"Estamos aqui pela Humanidade!" Comuna de Paris, 1871 - "Sejamos realistas, exijamos o impossível." Maio de 68

R. Hermilo Alves, 290, Santa Tereza, CEP: 31010-070 - Belo Horizonte/MG (Ônibus: 9103, 9210 - Metrô: Estação Sta. Efigênia). Contato: institutohelenagreco@gmail.com

Reuniões abertas aos sábados, às 16H - militância desde 2003.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

CONFRATERNIZAÇÃO DE FINAL DE ANO - CAPOEIRA ANGOLA

No dia 15 de dezembro foi realizada, no Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania, a confraternização de final de ano dos treinos de Capoeira Angola da Associação Cultural Quilombo Vela no Breu (@velanobreu).

Houve bela roda de Capoeira. Além das/os alunas/os dos contramestres Dimas e Tarcísio, participaram mestres e contramestres angoleiros da cidade e outros coletivos. Estiveram presentes familiares de alunas/os e moradores da Vila São Vicente e Vila Dias de Santa Tereza.

Fechamos com roda de conversa sobre Capoeira Angola e as atividades desenvolvidas ao longo do ano. Foram servidos caldos, frutas, sucos - muita força, solidariedade e apoio mútuo.

Os treinos de Capoeira Angola serão retomados na segunda quinzena de janeiro de 2023, sempre às teças e quintas-feiras, de 19h às 21h.

CAPOEIRA É LUTA E RESISTÊNCIA!

VIVA A CAPOEIRA ANGOLA!

“QUEM TREINA VIVE MAIS!”























Belo Horizonte 30 de dezembro de 2022

Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania – BH/MG


sábado, 10 de dezembro de 2022

10 DE DEZEMBRO DE 2022: DIA INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS

As graves violações dos Direitos Humanos constituem elementos essenciais do sistema capitalista. Este foi construído a partir do mais vil dos negócios: o escravismo colonial. Traz no seu bojo o racismo estrutural; o extermínio sistêmico do Povo Negro e dos Povos Originários, de sua memória e de seus saberes. Traz a destruição do meio ambiente e dos seres vivos que nele habitam e que o mantêm. Traz ainda o patriarcalismo, a misoginia e o ódio à diversidade. A burguesia criminaliza tudo que resiste às suas tentativas de enquadramento. É esta a ideologia dominante do pensamento único.

O Estado brasileiro é um dos maiores violadores mundiais dos Direitos Humanos. No seu prontuário constam mais de 500 anos de opressão continuada dos Povos Indígenas e mais de 350 anos de escravização do Povo Negro. Tem a segunda população negra - a maior fora da África. É considerado uns dos países mais racistas do mundo. Tem um dos maiores níveis de desigualdade social e concentração de renda, de terras e dos meios de comunicação. Tem a polícia mais letal do planeta. A tortura, o extermínio, os desaparecimentos forçados, a fabricação de esquecimento integram esta matéria histórica de longa duração de construção da cultura repressiva. Vinte e um anos de ditadura militar (1964-1985) consolidaram este processo.

Este cenário de horror atingiu proporções gigantescas nestes quatro anos em que o Estado brasileiro opera no modo fascismo. É este o desfecho da longa transição (1985-2018) engendrada e tutelada pela própria ditadura. Milicianos e torturadores são os paradigmas declarados do projeto de poder vigente. Trata-se de mistura de totalitarismo de mercado (ultraliberalismo), fundamentalismo cristão, obscurantismo cultural, extrema militarização do aparelho de Estado. São seus pontos programáticos: elogio cotidiano da ditadura e da tortura; negacionismo; armamentismo exacerbado; privativismo, arrocho salarial e espoliação brutais; misoginia e  LGBTQIAPN+fobia; aniquilamento das políticas públicas de educação, saúde, cultura, ciência, meio ambiente, assistência social; combate cerrado aos Direitos Humanos.

Hoje um terço da população vive abaixo da linha de pobreza, mais da metade vive no limiar dela. Tem a terceira população carcerária do mundo – masculina e feminina. É um dos campeões em feminicídios, estupros e casos de violência de gênero. É o primeiro em transfeminicídio. A letalidade policial, as torturas, as chacinas periódicas – nas cidades, nas florestas e no campo - aumentaram exponencialmente. Ao mesmo tempo cresce o número de bilionários. O sistema financeiro, o agronegócio e as grandes mineradoras e empreiteiras têm lucros estratosféricos – mais uma vez, os maiores do mundo. Enquanto isso, 33 milhões de brasileiras/os passam fome, a qual voltou a ser endêmica no Brasil.

Consolida-se o genocídio institucional do Povo Negro e dos Povos Indígenas. Consolida-se o racismo estrutural. Consolida-se o genocídio sanitário: são quase 700 mil mortos de COVID-19 até agora. Consolida-se o fascismo societal: parte significativa da sociedade aprovou pelo voto este projeto político. Foi eleito o congresso mais reacionário de todos os tempos, assim como a maioria dos governos estaduais - a começar pelo fascista Romeu Zema em Minas Gerais. A última barbaridade desta legislatura do Congresso nacional é a tentativa de aprovação do infame Estatuto do Nascituro.

Os dois últimos atos do presidente (?) genocida sintetizam o caráter fascista de seu projeto de poder. Primeiro, a nomeação do capitão da PM André Porciúncula – um CAC armamentista furioso – para a Secretaria Especial da Cultura. Seu projeto principal é utilizar 1,2 bilhão de reais da Lei Rouanet para comprar armas. Segundo, a realização do velho desígnio das Forças Armadas para enterrar de vez seus crimes contra a humanidade e consolidar a estratégia do esquecimento: a extinção pura e simples da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (Lei 9140/1995), encarregada da questão dos opositores assassinados pela ditadura militar.

Este projeto fascista de terra arrasada tem recorte de raça, classe e gênero: atinge sobretudo o Povo Negro e os Povos Indígenas; a classe trabalhadora rural e urbana, subempregada e desempregada; a população pobre e periférica; as mulheres. Para ser eficaz, a luta pelos Direitos Humanos tem que contemplar esta interseccionalidade: ela deve ser Feminista, Antirracista, Anticolonial, Antifascista e Anticapitalista. Deve ter caráter eminentemente internacionalista – a unidade das/os trabalhadoras/es e demais exploradas/os e oprimidas/os.

Reiteramos nosso tributo a todas/os atingidas/os pelas violações dos Direitos Humanos - pelo terrorismo de Estado e do capital. Reiteramos nossa solidariedade aos familiares e companheiras/os das vítimas do genocídio sanitário.

NO CAPITALISMO NÃO HÁ DIREITOS HUMANOS!

PELO FIM DO GENOCÍDIO DO POVO NEGRO E DOS POVOS INDÍGENAS!

PELO FIM DAS EXECUÇÕES, DOS FUZILAMENTOS, DAS VIOLÊNCIAS POLICIAIS NOS MORROS, VILAS, FAVELAS E OCUPAÇÕES!

ABAIXO O TERRORISMO DE ESTADO!

DITADURA NUNCA MAIS!

PELO DIREITO À MEMÓRIA, VERDADE E JUSTIÇA!

Belo Horizonte, 10 de dezembro de 2022

Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania – BH/MG