇÕES!

PELO DESMANTELAMENTO DO APARATO REPRESSIVO! NÃO ACABOU, TEM QUE ACABAR...!

FORA ZEMA! BOLSONARISMO NUNCA MAIS!

TODA SOLIDARIEDADE ÀS COMUNIDADES NOVA BARRAGINHA E CABANA!

MARCOS VINÍCIUS VIEIRA COUTO: PRESENTE!

PEDRO HENRIQUE COSTA: PRESENTE!

GLEISSON SEDINEZ DA SILVA: PRESENTE!

Belo Horizonte, 03 de setembro de 2022

Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania – BH/MG


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