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segunda-feira, 4 de abril de 2016

NOTÍCIA SOBRE A 28ª MEDALHA CHICO MENDES DE RESISTÊNCIA

Victória Grabrois, do Grupo Tortura Nunca Mais-RJ, na abertura da 28ª Medalha Chico Mendes de Resistência.
Notícia sobre a 28ª Medalha Chico Mendes de Resistência
Rio de Janeiro, 1º de abril de 2016

            No dia 1º de abril de 2016 – data dos 52 anos do golpe militar - foi realizada no Rio de Janeiro a 28ª Medalha Chico Mendes de Resistência. A atividade aconteceu na sede da OAB-RJ.  Trata-se de iniciativa do Grupo Tortura Nunca Mais-RJ, em parceria com várias entidades que atuam na luta pelos direitos humanos. A medalha foi criada em 1989 para homenagear aqueles que se destacam na resistência contra todas as formas de opressão.  D. Helena Greco, uma das fundadoras do Movimento Tortura Nunca Mais-MG, recebeu a 7ª Medalha Chico Mendes de Resistência em 1995, por ocasião do aniversário de 10 anos do Grupo Tortura Nunca Mais-RJ, que foi criado em 1985.
 A 1ª Medalha Chico Mendes de Resistência foi entregue em 1º de abril de 1989, em ato em frente ao quartel da Polícia do Exército, na Tijuca - Rio de Janeiro, sede do DOI-CODI, um dos maiores centros de tortura da ditadura militar.  Com a Medalha Chico Mendes, o Grupo Tortura Nunca Mais-RJ se contrapôs à Medalha do Pacificador, a mais alta comenda do Exército brasileiro, oferecida na véspera (31/março/1989) pelo ministros militares a torturadores e assassinos de presos políticos durante a ditadura.

A 28ª Medalha Chico Mendes de Resistência (2016) manteve o registro da radicalidade, combatividade e autonomia dos (as) homenageados (as), que foram os (as) seguintes:

- César Augusto Teles (in memoriam), preso político durante a ditadura militar, militante histórico da luta por memória, verdade e justiça, morto em dezembro de 2015 – estiveram presentes seus familiares Amelinha Teles, Edson Teles, Criméia Schimidt de Almeida, João Carlos Grabois, Aurora e Fernanda Miranda;

- Movimento de Ocupação dos Estudantes Secundaristas de São Paulo – além dos secundaristas paulistas, estiveram presentes estudantes secundaristas do Rio que ocupam a Colégio Estadual Prefeito Mendes de Moraes na Ilha do Governador;

- Hamilton Borges dos Santos, da Campanha Reaja ou Será Morta, Reaja ou Será Morto da Bahia – compareceram também membros da Reaja do Rio de Janeiro.  Foi apresentado o número 0 do jornal Assata Shakur (Fevereiro 2016 – Brasil – Diáspora);

- Izildete Santos, mãe de Fábio Eduardo Soares Santos, desaparecido em Queimados – Baixada Fluminense, juntamente com Rodrigo Abílio.  Ambos são vítimas da carnificina perpetrada pela Polícia Militar naquela região;

- Jorge Leal Gonçalves Pereira (in memoriam), desaparecido político assassinado sob tortura pela ditadura militar em outubro de 1970;

- Dra. Krenarik Boujikian, membro da Associação Juízes para a Democracia que denuncia sistematicamente a situação de masmorra do sistema carcerário do país e combate a ocupação dos morros, favelas e periferias pela polícia e as forças armadas;

- Paulo César Pinheiro, compositor da MPB, um dos responsáveis pela trilha sonora da resistência contra a ditadura militar;

- Povo Krenak de Governador Valadares/MG, uma das principais vítimas tanto da repressão da ditadura militar quanto do crime socioambiental da Samarco/Vale/BHP Billiton que destruiu Bento Rodrigues, Mariana/MG  e o estuário do Rio Doce;

- Raul Amaro Nin Ferreira (in memoriam), preso pela Polícia do Exército durante a ditadura militar, foi assassinado sob tortura no Hospital Central do Exército em agosto de 1971;

- Benedito Joaquim dos Santos, Ivan Duarte, Jayme Navas da Costa, José Carlos Teodoro de Almeida, Manoel Francisco Espíndola Neto e Oswaldo Garcia Velloso, operários da Construção Naval de Niterói-São Gonçalo/1964. Eles foram perseguidos e presos pela ditadura militar e até hoje não foram anistiados.

            A homenagem especial foi para Berta Cáceres (in memoriam), militante ambiental e liderança indígena dos Lencas, brutalmente assassinada pelo Estado hondurenho em março de 2016.

       O Coral NheengarECOporanga, de Petrópolis/RJ,  sob a regência do maestro Carlos Eduardo Fecher se apresentou durante a 28ª Medalha Chico Mendes de Resistência. Além do Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania, estiveram presentes no ato estudantes, trabalhadores(as) e militantes  de vários movimentos sociais.

Belo Horizonte, 4 de abril de 2016
Notícia/fotos/arquivo: Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania

Operários da Construção Naval de Niterói-São Gonçalo/1964.
Povo Krenak de Governador Valadares/MG.
Movimento de Ocupação dos Estudantes Secundaristas de SP e do RJ.
Familiares de César Augusto Teles (in memoriam).
Hamilton Borges dos Santos, militante da Campanha Reaja ou Será Morta, Reaja ou Será Morto/BA.

Um comentário:

  1. Beijos a todos do Instituto Helena Greco . Juliana de A , Volpini GTMN RJ

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