“32ª Medalha Chico Mendes de Resistência
A Medalha Chico Mendes de Resistência acontece há
32 anos, todo dia 1º de abril, homenageando defensorxs dos Direitos Humanos,
lutadorxs, entidades e povos. Este ano a Medalha teve sua data suspensa em
função da pandemia de COVID-19. Posteriormente marcaremos outra data para a
homenagem.
O golpe empresarial-militar brasileiro aconteceu no
dia 1° de abril, quando as tropas de Morão Filho saíram de Juiz de Fora,
durante a madrugada. No documentário O Dia que Durou 21 anos, a própria esposa de Mourão fala que o marido
saiu na madrugada do dia 31 de março para 1° de abril. Estas tropas chegaram ao
Rio de Janeiro no dia 1° de abril. Nesta manhã, o presidente da Câmara dos
deputados Ranieri Mazzilli reconhece o governo militar. No dia 2 de abril, João
Goulart refugia-se no Uruguai. Os militares, então, mudaram a data para 31 de
março para não serem alvo de chacota pelas mentiras históricas que procuravam
afirmar, uma vez que 1° de abril é Dia da Mentira.
Em 31 de março de 1989, no prédio onde havia
funcionado o DOI-CODI, o exército concedeu a Medalha do Pacificador a militares
e civis que participaram ativamente dos órgãos de repressão durante o período
ditatorial. Como resposta à comemoração dos militares, o Grupo Tortura Nunca
Mais do Rio de Janeiro (GTNM-RJ) decidiu criar a Medalha Chico Mendes de
Resistência! Contra a imagem e exaltação de um “pacificador” sanguinário –
responsável por massacres de trabalhadores, negros, indígenas, mulheres e
crianças, dentro e fora do Brasil – o GTNM-RJ escolheu o nome de Chico Mendes,
um trabalhador, lutador da floresta amazônica, assassinado pelo latifúndio
meses antes, em dezembro de 1988. Desde o início se tornou um importante
instrumento valorização das lutas e denúncia da violência de Estado de toda a
história brasileira e internacional.
A Medalha é uma iniciativa do GTNM-RJ sempre
construída coletivamente em parceria com diversas entidades e movimentos ao
longo destes 32 anos. Este ano participaram da escolha das homenagens a
Associação dos Docentes da UERJ (ASDUERJ), o Centro pela Justiça e o Direito
Internacional (CEJIL), a Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, a Comissão de
Direitos Humanos do CRP-RJ, a Comissão de Direitos Sociais e Interlocução
Sociopopular da OAB-RJ, o Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e
Cidadania - BH/MG, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), o Partido
Comunista Brasileiro (PCB) e a Rede de Comunidades e Movimentos Contra a
Violência-RJ.
Pela Vida
Pela Paz
Tortura Nunca Mais!”
TEXTO/IMAGEM/FONTE: https://www.facebook.com/gtnmrj/
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