Não pagar as contas e levantar grandes
manifestações para derrotar a
privatização da
água e as tentativas de criminalização
da luta
Ouro Preto, 02 de novembro de 2022
A
luta do povo de Ouro Preto contra a privatização da água saltou da vitoriosa
resistência de bairros e distritos contra a instalação dos hidrômetros, que
impediu por um ano a empresa de iniciar suas cobranças abusivas, para uma
vigorosa jornada de manifestações que, crescendo como uma grande torrente, está
ganhando a adesão cada vez maior de todo o povo. As últimas três grandes
manifestações (dias 10, 19 e 26 de Outubro), com a vitoriosa ocupação da
prefeitura, selaram a aliança entre estudantes da UFOP, secundaristas,
professores, e trabalhadores. Foi só o começo da resposta do povo ouro-pretano
ao início das cobranças abusivas por consumo em 4 de outubro e já fez
estremecer toda a cidade. Hoje, marchamos para expulsar a Saneouro com grandes
manifestações e uma estrondosa campanha para que ninguém pague as contas
absurdas unindo todo o povo para derrotar a privatização da água.
Com
mais de um ano amargando prejuízos enormes, inteiramente desmoralizados e a
ponto de sofrer uma retumbante derrota em seus planos de privatizar a água, os
donos da Saneouro entraram em desespero e se unem com seus serviçais da
Prefeitura e da Câmara de vereadores para atacar o povo em luta, em uma vã
tentativa de frear a grande torrente que ameaça enviálos de volta para a Coreia
do Sul. Esta grande jornada de manifestações sacudiu Ouro Preto e a cindiu em
dois, de um lado está o povo, trabalhadores, estudantes, comerciantes,
intelectuais honestos e todos que lutam contra a privatização da água e, de
outro, estão os donos da Saneouro e todos aqueles que se beneficiam do roubo
das riquezas naturais, do suor e do trabalho do povo ouro-pretano.
A
campanha contra a privatização da água enfrentou e superou todo o tipo de
ataques por parte da empresa e seus serviçais nas instituições do velho Estado.
Desde o início com a resistência nos bairros e distritos, o povo ouro-pretano
enfrentou chantagens, coações e ameaças por parte da empresa, de corte do
fornecimento de água e de cobranças para futuras instalações de hidrômetros.
Frente a sua indomável resistência a empresa passou a utilizar a Polícia
Militar e a Guarda Municipal como segurança privada para forçar os moradores a
aceitarem a instalação e para ameaçar de prisão ativistas do Comitê Sanitário e
lideranças dos bairros e distritos num processo crescente de criminalização do
movimento popular.
Agora
a vigorosa jornada de lutas que une os ouropretanos formando grande opinião
pública contrária a privatização enfrenta o mais odioso ataque por parte da
empresa e seus cães de guarda. Os recentes episódios o provam: a violenta
repressão da Guarda Civil Municipal Acima a ESQUERDA: povo marcha pelas ruas
pelo Fora Saneouro! A água é do povo! em 26/10, ao CENTRO: Vitoriosa ocupação
da prefeitura no dia 19/10 e a DIREITA: Povo leva contas à prefeitura no dia
19/10 Ouro Preto, 02 de novembro de 2022 contra a justa e legítima ocupação da
prefeitura no último dia 19/10; a nota oficial da administração municipal
lançando falsas acusações contra os manifestantes para justificar a repressão
policial e; a campanha de calúnias e ameaças à integridade física e ao livre
exercício de sua profissão contra o ativista do Comitê Sanitário de Defesa
Popular, professor e coordenador do curso de licenciatura em Física da UFOP,
Marcos Calazans, proferidas desde a tribuna da Câmara Municipal em reunião
pública realizada no dia 27/10 pelos vereadores Wanderley Rossi Júnior/PT vulgo
“Kuruzu”, Naércio França Ferreira/ Republicanos e Júlio César Ribeiro Gori/PSC.
Todas essas ações são resposta da Saneouro ao avanço da campanha contra a
privatização no objetivo de intimidar e coagir o povo por meio da
criminalização da luta. Ressaltamos uma vez mais, só há dois lados e todo
ataque aos que lutam contra a privatização da água, todo ato de violência
cometido contra as legítimas manifestações, toda tentativa de criminalizar a
justa luta do povo e os membros do Comitê Sanitário de Defesa Popular serve aos
planos da Saneouro para seguir roubando nossas riquezas naturais e explorando o
povo de Ouro Preto.
Compreendemos
que, com essa odiosa campanha de criminalização orquestrada desde a tesouraria
da Saneouro, querem nos fazer recuar e aceitar migalhas para, assim, proporem
um pérfido acordo de revisão de tarifas a partir da protelação do contrato e
enganação à população com falsas promessas eleitoreiras. Que não nos
confundamos! A criminalização da justa e legítima luta contra a privatização da
água em Ouro Preto é resposta desesperada da Saneouro e seus serviçais na Câmara
de Vereadores e no poder executivo municipal, administrado pelo Sr. Ângelo
Osvaldo/PV, diante das vitórias de nossa luta e do novo momento que entramos no
qual escorraçaremos esses sanguessugas.
Foram as ações combativas das massas populares que impediram que essa empresa privada estrangeira implementasse seu plano de saqueio, exploração do povo e de nossas riquezas naturais. Chegamos ao momento de serrarmos fileira sob a consigna de “Fora Saneouro! A água é do povo!” e com nossas ações expulsarmos esses exploradores estrangeiros. Não pagaremos as contas abusivas e levantaremos grandes manifestações para acabar de estrangulá-los e escorraçá-los de Ouro Preto. Conclamamos a todas as entidades democráticas, sindicatos e associações de bairros e distritos, estudantes, professores, comerciantes e trabalhadores a repudiar os ataques aos ativistas do Comitê Sanitário e toda tentativa de criminalização da luta contra a privatização da água. Apoiar e divulgar a luta contra a privatização da água, pois essa não é apenas uma questão econômica do povo ouro-pretano, é parte da luta contra a dominação imperialista e pela nacionalização e industrialização das riquezas naturais de nosso país. Conclamamos a todo o povo de Ouro Preto a intensificarmos essa grande jornada de lutas, organizando reuniões nos bairros, assembleias e prepararmos as próximas e maiores manifestações do povo para derrotar a privatização da água!
Exigimos:
✓ O cancelamento do contrato entre a prefeitura de Ouro Preto e a empresa Saneouro que estabelece a privatização da água no município e imediata suspensão das abusivas cobranças por consumo;
✓ Investigação e punição dos responsáveis, mandantes e executores, da violenta repressão da Guarda Civil Municipal contra a legítima manifestação na prefeitura de Ouro Preto no dia 19/10;
✓ Responsabilização e punição civil, administrativa e criminal contra os vereadores Wanderley Kuruzu/ PT, Naércio França Ferreira/Republicanos e Júlio César Ribeiro Gori/PSC pelos crimes de injúria, difamação e ameaças à integridade física ao ativista do Comitê Sanitário de Defesa Popular e professor da UFOP, Marcos Calazans;
✓ Fim imediato das ameaças contra o livre exercício da atividade profissional do professor Marcos Calazans e, por conseguinte, contra a autonomia universitária da UFOP por parte de representantes do poder executivo e legislativo de Ouro Preto;
Fora Saneouro! A água é do povo!
Não pague a Saneouro!
Abaixo a criminalização da luta contra a privatização da água!
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