quarta-feira, 1 de maio de 2024

★ 1º DE MAIO DE 2024: DIA INTERNACIONAL DE LUTA DA CLASSE TRABALHADORA!

Vivemos nos tempos sombrios de consolidação do ultraliberalismo cujo verdadeiro nome é totalitarismo de mercado. A política econômica do governo federal segue à risca a sua cartilha. O tal arcabouço fiscal aprovado tem a mesma lógica do famigerado teto de gastos que propôs substituir. Trata-se da escalada do privatismo sistêmico, da uberização da força de trabalho, do arrocho salarial. A greve das/dos trabalhadoras/es das universidades e institutos técnicos federais desvela o desmonte da educação pública em curso: o governo oferece 0% de reajuste. Não há perspectiva alguma de negociação.

Fazem parte deste cenário o desmonte escancarado também das políticas públicas de saúde, moradia, transporte, saneamento. As contrarreformas fiscal, trabalhista e previdenciária permanecem em vigor. O infame Novo Ensino Médio coloca em risco a categoria das/dos Trabalhadoras/es em Educação e a própria Educação enquanto tal.

Vivemos no país de maior concentração de renda e desigualdade social do mundo. Enquanto os super ricos auferem os maiores lucros do planeta, a maioria da população se equilibra no limiar da linha de miséria e da insegurança alimentar. Mais da metade da força de trabalho está na informalidade. Recebe salários de fome. Aviltamento das condições de vida e trabalho semelhante à escravidão são práticas rotineiras.

Em Minas Gerais, o governador bolsonarista/fascista Romeu Zema (Partido Novo) leva esta política de destruição às máximas consequências. Tem como método de governo dar fim aos serviços públicos. A deletéria privatização do Metrô da Região Metropolitana de Belo Horizonte desencadeou a escalada de sua sanha privatista. Centenas de trabalhadoras/es foram demitidas/os. Agora ele partiu para cima da COPASA, CEMIG, GASMIG, CODEMIG e CODEMGE.  Zema  sequestrou os recursos do FUNDEB e interditou o Piso Salarial Nacional da Educação (direito constitucional). A rede estadual de educação está devastada. As/os Trabalhadoras/es em Educação  têm os piores salários do país. As Auxiliares de Serviço recebem 900 reais por mês por 30 horas semanais.

Por sua vez, o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD) está igualmente determinado a precarizar e privatizar sem limites as redes municipais de educação e de saúde. Belo Horizonte tem o pior e mais caro sistema de transporte público (¿) do país. O projeto ecocida de construção da pista de stock car na Pampulha já provocou o assassinato de centenas de árvores centenárias em toda a cidade. Os efeitos deste empreendimento absurdo podem ser irreversíveis em todos os níveis: qualidade de vida, meio ambiente, biodiversidade, segurança sanitária. Fica ainda mais evidente que são as grandes empreiteiras e os rentistas que traçam a política urbana. Esta tem na sua essência os mais extremos privatismo, higienismo e segregacionismo.

A luta da classe trabalhadora contra o totalitarismo de mercado, portanto é estrutural e permanente. Este projeto de destruição e morte atinge mais o Povo Negro, os Povos Indígenas, as populações periféricas e faveladas. As mulheres negras são triplamente exploradas – opressão de gênero, de raça e de classe. A polícia mais letal do mundo mata trabalhadores todo dia – negros e periféricos sobretudo. As lutas da classe trabalhadora na cidade, no campo e na floresta são criminalizadas e reprimidas. Aumenta exponencialmente a violência do Estado, do agronegócio, das empresas mineradoras, das empreiteiras contra os movimentos que lutam pelo direito à terra para quem nela vive e trabalha e pelo direito originário à terra dos Povos Indígenas. 

Neste 1º de Maio reafirmamos a necessidade de resgatar a ancestralidade combativa e libertária da classe trabalhadora. Prestamos tributo à luta plurissecular do Povo Negro e dos Povos Indígenas contra o colonialismo racista e escravocrata. Prestamos tributo à luta secular da classe operária, alvo das investidas do totalitarismo de mercado. Este procura destruir todas as conquistas da classe trabalhadora desde o início do século passado. Neste país, a tentativa de destruição da memória desta luta é matéria de longa duração.

VIVA A LUTA INDEPENDENTE E COMBATIVA DA CLASSE TRABALHADORA!

VIVA A GREVE DAS/DOS TRABALHADORAS/ES DAS UNIVERSIDADES E INSTITUTOS TÉCNICOS FEDERAIS!

PELA REVOGAÇÃO DAS CONTRARREFORMAS NECROLIBERAIS (TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA)!

NÃO AO ARCABOUÇO FISCAL!

ABAIXO O NOVO ENSINO MÉDIO!

ABAIXO AS PRIVATIZAÇÕES!

ABAIXO O TERRORISMO DE ESTADO E DO CAPITAL!

PALESTINA LIVRE, DO RIO AO MAR!

Belo Horizonte, 1º de Maio de 2024

Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania – BH/MG


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