segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

PRISÃO DE ALUNO DO COLÉGIO PADRE EUSTÁQUIO

Nota sobre a prisão de um aluno do Colégio Padre Eustáquio 
Belo Horizonte, 29 de novembro de 2012
Na manhã do dia 30 de novembro de 2012, a Polícia Militar de Minas Gerais-PMMG demonstrou, mais uma vez, a truculência de seu papel opressivo frente à sociedade de Belo Horizonte. Um aluno do terceiro ano do ensino médio do colégio Padre Eustáquio foi preso na porta da escola, de onde acabara de sair – estava, portanto, uniformizado - sob a  alegação genérica e abusiva de desacato à autoridade. Ele foi levado algemado para a delegacia.  A tentativa da direção do colégio de impedir a prisão foi em vão. A PMMG não abriu  diálogo, não notificou os pais do estudante e  o levou preso.
  O estudante participava da comemoração do último dia de aula – o último dia que passaria no colégio.  É esperado, então, que todos  que  passam para outra fase de suas vidas manifestem a sua euforia e a sua expectativa coletivamente. Juntamente com  seus colegas ele pintava o rosto e brincava com balões de água. A PMMG, cuja prática é caracterizada pela criminalização dos pobres e de suas  lutas,  está a criminalizar também o encontro festivo de jovens estudantes secundaristas – em sua maioria, menores de idade. Os policiais, Sgt. Edgar, Sgt. Vasconcelos e Sgt. Bárbara, abordaram os estudantes como se fossem inimigos perigosos: com violência, agressividade, ameaças.   Tal violência remete aos tempos da ditadura militar: trata-se da interdição do encontro e da confraternização.
            Com a truculência que lhes é peculiar, os policiais militares chegaram dispostos a expulsar os estudantes da praça contígua ao colégio.  O aluno afirmou que se tratava de espaço público onde todos, portanto, tinham direito de ficar. Bastou isso para que os policiais o algemassem e ainda o ameaçassem com espancamento. Os policiais possuíam  cacetetes e estavam prontos para utilizá-los contra os jovens.
Nós, do Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania, repudiamos com veemência mais esta agressão da PMMG, da mesma forma que temos repudiado a violência policial cotidiana contra a luta da classe trabalhadora, contra a juventude negra e pobre, contra os moradores das ocupações, das vilas e favelas.  Nesta semana mesmo houve mais uma ofensiva sangrenta da Polícia Militar no Aglomerado da Serra, o que deixa bem clara a ação opressora da PMMG sobre a cidade. É o mesmo princípio: trata-se da militarização da sociedade e da mais intolerável regulação do espaço público.
Nós, do Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania, manifestamos irrestrita solidariedade ao estudante preso e a seus colegas e familiares e à direção do colégio que, com certeza, também foi agredida neste episódio.
Ass.: Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania
Abaixo a repressão!
Pelo desmantelamento do aparato repressivo do Estado!
Abaixo a interdição e privatização do espaço público!
Pela desmilitarização da cidade!

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