Movimentos sociais, entidades de Direitos
Humanos e organizações de esquerda marcharam em toda Argentina em memória dos
desaparecidos e perseguidos pela sangrenta ditadura argentina (1976 – 1983). A
marcha, em Mar del Plata, contou com milhares de manifestantes. Exigiu Memória, Verdade e Justiça.
Reafirmou a luta contra a impunidade dos crimes de lesa humanidade. Reiterou a
luta contra toda forma de repressão e perseguição, de ontem e de hoje.
Ainda hoje a maioria dos torturadores e
colaboradores da ditadura argentina seguem impunes. A nota comum da marcha
repudiou a lentidão dos processos judiciais contra os genocidas, a qual é
responsável pela impunidad biológica
dos torturadores e agentes da repressão. Os movimentos sociais repudiaram o
continuísmo da violência estatal, denunciando também os desaparecimentos atuais
como o de Facundo Castro e Santiago Maldonado, dois casos emblemáticos. Facundo
Castro desapareceu no início da pandemia de COVID-19, após ser detido pela polícia
da Província de Buenos Aires. Até hoje seus familiares aguardam notícias. Santiago
Maldonado, desaparecido por 77 dias, até que seu corpo foi encontrado no rio
Chubut. Maldonado participava de uma mobilização em apoio ao Povo Mapuche que
reivindicava o direito a suas terras ancestrais.
A marcha repudiou o caráter sexista e
patriarcal do aparato repressivo. Seus agentes são responsáveis por 1 em cada 5
feminicídios, como foi o caso de Úrsula Bahillo, assassinada por seu
ex-namorado, que é policial. Denunciou o feminicídio, o patriarcado e o
transfeminicídio. A manifestação lembrou da conquista histórica do movimento
feminista argentino do direito ao aborto legal e seguro, mas
lembrou que a luta para o fim do patriarcado está longe de terminar. Daí a
palavra de ordem: Basta de feminicídio e
transfeminicídio! O Estado é responsável!
A marcha repudiou o pagamento ao FMI,
exigindo dinheiro para educação, saúde e enfrentamento da crise social e
sanitária que atinge o país. A Argentina vive uma inflação causada por grave
crise econômica. Esta tem levado ao aumento da desigualdade e da fome. A marcha
repudiou a situação de pobreza que atinge grande parte das crianças argentinas:
A fome é um crime! Nem uma piba, nem um pibe
a menos!
Os movimentos sociais e organizações de esquerda
saudaram a luta dos paraguaios e enviaram solidariedade ao povo brasileiro na
sua luta contra o governo genocida de Bolsonaro.
¡Marchamos
contra las herencias de la dictadura que ningún gobierno se atrevió a tocar!
¡Porque se
abran TODOS los archivos, que haya juicio y castigo a lxs culpables. ¡Por los
30.000!
¡Contra la
represión policial! Por Facundo, Santiago, Rafa, Julio López y todxs lxs
desaparecidxs en democracia!
¡Contra el
gatillo fácil!
¡Porque 1 de
cada 5 femicidios son en manos de las fuerzas represivas. ¡El Estado es
responsable!
¡Junto a todxs lxs que pelean por vivienda,
por salario, en defensa de sus puestos de trabajo y que enfrentan la represión!
¡Contra el
trabajo precario que es herencia directa de la dictadura genocida!
¡Por
nuestros derechos! Porque las calles son de les trabajadores y el pueblo. ¡No
de la derecha!
¡LA LUCHA
ESTÁ EN LAS CALLES!
¡No
perdonamos!
¡No
olvidamos!
¡No nos
reconciliamos!
Mar del Plata, 26 de março de 2021
Notícia/Fotos: Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania – Belo Horizonte/MG
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