Ato de repúdio aos ataques ao povo Guarani Kaiowá, realizado no dia 29/06/2016, em Belo Horizonte/MG. |
CONTRA O MASSACRE
DO POVO INDÍGENA
DO MATO GROSO DO SUL (BRASIL)
Diante do...
1. (...) brutal e covarde ataque
de latifundiários e pistoleiros acobertados pelo Estado brasileiro que, no
último dia 14 de junho, assassinou o agente de saúde indígena Guarani Kaiowá
Clodiodi Aquileu Rodrigues de Souza de 23 anos, e levou ao hospital seis
indígenas atingidos por armas de fogo, inclusive uma criança de 12 anos;
2. (...) continuado genocídio
dos povos indígenas, uma questão que começou no século 16 no país e que, ainda
no século 21, está longe de ser resolvida;
3. (...) do monopólio da
imprensa, com a Rede Globo à frente, que tenta subtrair à nação o conhecimento
e o verdadeiro significado deste ataque, noticiando pouquíssimas vezes este
grave acontecimento. E mesmo nesta ínfima “cobertura” jornalística, os
indígenas foram e são tratados como “invasores” de terras de “fazendeiros”, e o
ataque levado a cabo por pistoleiros (jagunços) e empresas de segurança privada
a serviço de latifundiários foi divulgado como um conflito entre dois lados,
dando a entender que os indígenas e latifundiários se enfrentaram e que os
indígenas “levaram a pior”.
4. (...) tratamento dado à
questão indígena por consecutivos governos como uma questão localizada e não
parte da luta do povo brasileiro pela democracia e contra os exploradores e
saqueadores da nação;
5. (...) fato de os indígenas
terem sido violentados e atacados em seu legítimo território, cujos “invasores”
foram e são os latifundiários e da cumplicidade do Estado brasileiro que põe
suas forças de seguranças para proteger os interesses do agronegócio na
região;
6. (...) constatação histórica
de que a luta dos indígenas, assim como a luta dos camponeses pela terra e a
luta dos remanescentes de quilombolas por seus territórios e suas tradições,
enfrenta uma sanguinária repressão do Estado brasileiro, que tem na exportação
de minérios, petróleo, soja, gado e quetais, a espinha dorsal deste modelo
econômico falido, que espalha a miséria, a fome e o desemprego por todos os
lares brasileiros [Só em 2015 ocorreram 1.217 conflitos no campo, mais que 3
conflitos por dia; nos quais mais de 50 camponeses, indígenas e quilombolas
foram assassinados];
7. (...) ataque representado
pelo Projeto de Emenda Constitucional (PEC/215) de autoria do deputado federal
Almir Moraes de Sá (PR-RR) em trâmite no Congresso Nacional, que passa aos
deputados a responsabilidade unilateral de decidir sobre a demarcação de terras
indígenas, retirando dos índios o direito originário sobre os seus próprios
territórios;
8. Por tudo isso, e muito mais,
o ataque contra os Guaranis Kaiowás no Mato Grosso do Sul é um ataque contra
todo o povo brasileiro.
Uma vez assim, conclamamos a participação de movimentos sociais,
sindicatos e entidades a colocar em pauta a discussão sobre a luta dos povos indígena
e quilombola e do massacre sofrido continuamente pelos mesmos. Nós abaixo
assinado nos solidarizamos com a luta destes povos, independentemente da
acirrada campanha dos meios de comunicação contra suas causas, e nos colocamos
à disposição para a luta legítima dos Terenas, que junto com os Guaranis
Kaiowás e outras etnias, resistem e lutam por seus territórios no Mato Grosso
do Sul, certamente a região mais conflagrada, na atualidade, pela questão
indígena do Brasil.
Luta Popular e Sindical (LPS) - Liga Operária – Associação
Brasileira dos Advogados do Povo (Abrapo) – Instituto Helena Greco de Direitos
Humanos e Cidadania – Liga dos Camponeses Pobres (LCP) – FETAEMG – SINTECT/MG –
STICBH-MARRETA – SINDADOS/MG – SINTRACC – SINDBOR-MG – MEPR – MFP – SINDICATO
DOS SECURITÁRIOS DE MINAS GERAIS – Aldeia Umuarama – Comitê Mineiro de Apoio as
Causas Indígenas – Unidade Vermelha - Movimento Mundo do Trabalho
Contra a Precarização.
- ACESSEM O ABAIXO-ASSINADO CONTRA O MASSACRE DO POVO INDÍGENA DO MATO GROSSO DO SUL (BRASIL):
- Informações/Fonte:
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