"Estamos aqui pela Humanidade!" Comuna de Paris, 1871 - "Sejamos realistas, exijamos o impossível." Maio de 68

R. Hermilo Alves, 290, Santa Tereza, CEP: 31010-070 - Belo Horizonte/MG (Ônibus: 9103, 9210 - Metrô: Estação Sta. Efigênia). Contato: institutohelenagreco@gmail.com

Reuniões abertas aos sábados, às 16H - militância desde 2003.

segunda-feira, 1 de maio de 2023

1º DE MAIO DE 2023: DIA INTERNACIONAL DE LUTA DA CLASSE TRABALHADORA

Reafirmamos hoje o caráter combativo, independente e Anticapitalista da história da luta da Classe Trabalhadora. Neste país, a tentativa de destruição das conquistas e da memória desta luta é matéria de longa duração. O ultraliberalismo, consolidado mais ainda no governo fascista de Bolsonaro (2019-2022), levou este processo às máximas consequências.

O genocida se foi, mas o ultraliberalismo não. O Brasil continua a ser um dos países de maior desigualdade e concentração de renda do mundo. Empresários, banqueiros, latifundiários, empreiteiros, donos das mineradoras, barões da imprensa corporativa e das concessionárias do transporte público auferem lucros estratosféricos, os maiores do planeta. Privatismo sistêmico, arrocho salarial e desmonte das políticas públicas – sobretudo de saúde, educação, moradia e transporte – garantem este cenário.

Mais de 40% da força de trabalho está na informalidade. É generalizada a prática de salários de fome e a precarização escorchante das condições de trabalho. Cresce exponencialmente o número de casos de trabalho análogo à escravidão. Um terço de brasileiras/os passam fome e estão abaixo da linha da pobreza. Mais da metade está no limiar dela e sofre insegurança alimentar.

O arcabouço fiscal, em vias de ser aprovado, tem a mesma lógica interna do famigerado teto de gastos que propõe substituir. Trata-se da manutenção do totalitarismo de mercado em detrimento das políticas públicas voltadas para a maioria da sociedade. É esta também a lógica das contrarreformas fiscal, trabalhista e previdenciária, as quais precisam ser abolidas totalmente.

A interdição do piso salarial para Trabalhadoras/es em Educação e do reajuste dos salários leva ao aumento ainda maior da exploração desta categoria. A infame proposta do NEM (Novo Ensino Médio) pode levar ao aniquilamento da própria Educação enquanto tal. Há ainda a escalada abjeta da militarização das escolas: a Educação tornou-se inaceitável questão de segurança pública, caso de polícia. As ofensivas institucionais contra as ocupações rurais e urbanas se enquadram no projeto higienista e segregacionista do mercado total. Projeto mantido através de despejos, remoções forçadas, perseguições, prisões e extermínio na cidade, no campo, nas florestas.

Em Minas Gerais, o governador bolsonarista/fascista Romeu Zema (Partido Novo) leva esta política de destruição ao extremo. Seu projeto de reforma administrativa visa explicitamente fazer tábula rasa dos serviços públicos. Zema decretou aumento de 300% do seu honorário e sequestrou para seus interesses de classe os recursos do FUNDEB. Ao mesmo tempo interditou o Piso Salarial Nacional (direito garantido constitucionalmente), devastou financeira e fisicamente a rede estadual de ensino e arrochou o pagamento das/os Trabalhadoras/es em Educação, que têm os piores salários do país. As Auxiliares de Serviço de Educação Básica (ASBs) não recebem sequer o salário mínimo – recebem apenas 900 reais por mês por 30 horas semanais. E ainda mais: Zema promove ofensiva brutal contra o sindicato da categoria (Sind-UTE/MG) - um dos maiores do mundo – ao aplicar multa absurda de 3,2 milhões de reais por conta de uma greve de 32 dias em março-abril do ano passado. Tudo isto com o respaldo do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) em seu reacionarismo proverbial.

O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD) segue à risca a mesma política de destruição do governador fascista contra as/os Trabalhadoras/es em Educação. As/os aposentadas/os são ainda mais prejudicadas/os. Fuad pratica projeto muito determinado de precarização e privatização da Rede Municipal de Ensino e de Saúde.  Sua política urbana é ditada pelas grandes empreiteiras e pelas concessionárias do transporte público. De novo: privatismo, higienismo, segregacionismo. Belo Horizonte tem o transporte público (¿) mais caro do país: no dia 23 de abril, a passagem teve aumento de 33%, passando de R$4,50 para E$6,00! Ataque direto ao direito básico de ir e vir.

Nossa luta contra este projeto necroliberal, portanto, é estrutural e permanente. Os mais atingidos por este projeto de destruição e morte são o Povo Negro, os Povos Indígenas, as comunidades periféricas e faveladas. As mulheres negras são triplamente exploradas – opressão de gênero, raça e classe. A luta da classe trabalhadora é necessariamente Antirracista, Antifascista e Anticapitalista. E também Anticolonial, Anti-imperialista, Feminista e Antipatriarcal. É assim que entendemos a luta pelos Direitos Humanos.

VIVA A LUTA INDEPENDENTE E COMBATIVA DA CLASSE TRABALHADORA!

ABAIXO AS PRIVATIZAÇÕES E O NEOLIBERALISMO!

PELA REVOGAÇÃO DAS CONTRARREFORMAS NECROLIBERAIS (PREVIDENCIÁRIA, TRABALHISTA, TETO DE GASTOS)!

NÃO AO ARCABOUÇO FISCAL!

ABAIXO O NOVO ENSINO MÉDIO!

PISO SALARIAL PARA TRABALHADORAS/ES EM EDUCAÇÃO E ENFERMAGEM!

DESPEJO ZERO E PASSE LIVRE JÁ!

Belo Horizonte, 1º de Maio de 2023

Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania – BH/MG


Nenhum comentário:

Postar um comentário