"Estamos aqui pela Humanidade!" Comuna de Paris, 1871 - "Sejamos realistas, exijamos o impossível." Maio de 68

R. Hermilo Alves, 290, Santa Tereza, CEP: 31010-070 - Belo Horizonte/MG (Ônibus: 9103, 9210 - Metrô: Estação Sta. Efigênia). Contato: institutohelenagreco@gmail.com

Reuniões abertas aos sábados, às 16H - militância desde 2003.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

ENCONTRO LOCAL DE ESTUDANTES DE SERVIÇO SOCIAL (ELESS) - BELO HORIZONTE/2016

ELESS BH

"No próximo dia 09 de abril de 2016, haverá o Encontro Local de Estudantes de Serviço Social, no Centro Universitário UNA – Campus Barro Preto, com o tema: 

“Os desafios dos Movimentos Sociais Frente à Crise do Capital”. 

Essa agenda foi construída pelas(os) representantes da ENESSO, diretórios acadêmicos e demais militantes orgânicos do Movimento Estudantil de Estudantes de Serviço Social – MESS de Belo Horizonte e região Metropolitana, organizando um encontro com temas da atualidade, visando provocar inquietação e o questionamento da realidade em que estamos inseridos."


Segue programação:

08:00 às 8:30- Credenciamento, junto ao coffee break

8:30 às 9:00- Mesa de abertura:
ABEPSS- (Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social)
CRESS-(Conselho Regional de Serviço Social)
ENESSO-(Executiva Nacional de Estudantes de Serviço Social)

09:00 às 10:50- Mesa de debate
* Leonardo David (Presidente do CRESS) - Recorte histórico dos Movimentos Sociais e MESS (Movimento Estudantil de Serviço Social); CONFIRMADO
*Leonardo Koury - (Assistente Social) Análise de Conjuntura; CONFIRMADO
* Ana Maria Belineli (Assistente Social e militante do Brigadas Populares) - Rebatimentos da crise e perspectivas - CONFIRMADA

10:50 às 11:20 - 1º lanche + intervenção cultural com MC Dod Justaposição

11:20 às 13:00 – 2º Mesa: Movimentos sociais e o enfrentamento da crise.
I Eixo: Feminismo - palestrante do Mov. de Mulheres Olga Benário
II Eixo : LGBT- à confirmar
III Eixo: Étnico Racial à confirmar
IV Eixo: Direitos humanos e Cidadania –Heloísa Greco (Bizoca) do Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania.
Encerramento e debate final.

13:00 às 13:30 - 2º lanche, entrega de certificados e intervenção Cultural com músico Edgar (voz e violão)

O evento ocorrerá no 19º andar.
Valor de Inscrição: R$10 (Dez Reais)

As inscrições poderão ser feitas pessoalmente, através dos representantes dos D.A’s/C.A’s da UNA e da PUC BH e Contagem. Seguem os contatos:
Camila Dutra (PUC Coração Eucarístico) – 99990-7888
Brenda Sanches (PUC Contagem) - 99461-2893
Júlia Gonçalves (UNA Barro Preto/Manhã) - 994078197
Amanda (UNA Barro Preto/Noite) - 97559-0348

As inscrições também poderão ser realizadas via formulário eletrônico, através deste link: http://goo.gl/forms/ZKaakNRolI .
A inscrição será confirmada após recebimento do comprovante de depósito via email para messbeaga@gmail.com.
Atenção: As inscrições via formulário eletrônico só serão aceitas até dia 06/04/2016

Texto/imagem - Fonte: Diretório Acadêmico Serviço Social Florestan Fernandes/UNA

segunda-feira, 4 de abril de 2016

NOTÍCIA SOBRE A 28ª MEDALHA CHICO MENDES DE RESISTÊNCIA

Victória Grabrois, do Grupo Tortura Nunca Mais-RJ, na abertura da 28ª Medalha Chico Mendes de Resistência.
Notícia sobre a 28ª Medalha Chico Mendes de Resistência
Rio de Janeiro, 1º de abril de 2016

            No dia 1º de abril de 2016 – data dos 52 anos do golpe militar - foi realizada no Rio de Janeiro a 28ª Medalha Chico Mendes de Resistência. A atividade aconteceu na sede da OAB-RJ.  Trata-se de iniciativa do Grupo Tortura Nunca Mais-RJ, em parceria com várias entidades que atuam na luta pelos direitos humanos. A medalha foi criada em 1989 para homenagear aqueles que se destacam na resistência contra todas as formas de opressão.  D. Helena Greco, uma das fundadoras do Movimento Tortura Nunca Mais-MG, recebeu a 7ª Medalha Chico Mendes de Resistência em 1995, por ocasião do aniversário de 10 anos do Grupo Tortura Nunca Mais-RJ, que foi criado em 1985.
 A 1ª Medalha Chico Mendes de Resistência foi entregue em 1º de abril de 1989, em ato em frente ao quartel da Polícia do Exército, na Tijuca - Rio de Janeiro, sede do DOI-CODI, um dos maiores centros de tortura da ditadura militar.  Com a Medalha Chico Mendes, o Grupo Tortura Nunca Mais-RJ se contrapôs à Medalha do Pacificador, a mais alta comenda do Exército brasileiro, oferecida na véspera (31/março/1989) pelo ministros militares a torturadores e assassinos de presos políticos durante a ditadura.

A 28ª Medalha Chico Mendes de Resistência (2016) manteve o registro da radicalidade, combatividade e autonomia dos (as) homenageados (as), que foram os (as) seguintes:

- César Augusto Teles (in memoriam), preso político durante a ditadura militar, militante histórico da luta por memória, verdade e justiça, morto em dezembro de 2015 – estiveram presentes seus familiares Amelinha Teles, Edson Teles, Criméia Schimidt de Almeida, João Carlos Grabois, Aurora e Fernanda Miranda;

- Movimento de Ocupação dos Estudantes Secundaristas de São Paulo – além dos secundaristas paulistas, estiveram presentes estudantes secundaristas do Rio que ocupam a Colégio Estadual Prefeito Mendes de Moraes na Ilha do Governador;

- Hamilton Borges dos Santos, da Campanha Reaja ou Será Morta, Reaja ou Será Morto da Bahia – compareceram também membros da Reaja do Rio de Janeiro.  Foi apresentado o número 0 do jornal Assata Shakur (Fevereiro 2016 – Brasil – Diáspora);

- Izildete Santos, mãe de Fábio Eduardo Soares Santos, desaparecido em Queimados – Baixada Fluminense, juntamente com Rodrigo Abílio.  Ambos são vítimas da carnificina perpetrada pela Polícia Militar naquela região;

- Jorge Leal Gonçalves Pereira (in memoriam), desaparecido político assassinado sob tortura pela ditadura militar em outubro de 1970;

- Dra. Krenarik Boujikian, membro da Associação Juízes para a Democracia que denuncia sistematicamente a situação de masmorra do sistema carcerário do país e combate a ocupação dos morros, favelas e periferias pela polícia e as forças armadas;

- Paulo César Pinheiro, compositor da MPB, um dos responsáveis pela trilha sonora da resistência contra a ditadura militar;

- Povo Krenak de Governador Valadares/MG, uma das principais vítimas tanto da repressão da ditadura militar quanto do crime socioambiental da Samarco/Vale/BHP Billiton que destruiu Bento Rodrigues, Mariana/MG  e o estuário do Rio Doce;

- Raul Amaro Nin Ferreira (in memoriam), preso pela Polícia do Exército durante a ditadura militar, foi assassinado sob tortura no Hospital Central do Exército em agosto de 1971;

- Benedito Joaquim dos Santos, Ivan Duarte, Jayme Navas da Costa, José Carlos Teodoro de Almeida, Manoel Francisco Espíndola Neto e Oswaldo Garcia Velloso, operários da Construção Naval de Niterói-São Gonçalo/1964. Eles foram perseguidos e presos pela ditadura militar e até hoje não foram anistiados.

            A homenagem especial foi para Berta Cáceres (in memoriam), militante ambiental e liderança indígena dos Lencas, brutalmente assassinada pelo Estado hondurenho em março de 2016.

       O Coral NheengarECOporanga, de Petrópolis/RJ,  sob a regência do maestro Carlos Eduardo Fecher se apresentou durante a 28ª Medalha Chico Mendes de Resistência. Além do Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania, estiveram presentes no ato estudantes, trabalhadores(as) e militantes  de vários movimentos sociais.

Belo Horizonte, 4 de abril de 2016
Notícia/fotos/arquivo: Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania

Operários da Construção Naval de Niterói-São Gonçalo/1964.
Povo Krenak de Governador Valadares/MG.
Movimento de Ocupação dos Estudantes Secundaristas de SP e do RJ.
Familiares de César Augusto Teles (in memoriam).
Hamilton Borges dos Santos, militante da Campanha Reaja ou Será Morta, Reaja ou Será Morto/BA.

terça-feira, 29 de março de 2016

ENCONTRO ANUAL DE ESTUDOS DE MEMÓRIA,VERDADE E JUSTIÇA 2016


ENCONTRO ANUAL DE ESTUDOS DE MEMÓRIA, VERDADE E JUSTIÇA
2ª Edição (2016)

Sábado, dia 23 de abril de 2016 - de 16:00 às 18h
Local: Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania (IHG)
- Rua Hermilo Alves, nº 290, Bairro Santa Tereza - Belo Horizonte/MG

LEITURA DO TEXTO PARA DEBATE:

RELATÓRIO SÁBATO. O Poder Judiciário durante o período em que se consumou o desaparecimento forçado de pessoas.  In: Nunca Mais Informe da Comissão Nacional Sobre o Desaparecimento de Pessoas na Argentina, presidida por Ernesto Sábato - 30 mil mortos, 340 campos de concentração: o saldo da repressão militar na Argentina.  Porto Alegre/RS: L&PM Editores, 1984, p. 295-328.

- Este capítulo que debateremos é dividido nas seguintes partes:
A. O Habeas-corpus
B. Detidos à disposição do Poder Executivo Nacional
C. O desaparecimento de advogados
D. Invasão das sedes dos organismos defensores dos Direitos Humanos
E. A solidariedade internacional

*Texto para baixar e imprimir:

*Para quem quiser, podemos enviar por e-mail o texto (PDF) em anexo. É só solicitar: institutohelenagreco@gmail.com
*O livro Nunca Mais (Relatório Sábato) está à disposição para fotocópia. 
* Solicitamos a todas e todos que venham com o texto lido em mãos!
*Serão emitidos certificados para participantes.
1º de abril: 52 anos do golpe de 1964 no Brasil
24 de março: 40 anos do golpe de 1976 na Argentina
Ditadura nunca mais!
O Encontro Anual de Estudos de Memória, Verdade e Justiça constitui a pesquisa, o estudo, a leitura e a discussão sobre as questões que envolvem os direitos humanos, a luta contra o terrorismo institucional praticado por Estado, governos, regimes e, principalmente, por ditaduras do cone sul da América latina.
O encontro é realizado anualmente em abril, mês do golpe de 1964 que consolidou ditadura de 21 anos no Brasil. 

Abaixo o terrorismo de Estado e do capital!


segunda-feira, 28 de março de 2016

28ª MEDALHA CHICO MENDES DE RESISTÊNCIA!

O Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania (IHG - BH/MG) estará presente na 28º Medalha Chico Mendes de Resistência organizada pelo Grupo Tortura Nunca Mais-RJ.
Data: 1º de abril de 2016, às 18 horas
Local: OAB/RJ - Av. Marechal Câmara, 150, 9º andar, Centro/Rio de Janeiro.

1º de abril: 52 anos do golpe de 1964. Abaixo a Ditadura!

terça-feira, 22 de março de 2016

TODA NOSSA SOLIDARIEDADE ÀS VÍTIMAS DO LATIFÚNDIO EM RONDÔNIA, AOS SEUS COMPANHEIROS E FAMILIARES

           José Pereira Gonçalves, irmão de Renato Nathan, camponês 
           assassinado em abril de 2012. Novas chacinas ocorrem, 
          em Rondônia, neste ano. Foto: Sávio Leite (cineasta).
TODA NOSSA SOLIDARIEDADE ÀS VÍTIMAS DO LATIFÚNDIO EM 
RONDÔNIA, AOS SEUS COMPANHEIROS E FAMILIARES
No sábado, dia 19/03/2016, esteve presente no Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania o companheiro José Pereira Gonçalves, irmão de Renato Nathan, camponês assassinado por policiais militares e capangas de latifundiários em Jacinópolis (Buritis/Rondônia), em abril de 2012. José Pereira Gonçalves é um dos coordenadores da Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e da Amazônia Ocidental. Ele está jurado de morte por policiais militares e pistoleiros pagos pelos latifundiários da região.
O objetivo da visita foi ampliar a denúncia dos assassinatos e das chacinas periódicas perpetradas pela Polícia Militar de Rondônia em conluio com a Associação de Pecuaristas de Ariquemes, organização paramilitar do Vale do Jamari criada pelo latifundiário Antônio Carlos Faitaroni.
José Pereira Gonçalves veio divulgar a Carta Aberta contra a perseguição, ameaças e assassinatos de camponeses e suas lideranças, publicada no Resistência Camponesa, em 29/02/2016.  Estiveram também presentes no Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania outro trabalhador perseguido de Rondônia e um membro do MOCLATE.
Os companheiros de Rondônia solicitam aos movimentos sociais, ao movimento sindical, aos professores, estudantes, trabalhadores e entidades de direitos humanos ampla divulgação da denúncia das chacinas.

ABAIXO O TERRORISMO DO LATIFÚNDIO, DO ESTADO E DO CAPITAL!

PELO FIM DO APARATO REPRESSIVO!

ABAIXO O LATIFUNDIDÁRIO/PISTOLEIRO ANTÔNIO CARLOS FAITARONI
 E A ASSOCIAÇÃO DE PECUARISTAS ARIQUEMES!

ABAIXO O GOVERNADOR CONFÚCIO MOURA E O CEL. ÊNEDY DIAS! 

PELO FIM DOS ASSASSINATOS DE TRABALHADORES E DA CRIMINALIZAÇÃO DE SUAS LUTAS!

TERRA PARA QUEM NELA VIVE E TRABALHA!

Belo Horizonte, 22 de março de 2016
Notícia: Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania  

- CARTA ABERTA: CONTRA A PERSEGUIÇÃO, AMEAÇAS E ASSASSINATOS DE CAMPONESES E SUAS LIDERANÇAS (Carta escrita por José Pereira Gonçalves e postada no site do jornal Resistência Camponesa, em 29/02/2016):

- NOTA DE REPÚDIO À ESCALADA DA REPRESSÃO E ASSASSINATOS CONTRA TRABALHADORES DO CAMPO EM RONDÔNIA (Nota do Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania – 22/02/2016):

Foto: Sávio Leite

terça-feira, 8 de março de 2016

8 DE MARÇO/2016

8 DE MARÇO – DIA INTERNACIONAL DA MULHER: 

PELA RADICALIZAÇÃO DA LUTA FEMINISTA!

                Em 2016, a plurissecular luta feminista tem ainda longo caminho a percorrer.  O Brasil mantém o seu lugar no pódio mundial como um dos campeoníssimos em violência contra as mulheres – assédios, espancamentos, mutilações, estupros e assassinatos, dentro e fora de casa. A mal chamada violência simbólica, aquela que está presente no nosso cotidiano e contamina todas as malhas da sociedade, reforça o processo de naturalização da subalternidade e da exclusão das mulheres.  Machismo, sexismo, feminicídio, misoginia, lesbofobia, transfobia e racismo constituem peças fundamentais do arsenal de dominação brandido pelo terrorismo de Estado, do capital e do fundamentalismo religioso.  Trata-se do reacionarismo institucional parafascista presente em todas as instâncias do Estado e no aparato midiático.

                O Estado brasileiro mantém também a liderança mundial do país em mais duas modalidades diretamente vinculadas à violência contra as mulheres: concentração de renda e desigualdade social.  A opressão sofrida pelas mulheres tem recorte muito preciso determinado por gênero, classe e etnia. São as mulheres trabalhadoras, pobres e negras, suas principais vítimas – além das mulheres das comunidades indígenas, estas em fase final de extermínio. O caráter de classe desta opressão é, portanto, evidente: exploração de classe e opressão de gênero se retroalimentam no projeto burguês de dominação, o totalitarismo de mercado – verdadeiro nome do neoliberalismo.

O governo Dilma Rousseff (PT, PMDB, PCdoB e demais aliados), assim como o PSDB de Alckmin, Aécio Neves, Anastasia e seus asseclas, seguem à risca a cartilha do totalitarismo de mercado.  A lógica do tal reajuste fiscal proposto pelo governo federal é a aniquilação dos direitos e conquistas das lutas dxs trabalhadorxes. O aumento exponencial da repressão e da criminalização dos movimentos sociais – leia-se genocídio do povo negro, genocídio dos povos indígenas, assassinatos de trabalhadorxs do campo, guerra generalizada contra os pobres, política de encarceramento em massa – completam este quadro. A criminalização dos movimentos sociais foi reforçada pela recente aprovação da lei antiterrorismo por iniciativa do governo Dilma Rousseff.

A composição do congresso nacional é a mais reacionária desde os tempos da ditadura militar.  Seu presidente, o réu Eduardo Cunha (PMDB) - juntamente com Jair Bolsonaro (PP) e a bancada BBB (Boi, Bala e Bíblia) – ataca de maneira sistemática e contumaz os movimentos feministas e as comunidades LGBTs.  No ano passado, manifestações dos movimentos feministas de todo o país contra os ataques de Eduardo Cunha no que se refere ao direito ao aborto foram brutalmente reprimidas. Em Belo Horizonte, a Polícia Militar, a mando do governador Fernando Pimentel (PT), espancou e deteve várias companheiras. Lembremos ainda que várias companheiras foram espancadas, presas e indiciadas simplesmente por participarem das manifestações de 2013, 2014 e 2015.

São as mulheres as mais atingidas pelo pacote urdido pelo governo federal: tentativas de institucionalização da terceirização/precarização do trabalho, reforma da previdência social, política de desemprego, cortes radicais de verbas, sucateamento da saúde e educação. São ainda as mulheres as mais atingidas pelo modelo de controle e reengenharia da cidade imposto pelo sistema: remoções forçadas baseadas na lógica da higienização,  segregação, privatização e militarização do espaço urbano cujo paradigma é constituído pelas UPPs. O modelo de apartheid social é levado ao paroxismo em Belo Horizonte pela prefeitura de Márcio Lacerda (PSB/PSDB).

A luta pelo direito ao aborto livre, seguro e gratuito, bandeira histórica do movimento feminista, desvela de maneira exemplar o caráter de classe da criminalização do aborto que vigora no Brasil. Em pleno ano de 2016, a questão da descriminalização do aborto continua a ser anátema para a cultura patriarcal hegemônica, o que implica em graves violações dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres. Insiste-se em manter a genitália feminina sob controle cerrado do Estado, da Igreja e do fundamentalismo cristão. As mulheres brasileiras, assim, não têm direito ao controle do próprio corpo e ao livre exercício da sexualidade.  De novo: são as mulheres pobres e negras as maiores vítimas desta situação. São elas que são submetidas sistematicamente às condições iníquas da clandestinidade e dos riscos dos abortos ilegais. Para aquelas que têm dinheiro, existem as clínicas particulares onde o aborto continua clandestino mas é tolerado desde que se possa  pagar por este serviço mais razoável.  A epidemia do zica vírus e da microcefalia escancarou ainda mais o caráter de classe da criminalização do aborto e da tentativa covarde por parte do governo de transferência de responsabilidades: é o Estado o responsável pela epidemia de zica – é também ele o responsável por todas as suas sequelas, que atingem pelo menos duas gerações. A decisão de prosseguir ou não a gestação, por outro lado, deve ser prerrogativa exclusiva das mulheres atingidas – e de ninguém mais.

Para concluir, voltemos à história do 8 de março:  trata-se de luta contra-hegemônica e estrutural, que visa a transformação radical da sociedade.  Segundo a tradição, a luta feminista contra a sociedade machista e patriarcal deve ser travada no registro da luta contra a dominação burguesa, contra o Estado e o capital.  Retomemos as energias utópicas das mulheres que, há 145 anos, construíram a Comuna de Paris; daquelas que, há 99 anos, se colocaram à frente da Revolução Russa; e daquelas que, há 80 anos, de armas na mão, combateram na Guerra Civil Espanhola. Saudemos as indígenas do México e as zapatistas que defendem seus territórios livres contra o neoliberalismo, contra o governo e o Estado mexicanos.  Saudemos igualmente a luminosa radicalidade das guerrilheiras curdas de Rojava - das Unidades de Proteção das Mulheres (YPJ) - que, neste ano de 2016, estão a lutar pela emancipação das mulheres, pelo fim do Estado-nação capitalista e do sistema patriarcal a que o povo curdo tem sido submetido há séculos.  Todas estas lutas têm forte tradição feminina e feminista na perspectiva da autonomia e da luta anticapitalista.

Prestemos nossa homenagem às companheiras trabalhadoras - pobres, negras e indígenas - que, na cidade e no campo, nas ocupações, vilas, favelas e periferias se mantêm firmes na luta cotidiana contra a exploração, a opressão e a repressão. Unamo-nos às mulheres de Bento Rodrigues e a todas as atingidas pelo desastre socioambiental provocado pela Samarco/Vale/BHP Billiton com a cumplicidade dos governos municipais, estaduais e federal.  

Repudiemos o Estado de Honduras que, no dia 03/03/2016, assassinou Berta Cáceres, referência histórica da luta pelos direitos humanos e pelos territórios indígenas contra as investidas das hidrelétricas, do Estado e dos paramilitares. Solidarizemo-nos com as mulheres da Índia na sua luta permanente contra os estupros sistêmicos que assolam aquele país.

 Resgatemos, enfim, a memória das companheiras que tombaram na luta contra a ditadura militar no Brasil (1964-1985) e de todas as mulheres que foram mortas e desaparecidas pelas ditaduras do Cone Sul da América Latina. O golpe militar da Argentina (1976-1983) – que engendrou o assassinato de 30 mil pessoas - faz 40 anos no dia 24/03/2016. Esquecer, nunca!

·        -  Viva a radicalidade histórica da luta das mulheres! Viva a luta feminista! Viva o dia 8 de março!

·         - Nossas homenagens às mulheres que tombaram na luta contra todas as formas de opressão e exploração!

·     - Todo o apoio às mulheres trabalhadoras; às moradoras das ocupações, vilas, favelas e periferias; às moradoras de comunidades quilombolas e indígenas nas suas lutas cotidianas contra o terrorismo de Estado e do capital!

·        -  Pela legalização do aborto: direito ao aborto seguro e gratuito já! Pelo fim da criminalização do aborto!

·         - Pelo fim dos assassinatos e da violência contra as mulheres! Abaixo o feminicídio, o machismo e o sexismo!

 -  Abaixo a misoginia, a lesbofobia e a transfobia! Abaixo o racismo!

Belo Horizonte, 8 de março de 2016
INSTITUTO HELENA GRECO DE DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA (IHG-BH/MG)
Da esquerda para direita: Presas esperando deportação por participarem da Comuna de Paris (1871);  Revolução Russa (1917); Guerra Civil espanhola (1936 - 1939); Panteras Negras (anos 1960); Manifestação feminista (anos 1960); Zapatistas (atualidade); Curdas de Rojava das Unidades de Proteção das Mulheres/YPJ (atualidade) e Detalhe da obra de Angel Aragonés. 

sábado, 5 de março de 2016

REALIZADO BATE-PAPO COM JOSÉ MARIA, ANARQUISTA PORTUGUÊS

ANARQUISTA PORTUGUÊS 


No dia 04/03/2016, foi realizada Conversa com um anarquista: bate-papo com o professor José Maria Carvalho Ferreira. O bate-papo foi proposto pelxs companheirxs que construíram o Centro de Cultura Libertária (C.C.L.) durante os anos 1990, em Belo Horizonte/MG. 

José Maria, editor da revista Utopia, falou sobre a pertinência e a atualidade da anarquia (sem deus e sem amos) e  sobre seu posicionamento diante dos modelos de anarquismo. 

O bate-papo aconteceu no Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania e contou com participação de várixs companheirxs.

Agradecemos a proposta do bate-papo,  a presença de todxs e ao Prof. José Maria.

Belo Horizonte, 05 de março de 2016
Notícia/Fotos: Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania



quarta-feira, 2 de março de 2016

CONVERSA COM UM ANARQUISTA: BATE-PAPO COM O PROFESSOR E MILITANTE JOSÉ MARIA CARVALHO FERREIRA

Companheirxs que participaram da construção do Centro de Cultura Libertária - BH/MG organizam um bate-papo com José Maria Carvalho Ferreira, anarquista português.

Sexta-feira, dia 04/03/2016, às 20h.
Local/Apoio: Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania.
Rua Hermilo Alves, 290, Santa Tereza - BH/MG.

Textos enviados pelos companheirxs:

CONVERSA COM UM ANARQUISTA

Na próxima sexta-feira, 04 de março, a partir das 20:00 horas, ocorrerá um bate-papo com o professor e militante anarquista português José Maria Carvalho Ferreira. José Maria tem uma longa trajetória intelectual e política libertária, mas tem se destacado, nos últimos anos, em estreitar os laços entre as comunidades anarquistas de Portugal e Brasil. O bate-papo ocorrerá no Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania (IHG), situado à rua Hermilo Alves, 290, Bairro Santa Teresa.

JOSÉ MARIA CARVALHO FERREIRA nasceu em 1945. É Mestre e Doutor em Economia pela Universidade de Paris X - Nanterre, e Doutor em Sociologia pela Universidade Técnica de Lisboa. É Professor Catedrático aposentado da Secção de Sociologia do Departamento de Ciências Sociais do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa. Foi Presidente do SOCIUS (Centro de Investigação em Sociologia Económica e das Organizações) do ISEG-UTL de 1991 a 2012.

Suas atividades de pesquisa tem-se centrado nas seguintes áreas: sociologia, psicossociologia das organizações, sociologia econômica, economia social, terceiro setor, tecnologias de informação e comunicação (TIC).

Além disso, tem participação ativa no cenário anarquista internacional, especialmente em Portugal, França e Brasil.

É autor de dezenas de livros e artigos. Dentre os livros que publicou recentemente destacam-se: A crise no mundo do trabalho (Clássica Editora, 2016) e Perspetivas de desenvolvimento sustentável (Clássica Editora, 2016).

Apoio: IHG - Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania.
Prezados Libertários:
Venho através desta informar aos que prezam pela prática e ideal anarquista que teremos nesta sexta-feira 04/03 a presença do José Maria, Anarquista Português editor da revista utopia. Falando sobre o panorama anarquista da atualidade e idéias correlatas ao mundo do trabalho.Local: Instituto Helena Greco Sta Tereza. Horário: 20:00h
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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

HOMENAGEM A CÉSAR TELES (1944 - 2015): PRESENTE NA LUTA!


HOMENAGEM A CÉSAR TELES (1944 - 2015): PRESENTE NA LUTA!

         O Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania estará presente na Homenagem a César Teles (1944 - 2015). Militante histórico, foi perseguido, preso e torturado durante a ditadura militar (1964 - 1985). Nosso grande companheiro constitui exemplo de coerência e combatividade na luta por memória, verdade e justiça.

           A homenagem está sendo convocada por familiares, amigas e amigos. Acontecerá no dia 26/02/2016 na Câmara Municipal de São Paulo. 

        Toda nossa solidariedade a Amelinha Teles, Criméia Schmidt, Janaína Teles, Edson Teles e demais familiares.

César Teles: Presente!

Belo Horizonte, 24 de fevereiro de 2016
Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania

Sobre César Teles (1944 - 2015):

      César Augusto Teles nasceu em 7 de julho de 1944, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Filho de Eustásio Telles e Geni Moreira Telles. Era ferroviário quando ingressou no Partido Comunista em 1962.

       César e sua esposa Amelinha eram responsáveis pela imprensa clandestina do PCdoB quando foram presos em São Paulo juntos dos dirigentes Carlos Nicolau Danielli, no dia 28 de dezembro de 1972. Levados para a OBAN, César, que já era diabético e tuberculoso, devido às bárbaras torturas que sofreu durante dias, entrou em estado de coma e levou muitos dias para se recuperar o que, apesar de seu peculiar bom humor, lhe deixou sequelas que carrega até os dias de hoje.

     Seus filhos Janaína e Edson e sua cunhada Crimeia, grávida de 8 meses, foram presos em seguida.

     Foram torturados e presenciaram o assassinato de Danielli pela equipe do então major Carlos Alberto Brilhante Ustra.

      No ano de 1975, César, já transferido para o Presídio do Barro Branco (SP), junto com outros 34 presos políticos escreveu o "Bagulhão", uma carta de denúncia das torturas sofridas pelos militantes. Além da importante riqueza de detalhes das mazelas sofridas, a carta traz uma lista de 233 torturadores, o que foi uma grande contribuição para a luta pelo fim da ditadura. Ficou preso até 1977.

FONTE: Infância Roubada - Crianças atingidas pela ditadura militar no Brasil, 2014.

Informações sobre a homenagem:

Ato em homenagem a Cesar Teles, militante político falecido em 28 de dezembro de 2015.

A família, amigas e amigos convidam todos para prestar suas homenagens.

Companheiro Cesar, presente, hoje e sempre!

Local: Câmara Municipal de São Paulo

Viaduto Jacareí, 100 - Salão Nobre - 8º andar 

Data: 26/02/2016 - 6ª feira - 18h30

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

NOTA DE REPÚDIO À ESCALADA DA REPRESSÃO E ASSASSINATOS CONTRA TRABALHADORES DO CAMPO EM RONDÔNIA


NOTA DE REPÚDIO À ESCALADA DA REPRESSÃO E ASSASSINATOS
CONTRA TRABALHADORES DO CAMPO EM RONDÔNIA

            O Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania (IHG-BH/MG) vem a público manifestar o mais veemente repúdio à situação de barbárie instalada em Rondônia pelo latifúndio, representado sobretudo por Carlos Faitaroni e sua Associação de Pecuaristas do Vale do Jamari; pelo governador do Estado, Confúcio Moura/PMDB; e pela Polícia Militar, comandada pelo Cel. Ênedy Dias. O governo Dilma Rousseff é igualmente responsável por manter a política de concentração de terras e de favorecimento incondicional ao agronegócio, a guerra generalizada contra os pobres, a criminalização das lutas dos trabalhadores e do povo.  Seu ouvidor agrário, Gercino da Silva, tornou-se preposto dos latifundiários com sua prática leniente e conivente em relação às barbaridades perpetradas em nome do agronegócio e do capital.  A postura do aparato midiático – que não mede esforços para reforçar o Estado, o latifúndio e o capital – completa o quadro.

            Sabemos que o massacre de trabalhadores do campo e comunidades indígenas é política de longo prazo em Rondônia e no Brasil – lembremos o massacre de Corumbiara/RO em 1995. A iniquidade da atual escalada de violência atingiu, mais uma vez, patamar absolutamente assombroso.  Senão, vejamos: de janeiro/2015 a fevereiro/2016 foram 50 assassinados no campo em todo o país – 21 deles em Rondônia, além de mais 3 casos de desaparecimentos. De dezembro do ano passado para cá aconteceram 6 assassinatos e 3 desaparecimentos na região do Vale do Jamari, transformada pelo latifúndio e o Estado em verdadeiro campo da morte. De 2007 a 2016 foram assassinados mais de 10 coordenadores e membros da Liga dos Camponeses Pobres na região.

 Há um conluio sistêmico da pistolagem com o governo, os latifundiários e a Polícia Militar. O terrorismo, a criminalização dos movimentos sociais e a política de extermínio se consolidam como método de governo.   Reiteramos o nosso repúdio a esta situação de barbárie.  Prestamos nossa homenagem às companheiras e companheiros que tombaram na luta contra o latifúndio, bem como àquelas e àqueles que continuam firmes nesta luta.

ABAIXO O TERRORISMO DO LATIFÚNDIO, DO ESTADO E DO CAPITAL!

PELO FIM DO APARATO REPRESSIVO!

ABAIXO O LATIFUNDIDÁRIO/PISTOLEIRO CARLOS FAITARONI
 E A ASSOCIAÇÃO DE PECUARISTAS DO VALE DO JAMARI!

ABAIXO O GOVERNADOR CONFÚCIO MOURA E O CEL. ÊNEDY DIAS! 

PELO FIM DOS ASSASSINATOS DE TRABALHADORES 
E DA CRIMINALIZAÇÃO DE SUAS LUTAS!

TERRA PARA QUEM NELA VIVE E TRABALHA!

Belo Horizonte, 22 de fevereiro de 2016
INSTITUTO HELENA GRECO DE DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA (IHG-BH/MG)
institutohelenagreco.blogspot.com.br