sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

MANIFESTO EM DEFESA DO MEMORIAL DE DIREITOS HUMANOS DE MINAS GERAIS

MANIFESTO EM DEFESA DO MEMORIAL DE DIREITOS HUMANOS DE MINAS GERAIS

Belo Horizonte, 10 de Dezembro de 2021

O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos de Minas Gerais (CONEDH) vem a público manifestar-se em apoio à efetiva implantação do Memorial de Direitos Humanos no antigo edifício do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), localizado na avenida Afonso Pena, 2.351, em Belo Horizonte.

Nós, membros do CONEDH e demais signatários deste Manifesto, clamamos às autoridades dos Poderes Públicos do Estado que mobilizem-se para destinar os recursos orçamentários necessários e tomar as medidas cabíveis para preservar a memória deste lugar histórico e assegurar o pleno funcionamento do Memorial, com a inauguração e permanente abertura do espaço ao público.

O Memorial de Direitos Humanos foi criado pela Lei nº 13.448, de 10 de janeiro de 2000, e a instalação desse centro de memória na antiga sede do DOPS é movida pelas lutas de resistentes, ex-presos políticos, familiares de mortos e desaparecidos políticos e defensores dos direitos humanos.

Esta é uma dívida do Estado com a sociedade mineira e brasileira. Este Manifesto soma-se às reivindicações populares e de movimentos sociais que perduram há três décadas, com o propósito de reiterar que a antiga sede do DOPS foi um centro de detenção e tortura e, portanto, o Estado tem o dever inderrogável de transformá-lo num centro de memória e cidadania como medida de reparação e garantia de não repetição das atrocidades cometidas em períodos ditatoriais.

Em tempos de reiterados ataques à democracia e aos direitos humanos, reconhecemos nos direitos à memória, verdade e justiça algumas das vias legais e éticas para esperançar pela cidadania efetiva e trazer o oxigênio da verdade histórica, com vistas ao fortalecimento da Democracia, ainda em cotidiana e paulatina construção.

Continuaremos reivindicando às autoridades públicas, dos três poderes, que assegurem o cumprimento da Lei nº 13.448/2000 através da efetiva inauguração do Memorial no antigo prédio do DOPS. Dessa forma, conclamamos a união de esforços e o compromisso das autoridades governamentais do Executivo com a implementação do Memorial, assim como o apoio dos poderes Legislativo e Judiciário e da sociedade civil para evitarmos qualquer retrocesso na destinação do prédio endereçado à avenida Afonso Pena, 2.351, para o Memorial de Direitos Humanos de Minas Gerais.

Este é, também, um manifesto em memória daqueles cidadãos e cidadãs que, por se oporem ao autoritarismo e ao arbítrio e lutarem pela democracia e justiça social tiveram sua dignidade e liberdades individuais violadas pelo aparato repressivo da Ditadura Militar.

Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça! Ditadura Nunca Mais!

Aderem a este Manifesto:

1. Comissão da Verdade dos Trabalhadores e do Movimento Sindical de Minas Gerais (COVET-MG) 2. Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Minas Gerais (OAB-MG) | 3. Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino (SINDIFES) | 4. Observatório Sindical Brasileiro Clodesmidth Riani 5. Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania | 6. Núcleo de Preservação da Memória Política | 7. Coletivo Fernando Santa Cruz | 8. Coletivo RJ Memória Verdade Justiça e Reparação 9. International Coalition of Sites of Conscience | 10. Fundación 1367 Casa Memoria José Domingo Cañas | 11. Museo de la Palabra y la Imagen | 12. Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas de Minas Gerais | 13. Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) | 14. Instituto Sérgio Miranda | 15. Sindicato dos Advogados no Estado de Minas Gerais (SINAD-MG) | 16. Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (SINPRO Minas) | 17. Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte, Montes Claros e Ouro Branco (APUBHUFMG+) | 18. Sindicato dos Músicos Profissionais de Minas Gerais | 19. Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Minas Gerais (CONSEA-MG) | 20. Comissão Arquidiocesana de Justiça e Paz de Belo Horizonte 21. Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (MORHAN MG) 22. Conselho Nacional de Igrejas Cristãs de Minas Gerais (CONIC-MG) | 23. Serviço Interfranciscano de Justiça, Paz e Ecologia (SEFRAJUPE) | 24. Núcleo de Estudos Sociopolíticos da PUC Minas 25. Associação dos Docentes da PUC Minas (ADPUC) | 26. Conselho de Diretórios Acadêmicos e Centros Acadêmicos da PUC Minas | 27. Diretório Acadêmico Escípio Cunha Lobo do Instituto de Psicologia da PUC Minas | 28. Núcleo de Formação Antimanicomial Matraga | 29. Fórum Mineiro de Saúde Mental 30. Espaço Comum Luiz Estrela | 31. Diretório Central dos Estudantes UFMG (DCE-UFMG) | 32. Escola de Ciência da Informação da UFMG | 33. Kaipora - Laboratório de Estudos Bioculturais da UEMG 34. União Brasileira de Mulheres de Minas Gerais (UBM-MG) | 35. Coletivo Alvorada | 36. Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva (CEDEFES) | 37. Comissão Pastoral da Terra (CPT-MG) 38. Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH Betim) | 39. Academia de Juristas Católicos Humanistas da Arquidiocese de Belo Horizonte | 40. Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Belo Horizonte | 41. Secretaria Estadual de Mulheres do Partido dos Trabalhadores (PT-MG) 42. Partido Comunista do Brasil (PCdoB-MG) | 43. Partido Socialismo e Liberdade (PSOL-MG) 44. Partido Socialismo e Liberdade (PSOL Formiga-MG) | 45. Associação de Agricultores Familiares Boa Fé | 46. Instituto das Irmãs de Jesus na Eucaristia | 47. Centro de Estudo, Pesquisa, Intervenção - Ribeirão das Neves | 48. ONG Planeta Solidário | 49. SOS Mata do Havaí | 50. Bloco Sou Vermelho 51. Irmandade dos Mártires da Caminhada - Coletivo Belo Horizonte | 52. Rede um Grito pela Vida - CRB Minas Gerais | 53. Grupo de Fé e Política da Paróquia Cristo Redentor | 54. Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos (CEBI-MG) | 55. Instituto Rondon Minas 56. Adriana Medeiros Gomes Ribeiro 57. Adriana Penzin 58. Aguilay Do Carmo Silveira 59. Ailton da Silva Mattos 60. Alanderson Carlos Do Nascimento 61. Alexandre de Queiroz Lopes 62. Alexandre Moreira Vertelo 63. Aline Gomes Cardozo 64. Alvaro Abrantes Cerqueira 65. Álvaro Luis Ribeiro Reis 66. Amanda Dutra de Rezende Antunes 67. Amanda Sherida da Silva 68. Ametista Nunes de Oliveira 69. Ana Carolina Rezende Oliveira 70. Ana Cláudia Ribeiro 71. Ana Flávia Quintão 72. Ana Maria Arruda Lana 73. André Campos Lima 74. André Duarte Massahud 75. André Luiz Cabral de Brito 76. André Matias Carneiro 77. André Teixeira 78. Andréa Cangussú André 79. Andréa Gontijo Álvares 80. Andréa Julieta de S.Brandão 81. Andréa Mara Macedo 82. Andres Zarankin 83. Angela Maria Gomes Lima 84. Antonieta Guimaraes Bizzotto 85. Antonio Carlos Ramos Pereira (Carlão) 86. Antônio Maria Pompeu Viola 87. Augusto Nunes Filho 88. Augusto Rodrigues Borges 89. Aurea Moreira Rocha 90. Barbara Barbabela de Mello Vilela 91. Barbara Ravena 92. Bella Gonçalves (Vereadora em Belo Horizonte, PSOL) 93. Bento Marques de Albuquerque Soares 94. Bernardo Augusto Torres Rezende 95. Bernardo Canton de Oliveira 96. Bernardo Jefferson de Oliveira 97. Bernardo Novais da Mata Machado 98. Betzaida Mata Machado Tavares 99. Bruno A. Soares 100. Caio Henrique 101. Camila Fernanda Weitzel Teixeira 102. Camilo de Leles Mendes Campos 103. Carla Machado de Castro 104. Carlos Denis de Campos Pereira 105. Carlos Eduardo de Souza Lima 106. Carlos Henrique Cardoso Medeiros 107. Carlos José Lopes Rodrigues 108. Carlos Vanderley Soares 109. Carolina Carvalho Martins 110. Carolina Izabela Dutra de Miranda 111. Carolina Paulino Alcântara 112. Celina Alves Árêas 113. Celinho Sintrocel (Deputado Estadual, PCdoB) 114. Celso Gomes Travassos 115. César Orte Novelli Rodrigues 116. Ciro Tavares Simões Filho 117. Claudia Helena Mendes dos Santos 118. Clayton Oliveira 119. Clodesmidt Riani 120. Clodsmidt Riani Filho 121. Conceição Clarete Xavier Travalha 122. Cristina de Oliveira Souza 123. Daniel Bilac Pianchão do Carmo 124. Daniel Figueiredo Silva 125. Daniel Vitor Costa Mucci 126. Daniela Leandro Rezende 127. Dario Magno de Miranda Maia 128. Denise Alves dos Santos 129. Diácono Amauri Dias de Moura 130. Dílson José de Oliveira 131. Diva Maria de Castro Iannotti 132. Diva Moreira 133. Divana Camilo Guimarães de Oliveira 134. Douglas Assis 135. Douglas Augusto Rodrigues Pereira 136. Douglas Cabral Dantas 137. Edgard Fantini Júnior 138. Edilaine Aparecida de Souza 139. Eduardo Filizzola dos Santos 140. Eduardo Leser 141. Egberto Wilson Salem Vidigal 142. Elba Maria da Silva 143. Elizabeth Castro Moreno 144. Elson Luiz M T Silva 145. Emilio Mansueto Lima de Almeida 146. Eni Carajá Filho 147. Evandro Pereira de Mello 148. Everson de Alcântara Tardeli 149. Evilázio Teubner Ferreira 150. Fábio de Oliveira Martins 151. Fernanda Nalon Sanglard 152. Fernando José Mendes Foreis Freitas 153. Filipe Augusto de Oliveira 154. Flávia Ellen Souza Costa 155. Frei Gilvander Luís Moreira 156. Gabriel Pereira Novais 157. Gabriela de Sousa Moura 158. Gabrielle dos Santos Marques 159. Gegê Leme Joseph 160. Geralda Maria Rezende 161. Gerson Ferreira de Oliveira 162. Gilberto Aparecido Damiano 163. Gilda Westin Cosenza 164. Gilmar Cosenza 165. Gilvan Júnior Mendes Borges 166. Giovanni Domingues dos Santos 167. Giuliano Emílio da Silva Furtado 168. Grace Alves de Oliveira 169. Heitor Diniz Ribeiro Gomes 170. Helena Maria Penna Amorim Pereira 171. Hélio Alves Mesquita 172. Heloisa Greco (Bizoca) 173. Heloisa Maria Sales Rodrigues da Cunha 174. Herom Rafael Souza Jabbur 175. Ian Mariano Franco 176. Iara Maria Latini Mayrink 177. Igor Vinicius Mendes de Araujo Neves 178. Ildiléia Otoni Ribeiro 179. Irineia Ardissom da Silveira Souza 180. Isabel Cristina Rossiter 181. Isabela Monteiro De Castro Araujo 182. Jacqueline Amedee Peret de Resende 183. Jade Noronha de Oliveira 184. Jânio Oliveira Bragança 185. Jardel Lopes 186. Jean Victor Mercini Fausto 187. Jeovani Tadeu Ribeiro 188. Jezulino Lucio Mendes Braga 189. João Batista Teófilo Silva 190. João Carlos Ramalho Pereira 191. João Donizete Chaves 192. João Victor Araújo dos Santos 193. Jorge Antônio Pimenta Filho 194. Jorge Ricardo Santos Gonçalves 195. José Alexandre Salles 196. José Carlos Alexandre 197. José Guilherme Magalhães e Silva 198. José Marcius de Carvalho Vale 199. Júlia Inez Botelho Aguilar 200. Juliana Cosenza de Avelar 201. Juliana Gomes de Lima 202. Junia Cambraia Mortimer 203. Jurama Maia 204. Jurandir Persichini Cunha 205. Katalin Carrara Geocze 206. Laís Grossi de Oliveira 207. Laura Ribeiro Marques Campos de Oliveira 208. Lauro Henrique Guimarães Corrêa 209. Leandro Quaresma Machado 210. Leda Maria Pereira De Mello Vilela 211. Leonardo Peixoto Pacheco de Medeiros 212. Leonne Sá Fortes de Castro Miranda 213. Letícia Julião 214. Lilian Oliveira Silva 215. Luana de Salles Penteado 216. Lucas de Souza Prates 217. Lucas Hallel 218. Lúcia D’Arc Araújo da Silva 219. Luciana Piazarollo Moreno 220. Luciana Souza d’Ávila 221. Lucília Nunes de Assis 222. Lucíola Licinio Santos 223. Luis Zorraquino 224. Luiz Carlos de Carvalho 225. Luiz Marcos Gomes 226. Luiza Cupertino Xavier da Silva 227. Luiza Drummond Veado 228. Luna Elizabeth Matos 229. Macaé Maria Evaristo dos Santos (Vereadora em Belo Horizonte, PT) 230. Maeby Gomes Ribeiro 231. Manoel Botelho da Fonseca 232. Marcela Lanza Tripoli 233. Marcelo Andrade Cattoni de Oliveira 234. Marcelo Araújo Passos 235. Márcia Abadia de Oliveira 236. Márcia Fazito Rezende Pereira da Silva 237. Marciano Seabra de Godoi 238. Marcio Meloni 239. Marco Antonio Silveira 240. Marcos Vieira Silva 241. Maria Aldina de Oliveira Resende 242. Maria Aparecida Lacerda e Meloni 243. Maria Aparecida Rezende 244. Maria Aparecida Rodrigues de Miranda 245. Maria Auxiliadora Viana Pinto 246. Maria Beatriz Ramos de Vasconcellos Coelho 247. Maria da Conceição Marques Rubinger 248. Maria Dirlene Trindade Marques 249. Maria do Rosário Martins Corrêa 250. Maria do Socorro Jô Moraes 251. Maria Eliene Ferreira Almeida 252. Maria Gabriela Araújo Diniz 253. Maria Guiomar da Cunha Frota 254. Maria José Trindade 255. Maria Regina Álvares Correia Dias 256. Mariana Fernandes Dias 257. Mariana Rezende Oliveira 258. Mariléa Porfírio 259. Marina Mesquita Camisasca 260. Maristela d’Assunção Pereira da Rocha 261. Marlene Rodrigues Nascimento 262. Marta Cisterna Flores 263. Matheus Rafael Gonçalves 264. Matheus Tamaino Brum 265. Maurice Politi 266. Milena Coelho Angulo 267. Miriam Hermeto de Sá Motta 268. Monica Abranches Fernandes 269. Mônica Maria Fernandes de Mello 270. Monique Alvares Assis 271. Myriam Costa de Oliveira 272. Myriam Martins Álvares 273. Nádia de Oliveira Rocha 274. Neide Maria Pacheco 275. Neuza Soares Medeiros 276. Nilmario Miranda 277. Nilza Pires de Azevedo 278. Nubia Medeiros Caetano da Silva 279. Nyelsen Bruno Mota Costa 280. Olavo Ribeiro Neves 281. Olivia Maria Silva Felício 282. Omar Ferreira Vilela 283. Orlando Gomes de Aguiar Júnior 284. Orozimbo Henriques Campos Neto 285. Osias Ribeiro Neves 286. Padre Amauri Eustaquio da Paixão 287. Patrícia Sales Cosenza 288. Patrick Arley 289. Paulo César Funghi Alberto 290. Paulo César Machado Pereira 291. Paulo Santos Gonçalves 292. Pedro Barbabela de Mello Vilela 293. Pedro de Brito 294. Pedro de Paula do Nascimento Teixeira 295. Pedro Gustavo Gomes Andrade 296. Pedro Patrus (Vereador em Belo Horizonte, PT) 297. Priscila Mesquita Musa 298. Ramon Lopes Barbosa 299. Ramon Neves de Oliveira 300. Raquel Abrantes Pego 301. Raquel Aline Ramos Motta 302. Raquel Joane Rodrigues 303. Regina Lúcia Casagrande Ribeiro 304. Regis Gonçalves 305. Renata Moreira Marquez 306. Renato Santos Gonçalves 307. Ricardo Fonseca Rabelo 308. Richard Ferreira Romano 309. Rillary Carvalho dos Santos 310. Rita Carolina Linhares Freitas Guimarães 311. Rita de Cássia Liberato 312. Roberto Eustaquio dos Santos 313. Roberto Magalhães Silva 314. Roberto Márcio Starling 315. Robinson Ventura Veado 316. Robson Sávio Reis Souza 317. Rodrigo Patto Sá Motta 318. Romeu Moreira Cosenza 319. Ronald de Oliveira Rocha 320. Rosana Cristina de Avelar 321. Rosangela Moreira Cosenza 322. Roseli Cordeiro Pereira 323. Roselia Junqueira Carvalho Rodrigues 324. Rosely Carlos Augusto 325. Rosemeire Rodrigues Silva 326. Samuel Silva Rodrigues de Oliveira 327. Sarah Rayanne de Freitas Tavares 328. Sávio José Bones Teixeira 329. Sérgio Fantini 330. Sergio Renato Diniz Araujo 331. Simone Macedo Pinheiro 332. Simone Matos 333. Solange de Melo Miranda 334. Tânia Cristina Teixeira 335. Tânia Mara de Silva Garcia 336. Tayna Gomes Ribeiro 337. Thaís Garcia de Castro 338. Thais Monteiro de Jesus 339. Thelma Yanagisawa Shimomura 340. Therezinha Augusta da Rocha 341. Thiago Fidelis Silva 342. Valdênia Geralda de Carvalho 343. Vando Rosa de Mendonça 344. Vanessa Ellen Alves Alvim 345. Vanessa Padrão de Vasconcelos Paiva 346. Vanuza Nunes Pereira 347. Vera Lucia Carneiro Vital Brasil 348. Vera Pape Pape 349. Victor Andre Martins de Miranda 350. Victoria Mansur de Calais 351. Vítor Diniz Baptista 352. Washington Abadio da Silva 353. Wellington Teixeira Gomes 354. William James Nogueira Lima 355. William Santos 356. Xenia Josefina Ferreira Renna

Cidades de origem ou residência informadas:

Belo Horizonte - MG Alto Paraíso de Goiás - GO Barbacena - MG Barretos - SP Betim - MG Brasília - DF Cabo Frio - RJ Cachoeira da Prata - MG Cataguases - MG Colatina - ES Contagem - MG Coronel Fabriciano - MG Curitiba - PR Curvelo - MG Divinópolis - MG Esmeraldas - MG Formiga - MG Fortaleza - CE Governador Valadares - MG Ibirité - MG Inhapim - MG Itabira - MG João Pessoa - PB Juiz de Fora - MG Maravilhas - MG Mata de São João - BA Montes Claros - MG Muriaé - MG Natal - RN Nova Lima - MG Ouro Preto - MG Pitangui - MG Poços de Caldas - MG Raposos - MG Ribeirão das Neves - MG Rio de Janeiro - RJ Sabará - MG Salvador - BA Santa Luzia - MG Santo André - SP Santos Dumont - MG Santos - SP São João del-Rei - MG São José dos Campos - SP São Paulo - SP Tiradentes - MG Três Corações - MG Uberaba - MG Varginha - MG Viçosa - MG New York (United States of America) San Salvador (El Salvador) Santiago de Chile (Chile)






Para ver e baixar o documento - Acesse:

https://bit.ly/conedhmemorial

FONTE (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos): https://www.facebook.com/conedhminasgerais

sábado, 12 de fevereiro de 2022

PARA ONDE VÃO AS OSSADAS DA VALA DE PERUS?

FAMILIARES DOS MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS APRESENTAM REIVINDICAÇÃO À JUSTIÇA FEDERAL
____________________________
Exmo. Sr. Juiz Federal Eurico Zecchin Maiolino

A ditadura sequestrou, torturou, matou e também fez desaparecer pessoas, negando às famílias o milenar direito ao luto. Um dos momentos emblemáticos que comprova esses crimes de lesa-humanidade foi a abertura da Vala de Perus. Ela é o local no Cemitério Dom Bosco, em São Paulo, onde clandestinamente foram enterrados desaparecidos políticos, vítimas da epidemia de meningite (que a ditadura também tentou esconder), e do Esquadrão da Morte.
Da Vala de Perus, cuja abertura ocorreu em 1990, no governo da prefeita Luíza Erundina foram retirados 1049 remanescentes ósseos. Na Câmara Municipal, foi aberta , de imediato, tal a importância e gravidade da situação, uma CPI que concluiu seus trabalhos no ano seguinte, exigindo a abertura dos arquivos da ditadura.
Desde então, o Estado brasileiro foi adiando seu dever de identificar os desaparecidos e investigar e punir os responsáveis por aqueles crimes. Em 2007, transitou em julgado sentença da justiça brasileira que o condenou a fazê-lo. Em 2010, a Corte Interamericana de Direitos Humanos determinou o mesmo no caso Gomes Lund e Outros vs. Brasil. As duas ações foram movidas pelos Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos.
O Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) tem realizado o trabalho de identificação das ossadas, apesar das condições materiais insuficientes para a tarefa, com base em acordos de cooperação técnica, homologados pela Justiça Federal de São Paulo, entre a Unifesp, o Ministério da Família, da Mulher e dos Direitos Humanos e a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo.
No entanto, em dezembro de 2021 a Unifesp foi notificada pelas empresas Novara Incorporação Ltda e da Gregório Empreendimento Imobiliário Ltda de que imóvel onde funciona o CAAF/Unifesp, em contrato de comodato, foi comprado e de que deve ser desocupado até 25 de junho de 2022.
Em razão da iminente desocupação e da falta de um espaço onde armazenar as ossadas, nós Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos, pedimos que, na audiência de conciliação a ser presidida pelo Juiz Federal Eurico Zecchin Maiolino ino dia 11 de fevereiro de 2022, às 14 horas, no âmbito da ACP numero 85.2009.4.03.6100, tal matéria seja tratada e devidamente sopesada de forma a assegurar um local para o armazenamento e tratamento dos remanescentes ósseos.
Subscrevemos a demanda da Unifesp de que “o local de destinação, tanto deve servir a armazenamento e eventuais retomadas de análises, quanto a um lugar de memória da sociedade brasileira”. Esta é uma reivindicação histórica dos Familiares e da sociedade brasileira em sua demanda por memória, verdade e justiça, sem a qual não se pode realmente viver em uma sociedade democrática.

São Paulo, 03 de fevereiro de 2022.

Assinam:
Adriano Diogo;
Ana Maria Muller -advogada dos familiares de Flávio Molina;
Angela Mendes de Almeida –viúva de Luiz Eduardo da Rocha Merlino;
Altair Vasconcelos Porrozzi –irmã de Joel Vasconcelos Santos;
Beatriz Bomfim –familiar de Orlando Bomfim Jr;
Carmen Lapoente da Silveira;
Cecília Coimbra;
Clovis Petit de Oliveira –irmão de Lúcio Petit da Silva, Jaime Petit da Silva e Maria Lúcia Petit da Silva;
Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos;
Crimeia Alice Schmidt de Almeida –viúva de André Grabois;
Elson M. Ribeiro;
Hânia Pereira Rego –filha de Hiran de Lima Pereira;
Gregório Gomes da Silva, filho de Virgilio Gomes da Silva;
Grenaldo E.da Silva Mesut, filho de Grenaldo de Jesus da Silva;
Grupo Tortura Nunca Mais/RJ;
Hilda Martins da Silva, viúva de Vírgilio Gomes da Silva;
Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania - BH/MG;
Isabel Maria Gomes da Silva, filha de Virgilio Gomes da Silva;
Ivan Akselrud Seixas –filho de Joaquim Alencar de Seixas;
Janaina de Almeida Teles –sobrinha de André Grabois;
João Carlos S.A.Grabois –filho de André Grabois;neto de Maurício Grabois e sobrinho de Gilberto Olímpio Maria;
José Vasconcelos Santos–irmão de Joel Vasconcelos dos Santos;
Laura Petit da Silva –irmã de Lucio Petit da Silva, Jaime Petit da Silva e Maria Lúcia Petit da Silva;
Lorena Moroni Girão Barroso –irmã de Jana Moroni Barroso;
Maria Amelia de Almeida Teles –cunhada de André Grabois;
Maria do Amparo Almeida Araújo –irmã de Luiz de Almeida Araújo;
Maria Cristina Capistrano –filha de David Capistrano da Costa;
Maria Helena Soares de Sousa -familiar de Elson Costa;
Maria Lygia Quartim de Moraes –viúva de Norberto Nehring;
Mariluce Moura –jornalista e viúva de Gildo Macedo Lacerda;
Marta Nehring –filha de Norberto Nehring;
Mauricio Grabois Silva –neto de Maurício Grabois;
Mirtha Ramirez;
Mônica Soville Bomfim, familiar de Orlando Bomfim Júnior;
Naomi Ishii Torigoi –sobrinha de Hiroaki Torigoi;
Nicolau Bruno Leonel -familiar de Luiz Eduardo da Rocha Merlino;
Rafael Mahul;
Rosa Ribeiro Prestes –familiar de Luiz Carlos Prestes;
Rosalina de Santa Cruz Leite –irmã de Fernando Santa Cruz de Oliveira;
Susana Keniger Lisboa –viúva de Luiz Eurico Tejera Lisboa;
Tatiana Merlino –sobrinha de Luiz Eduardo da Rocha Merlino;
Virgilio Gomes da Silva Filho, filho de Virgílio Gomes da Silva;
Victoria Grabois –filha de Maurício Grabois, irmã de André Grabois e viúva de Gilberto Olímpio Maria;
Vilma Tereza Padilha;
Vivian Mendes;
Vladenir Gomes da Silva, filho de Virgílio Gomes

Fonte:

https://www.facebook.com/ComitePaulistaMemoriaVerdadeEJustica/photos/a.460801413961537/7179135202128091/


domingo, 6 de fevereiro de 2022

ATO JUSTIÇA POR MOÏSE EM BH

      Realizado, no sábado, dia 05/02/2022, em Belo Horizonte, o Ato em memória de Moïse Mugenyi Kabagambe - jovem negro, trabalhador congolês.

        No dia 24 de janeiro Moïse foi espancado até a morte por cobrar seu direito - duzentos reais de diárias atrasadas do quiosque Tropicália na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.

        Atos Antirracistas foram realizados na Barra da Tijuca, em todo Brasil e em outros países. Em Belo Horizonte, a concentração foi na Praça Sete e seguiu em passeata até a Praça Raul Soares com a participação dos movimentos negros, movimentos populares e organizações de esquerda. No Rio de Janeiro, na Barra da Tijuca, teve forte presença da Comunidade Congolesa e de familiares de Moïse.

#justiçapormoise

TODA SOLIDARIEDADE AOS FAMILIARES E À COMUNIDADE CONGOLESA!

ABAIXO O RACISMO E A XENOFOBIA!

PELO FIM DA EXPLORAÇÃO E DO EXTERMÍNIO DOS REFUGIADOS!

PELO FIM DO GENOCÍDIO DO POVO NEGRO!

MILÍCIAS NÃO PASSARÃO!

MOÏSE MUGENYI KABAGAMBE:

PRESENTE, HOJE E SEMPRE!




Belo Horizonte, dia 06 de fevereiro de 2022

Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania – BH/MG

 

- Leia também - MOÏSE MUGENYI KABAGAMBE: PRESENTE, HOJE E SEMPRE! ABAIXO O RACISMO E A XENOFOBIA! - Acesse: https://institutohelenagreco.blogspot.com/2022/02/moise-mugenyi-kabagambe-presente-hoje-e.html

sábado, 5 de fevereiro de 2022

MOÏSE MUGENYI KABAGAMBE: PRESENTE, HOJE E SEMPRE! ABAIXO O RACISMO E A XENOFOBIA!

O Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania – BH/MG vem a público manifestar apoio incondicional aos familiares e à comunidade de refugiados congoleses no Brasil, atingidos pelo assassinato do jovem trabalhador Moïse Mugenyi Kabagambe. No dia 24 de janeiro ele foi trucidado a socos, chutes, golpes de taco de beisebol por cobrar seu direito - duzentos reais de diárias atrasadas do quiosque Tropicália. Ali ele era submetido a trabalhos dos mais hiperprecarizados, como acontece sistematicamente no Brasil com os imigrantes oriundos de países africanos. Este linchamento foi perpetrado pelo gerente do quiosque e seus amigos, à vista de todos, numa das áreas mais nobres, movimentadas e frequentadas da orla da Barra da Tijuca (Rio de Janeiro/RJ). O dono do quiosque, policial militar, tem sido preservado.

Pessoas que espaireciam no local assistiram passivamente à execução de Moïse, apenas duas tentaram ajudar. Houve omissão inclusive da Guarda Municipal que fazia ronda no local. Polícia Civil e Polícia militar, mais do que coniventes, têm sido omissas no inquérito, cuja abertura foi protelada o máximo possível. As câmeras de segurança do quiosque – que revelam os terríveis detalhes do linchamento - só foram acessadas por causa da pressão constante dos familiares de Moïse. Desde então, estes têm sofrido reiteradas ameaças da Polícia Militar. Foi a partir da combatividade dos familiares, da mobilização dos movimentos populares e da repercussão internacional que a investigação começou a andar. Afinal, o aparato repressivo - estruturalmente racista, xenófobo e genocida - existe para defender a propriedade, os patrões e o Estado. É este o seu papel institucional.

Este linchamento escancara mais uma vez a necropolítica que perpassa todas as malhas do Estado e da sociedade: racismo e genocídio constituem sistema de poder neste país escravocrata cujo Estado mata milhares por ano – maioria de negras/os, indígenas, pobres e faveladas/os.  Sistema de poder que está a crescer em ritmo de escalada nestes tempos milicianos, bolsonaristas, fascistas.

Vivemos no país que adota as chacinas como política de Estado, levando a sua banalização ao paroxismo. A data do linchamento de Moïse Mugenyi Kabagambe quase coincide com a data de sete anos da Chacina do Cabula em Salvador/BA (06/02/2015), onde 12 jovens foram executados pela Polícia Militar na Vila Moisés. Igualmente, nada foi esclarecido. Na manhã desta última quinta-feira (03/02) a Polícia Militar do Rio de Janeiro chacinou pelo menos 15 pessoas no Parque Florestal, na Baixada Fluminense, sob a justificativa de estabilização do território, no tacanho jargão das forças repressivas. Há uma rotina de desaparecimentos forçados nesta região, dominada pelas milícias. Milícias que estão incrustadas no aparelho de Estado, como todas/os sabemos.

O linchamento de Moïse Mugenyi Kabagambe é mais um crime do Estado/capital que repudiamos com veemência. Reiteramos nosso tributo ao trabalhador morto e nossa solidariedade aos familiares e à Comunidade Congolesa.

Em todo Brasil, neste sábado, dia 05/02/2022, haverá atos de protesto em memória do jovem negro, refugiado congolês e trabalhador Moïse Mugenyi Kabagambe. Em Belo Horizonte/MG o Ato “Justiça por Moïse” será na Praça Sete, às 10 horas.

PELO FIM DA EXPLORAÇÃO E DO EXTERMÍNIO DOS REFUGIADOS!

PELO FIM DO GENOCÍDIO DO POVO NEGRO!

#justiçapormoise

Belo Horizonte, 05 de fevereiro de 2022

Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania – BH/MG

*Use máscara, mantenha o distanciamento, álcool em gel e vacine-se!