"Estamos aqui pela Humanidade!" Comuna de Paris, 1871 - "Sejamos realistas, exijamos o impossível." Maio de 68

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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

NOTAS DE CRIMÉIA ALICE SCHMIDT DE ALMEIDA, VIÚVA DE ANDRÉ GABOIS, E DA FAMÍLIA PETIT, FAMILIARES DE MARIA LUCIA PETIT, LUCIO PETIT E JAIME PETIT EM APOIO AO ATO EM REPÚDIO AO TENENTE-CORONEL LÍCIO MACIEL, TORTURADOR E ASSASSINO - OUTUBRO DE 2013

Ao Instituto Helena Greco, à Frente Independente pela Memória, Verdade e Justiça-MG e demais entidades de Direitos Humanos.

Parabenizo a iniciativa de repudiarem a presença na capital mineira do coronel Licio Augusto Ribeiro Maciel convidado pelo Clube Militar para uma palestra sobre o massacre denominado guerrilha do Araguaia.

Segundo o RI-Reservado nº 10, de 16 de setembro de 1971, do BPEB, assinado pelo comandante tenente coronel Joel Peres de Vasconcelos: O civil Epaminondas Gomes de Oliveira, recolhido preso a esta OM em 19 de agosto de 1971 pela Operação Mesopotâmia, veio a falecer às 20:30 hs do dia 20/08/1971.
A Operação Mesopotâmia foi desencadeada pelo Exercito entre 2 e 12 de agosto de 1971, sob o comando do General Antonio Bandeira e dela fazia parte o coronel Licio Maciel.

Em 9 de janeiro de 1972, quando comandava uma equipe da 11ª RM, foi responsavel pela morte de Jeová Assis Gomes, outro desaparecido, militante do MOLIPO, em Guarai, atual Estado do Tocantins.

Este coronel também esteve na região do Araguaia, vestido à paisana e se apresentando ora como engenheiro da Embratel, ora como policial federal, sob o codinome de Dr Asdrúbal e servindo no Escalão Avançado, em Brasília, como oficial adjunto do Centro de Informações do Exército, é um assassino confesso de pelo menos cinco guerrilheiros no Araguaia, André Grabois, o Zé Carlos, comandante do Destacamento A e filho de Maurício Grabois, o estudante João Gualberto Calatroni, o Zebão, o estudante Divino Ferreira de Souza, o Nunes, que foi ferido, feito prisioneiro e posteriormente morto e desaparecido, e o camponês Antônio Alfredo Lima. Posteriormente, a guerrilheira Maria Lúcia de Souza, a Sônia, que mesmo ferida atirou no coronel Licio e no major Curió e em seguida foi executada, sendo também desaparecida.

O Exército condecorou os participantes da repressão política durante a ditadura com uma de suas maiores honrarias, a Medalha do Pacificador com palmas. O major Licio a recebeu em 3 de outubro de 1972, do ministro Orlando Geisel, “como homenagem especial do Exército por haver se distinguido no cumprimento do dever por atos pessoais de abnegação, coragem e bravura com risco de vida”. (“O coronel rompe o silêncio – Lício Augusto Ribeiro, que matou e levou tiros na caçada aos guerrilheiros do Araguaia, conta sua história – Luiz Maklouf Carvalho – Rio de Janeiro – 2004 - editora Objetiva).Estes são apenas alguns dos crimes cometidos por este militar.

Repudiar a presença de pessoas como Licio Maciel é defender a democracia.
Não podemos permitir que tais indivíduos continuem fazendo apologia dos crimes contra os direitos humanos praticados pelo Estado num flagrante desrespeito aos Tratados Internacionais assinados pelo nosso país, recentemente condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos.

Pela Memória, Verdade e, principalmente, Justiça, para que nunca mais aconteça.

Criméia Alice Schmidt de Almeida, viúva de André Grabois.

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Domingo, 20 de Outubro de 2013
Ao
Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e
Frente Independente de Memória, Verdade e Justiça-MG

Prezados Companheiros

Apoiamos a manifestação de repúdio à presença na capital mineira do Cel. Licio Augusto Ribeiro Maciel, convidado pelo Clube Militar para palestra sobre o massacre conhecido como a Guerrilha do Araguaia.

Em defesa da Democracia não podemos admitir que indivíduos que cometeram crimes de lesa humanidade, se vangloriem publicamente de tais atos, desrespeitando os tratados internacionais assinados livremente pelo nosso país. O Brasil foi condenado recentemente pela Corte Interamericana de Direitos Humanos por estes crimes e não poderá manter a auto anistia a estes criminosos.

Não fosse somente isto, nós, familiares testemunhamos o escárnio e a ironia com que respondeu em juízo às perguntas sobre a localização dos desaparecidos do Araguaia - "Querem saber? Venham procurar os ossos nos bolsos da minha calça!"

Pela Memória, Verdade e Justiça!

Família Petit, familiares de Maria Lucia Petit, Lucio Petit e Jaime Petit 






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