Voltamos
às ruas para reafirmar o caráter emancipatório, Antirracista, Anticolonial, Antifascista
e Anticapitalista da luta feminista. É nossa luta permanente contra a exploração,
o patriarcalismo e pela defesa do direito ao aborto legal, seguro e gratuito.
A legislação
brasileira de aborto é das mais atrasadas do mundo. A ofensiva para
restringi-la ainda mais vem de homens brancos, ricos, héteros, misóginos,
machistas, fundamentalistas cristãos, patriarcalistas e escravocratas. Dominam o congresso nacional e os legislativos
e executivos estaduais e municipais. Como as Forças Armadas, a burguesia é
fascista por definição.
O
Brasil é um dos campeões mundiais em violência de gênero: feminicídio,
violência doméstica, estupros, pedofilia, degradação de idosas e pessoas com
deficiência. Também em número de estupros de crianças e adolescentes e daquelas
que engravidaram por causa disto. Detém o primeiro lugar em transfeminicídio. Tem
a terceira população carcerária feminina.
O
país é um dos primeiros em desigualdade social e concentração de renda, de
terras, do aparato midiático e em casos de trabalho escravizado. O terrorismo
de Estado e do capital atinge sobretudo as mulheres. Elas são superexploradas na
dupla jornada imposta – no emprego e em casa. É essencial o fim da dupla
jornada e da escorchante jornada de trabalho 6X1.
O
capitalismo ataca triplamente os corpos femininos: por causa do gênero, da
etnia e da classe. Esta interseccionalidade deve informar a nossa luta. Vivemos
no país que tem a segunda população negra do planeta. É também o país do
genocídio institucional do Povo Negro e dos Povos indígenas. Tem a polícia que
mais mata no planeta.
A
luta feminista é internacionalista. Prestamos tributo à resistência do Povo
Palestino, às mulheres e crianças palestinas chacinadas pelo Estado
nazissionista de Israel. Nossas homenagens às companheiras vítimas do
terrorismo de Estado e a todas que continuam a combatê-lo. Nossas homenagens às
companheiras que tombaram na luta contra a ditadura militar (1964-1985).
Belo Horizonte, 8 de março de 2025
Instituto Helena Greco de Direitos
Humanos e Cidadania - BH/MG
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