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terça-feira, 31 de julho de 2012

GTNM-RJ

quarta-feira 25 de julho de 2012
SOLIDARIEDADE AO GRUPO TORTURA NUNCA MAIS - RJ

Solidariedade ao GTNM/RJ: Pela punição dos assassinos e torturadores de ontem e pela punição dos responsáveis deste atentado!


As ameaças telefônicas e o atentado sofrido pelo grupo político e de direitos humanos Tortura Nunca Mais - RJ, com invasão de sua sede e procura de seus arquivos e documentos, são uma viva mostra de como a impunidade de ontem vive ainda hoje em ameaças a aqueles que ousam questionar a impunidade.

Em nossa mesma cidade fomos surpreendidos no dia 29/3 com um ato realizado pelos torturadores de ontem e seus apoiadores de hoje, em plena Cinelândia, em defesa “da verdade”. Para garantir o ato daqueles que mataram e lucraram com a morte de lutadores o governo do Estado e a prefeitura do Rio de Janeiro organizaram extenso aparato policial. Mostrando como apesar de todos discursos governam em prol deste pacto de impunidade.

A verdade dos militares do Clube Militar, daqueles que realizaram o atentado contra o GTNMRJ é uma verdade erguida sobre os corpos de lutadores, sobre as lembranças e direito à memória e justiça dos familiares e sobreviventes, é uma verdade amordaçada de uma lei da anistia escrita pelos torturadores em prol deles mesmos, é uma verdade também da sobrevivência da impunidade dos militares e todos seus privilégios de serem julgados somente pelos seus pares nos recorrentes crimes que cometem contra recrutas e a população em geral, é também a verdade da impunidade e acobertamento dos lucros dos apoiadores civis da ditadura e suas operações como a OBAN, entre outras.
As ameaças que este grupo político e de direitos humanos sofreu deve ser entendida no marco de ações intimidatórias, ora mais abertas ora mais escamoteadas que tomam aqueles que seguem impunes e aqueles que a impunidade de seus pares mais velhos garante sua mão livre para perseguir lutadores de direitos humanos, matar e reprimir pobres em favelas, camponeses no campo.
A criação de uma Comissão Nacional de Verdade e de diversas comissões de verdade em todo o país deram a senha para os setores mais reacionários saírem às ruas, convocar seus colunistas na grande mídia burguesa, seus arapongas e seus atentados para garantir que as coisas fiquem tal como estão. Seu anseio de manter sua impunidade e o desconhecimento de suas ações é tamanho que lutam contra uma comissão de verdade instituída por Dilma que na realidade não representa nenhuma vitória concreta, já que ela própria e o PT declaram que seu objetivo não é o de "revanchismo", mas apenas o "compromisso com a verdade". Para romper com essa impunidade consideramos necessário romper com o utópico e reacionário pacto de “reconciliação nacional” da Comissão Nacional da Verdade (CNV) que mantém impunes os barões da oligarquia brasileira e seus cães de guarda – militares – que torturaram e assassinaram, seguindo até hoje não só livres e impunes como sustentados pelo dinheiro dos impostos dos trabalhadores e familiares que tiveram vidas ceifadas pelos mesmos. Por isto nós da Liga Estratégia Revolucionária – Quarta Internacional defendemos que devemos lutar pela revogação da lei da anistia através de um forte movimento a partir das organizações sindicais, populares, estudantis e de direitos humanos para que consigamos impor nosso direito à memória, verdade e justiça.
Porque ameaçam lutadores dos direitos humanos?
A invasão da sede do GTNM/RJ se insere no mesmo marco do atentado sofrido pela sede do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP), sindicato conhecido por suas posições na luta pela memória, verdade e justiça, em janeiro deste ano, que apesar de não ter havido o sumiço de nenhum bem material, também teve arquivos e documentos mexidos, além da tentativa de explosão do prédio da entidade através da abertura de todas as bocas do fogão que causou um forte vazamento, e poderia ter levado à morte funcionários e militantes do próprio sindicato e demais trabalhadores, professores e estudantes da universidade.
Essa é mais uma demonstração do nível de repressão que estão dispostos a desferir os setores mais reacionários do país, em muitas vezes ligados às próprias instituições de repressão do dito “Estado de Direito”, que desde a Ditadura Militar continua agindo de maneira criminosa contra as organizações dos trabalhadores, dos movimentos sociais do campo e da cidade, e de direitos humanos que seguem na luta por liberdades democráticas e por melhores condições de vida e trabalho.
Seguem assim atuando, ora mais clandestinos, ora mais escancarados, mas em geral impunes, por que desde o fim da Ditadura Militar o próprio Estado brasileiro, ou seja, seus governantes e poderes institucionais, jamais responderam por nenhum dos crimes que cometeram naquele período e, ao final do regime militar, aprovaram eles próprios, os torturadores e assassinos, a Lei da Anistia de 1979 que os livrou de qualquer punição; e que permite à ditadura de ontem seguir viva e atuante nos dias de hoje, pelos seus métodos e aparatos repressivos. Também por essa mesma impunidade o Estado e sua força repressiva seguem perseguindo, torturando e chacinando o povo pobre, os trabalhadores e seus sindicatos, estudantes e ativistas do campo e da cidade, que continuam na luta pelas demandas mais democráticas do país, como educação, moradia, reforma agrária, trabalho e salário dignos.
Nesse sentido não podemos esperar resultados das investigações dos governos e suas polícias (estadual ou federal) na apuração e punição dos culpados pela invasão do GTNM/RJ, pois já temos mostras – a partir da CNV – de que este governo e seus aliados em sua diplomacia com os militares vem negando que a Comissão de Verdade possa ser parte de um verdadeiro movimento pela verdade, memória e justiça, com punição dos envolvidos com a ditadura de ontem e hoje. Devemos exigir do governo federal a restituição dos danos materiais ao GTNM-RJ, assim como o governo, ciente e em acordos com os militares pela não punição dos crimes que cometeram, deve ser responsabilizado caso algo aconteça com os integrantes do GTNM. Por isso devemos construir uma comissão de investigação independente formada por organizações de direitos humanos, sindicatos, entidades estudantis e movimentos sociais do campo e da cidade, como parte de uma luta pela punição dos envolvidos com a ditadura de ontem e hoje.
Nos solidarizamos com os companheir@s do GTNM/RJ e nos colocamos ombro a ombro com todos aqueles grupos, entidades e indivíduos que dedicam suas forças na luta pelas demandas democráticas mais sentidas da maioria da população pobre e trabalhadora do país.
Total solidariedade ao grupo Tortura Nunca Mais RJ! 
Investigação e Punição dos responsáveis pela invasão do GTNM/RJ! 
Por uma comissão de investigação independente formada por organizações de direitos humanos, sindicatos, entidades estudantis e movimentos sociais do campo e da cidade! 
Que o governo restitua os danos ao GTNM-RJ! 
Abertura Imediata dos Arquivos da Ditadura Militar! 
Pelo direito à memória, verdade e justiça! 
Pela revogação da Lei da Anistia! 
Punição dos criminosos e mandantes da Ditadura Civil-Militar brasileira!

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