"Estamos aqui pela Humanidade!" Comuna de Paris, 1871 - "Sejamos realistas, exijamos o impossível." Maio de 68

R. Hermilo Alves, 290, Santa Tereza, CEP: 31010-070 - Belo Horizonte/MG (Ônibus: 9103, 9210 - Metrô: Estação Sta. Efigênia). Contato: institutohelenagreco@gmail.com

Reuniões abertas aos sábados, às 16H - militância desde 2003.

quinta-feira, 27 de março de 2025

A PAIXÃO DE TITO - SESSÃO DA PEÇA E LANÇAMENTO DE E-BOOK

Salve companheiras/os! Atenção para o refrão! É com muita satisfação que estaremos no próximo dia 28/03/2025, às 19:30h, no Instituto Helena Greco para um evento muito especial, em repúdio aos 61 anos do golpe militar de 1964. Teremos uma sessão da peça "A paixão de Tito", seguida do lançamento do e-book "A paixão de Tito: Memorabília - Cartas de uma retirância".

A peça é um ritual em homenagem à memória de Frei Tito de Alencar Lima, cearense, militante, dominicano, preso, torturado. Juntamente com mais 69 companheiras/os, foi banido do nosso país pela ditadura civil-militar em janeiro de 1971, trocado pelo embaixador suíço.

O livro é um registro poético da circulação da peça por Comunidades Quilombolas e Ocupações Urbanas de Belo Horizonte.

Tudo isso a preço popular, R$ 15,00 no Pix! Venha participar e desfrutar também das delícias da Casa de Angola.

Localização: Rua Hermilo Alves, 290. Sta. Tereza. 

Classificação indicativa: recomendado para maiores de 14 anos. 

Com Gabriel Castro Cavalcante (@gabrielcastrocavalcante79)

Dramaturgia e Encenação de Juarez Guimarães Dias (@juarezgdias)

Realização: Mutanti Lab de Criação (@laboratoriomutanti)

Apoio: Neepec UFMG (@neepec.ufmg) e Selo PPGCOM / UFMG (@seloppgcom)

Parceria: Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania – BH/MG (@institutohelenagreco) e Casa de Angola (@casadeangolabh).


https://www.instagram.com/apaixaodetito/


https://www.facebook.com/apaixaodetito


sábado, 8 de março de 2025

#8M2025 - DIA INTERNACIONAL DE LUTA DAS MULHERES!


Voltamos às ruas para reafirmar o caráter emancipatório, Antirracista, Anticolonial, Antifascista e Anticapitalista da luta feminista. É nossa luta permanente contra a exploração, o patriarcalismo e pela defesa do direito ao aborto legal, seguro e gratuito.

A legislação brasileira de aborto é das mais atrasadas do mundo. A ofensiva para restringi-la ainda mais vem de homens brancos, ricos, héteros, misóginos, machistas, fundamentalistas cristãos, patriarcalistas e escravocratas.  Dominam o congresso nacional e os legislativos e executivos estaduais e municipais. Como as Forças Armadas, a burguesia é fascista por definição.

O Brasil é um dos campeões mundiais em violência de gênero: feminicídio, violência doméstica, estupros, pedofilia, degradação de idosas e pessoas com deficiência. Também em número de estupros de crianças e adolescentes e daquelas que engravidaram por causa disto. Detém o primeiro lugar em transfeminicídio. Tem a terceira população carcerária feminina.

O país é um dos primeiros em desigualdade social e concentração de renda, de terras, do aparato midiático e em casos de trabalho escravizado. O terrorismo de Estado e do capital atinge sobretudo as mulheres. Elas são superexploradas na dupla jornada imposta – no emprego e em casa. É essencial o fim da dupla jornada e da escorchante jornada de trabalho 6X1.

O capitalismo ataca triplamente os corpos femininos: por causa do gênero, da etnia e da classe. Esta interseccionalidade deve informar a nossa luta. Vivemos no país que tem a segunda população negra do planeta. É também o país do genocídio institucional do Povo Negro e dos Povos indígenas. Tem a polícia que mais mata no planeta.

A luta feminista é internacionalista. Prestamos tributo à resistência do Povo Palestino, às mulheres e crianças palestinas chacinadas pelo Estado nazissionista de Israel. Nossas homenagens às companheiras vítimas do terrorismo de Estado e a todas que continuam a combatê-lo. Nossas homenagens às companheiras que tombaram na luta contra a ditadura militar (1964-1985).

Belo Horizonte, 8 de março de 2025

Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania - BH/MG

sábado, 1 de março de 2025

VENHA RECARREGAR AS ENERGIAS, SE REFRESCAR E SE ALIMENTAR...


SOLIDARIEDADE NO CARNAVAL!


Arrecadação para o Instituto Helena Greco e Casa de Angola 


·      DATA: de 01 a 04 de março/2025 (de sábado a terça-feira)


·  HORÁRIO: de 12:00 às 18H


· LOCAL/ENDEREÇO: Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania - Rua Hermilo Alves, 290, Santa Tereza - BH/MG


VENDA DE CERVEJAS pelo @institutohelenagreco 


VENDA DE COMIDA VEG e não alcoólicos pela @casadeangolabh


·  Cumbucas de 500g:

- arroz integral com gersal, farofa e couve (opções feijoada veg, moqueca de banana da terra ou seitan acebolado)


·      Harumaki (rolinho recheado tipo primavera)


·      Refresco de banchá com limão


·      Refrigerante


·      Água mineral


*Pagamento por via PIX ou em espécie.


CIRCUITO “CARNAVAL DA RESISTÊNCIA - PALESTINA LIVRE!”

 

Seremos ponto de distribuição de cartazes, adesivos e panfletos de apoio ao Povo Palestino.

 

Em conjunto com dezenas de blocos de rua, o Comitê Mineiro de Solidariedade ao Povo Palestino, desde o carnaval de 2024,  lançou o manifesto “Carnaval Solidário e da Resistência! Palestina Livre!”.

 

Espaço arejado, com ventiladores e banheiros.

 

Contribua com espaços autônomos e de lutas sociais. Contamos com o apoio de todes, todas e todos.

 

*nazi/fascistas, ancaps, racistas, machistas e lgbtqiapn+fóbicos: NÃO PASSARÃO!


quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

CINE-DEBATE | CARTA DE LINHARES: A TORTURA REVELADA

Exibição do documentário (2024, 41 min.) dirigido por Marcelo Passos e produzido pela M3 VÍDEO.


DATA: 26/02/2025 (quarta-feira);


• HORÁRIO: 19:00 horas;


• LOCAL/ENDEREÇO: Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania – Rua Hermilo Alves, 290, Santa Tereza – BH/MG.


• SINOPSE:


Em 29 de janeiro de 1969, a polícia invadiu um aparelho do grupo guerrilheiro Colina (Comando de Libertação Nacional), em Belo Horizonte/MG. Durante a operação, dois policiais morreram e o militante Maurício Vieira de Paiva foi ferido. Sete militantes foram presos e torturados. Meses depois, foram levados para a Penitenciária de Linhares, em Juiz de Fora/MG. Lá, os presos políticos do COLINA produziram a Carta de Linhares – datada de 19 de dezembro de 1969 - detalhando as torturas sofridas, os métodos, os locais e seus torturadores. O manuscrito de 28 páginas foi o primeiro documento de denúncia internacional da prática de tortura pela ditadura militar (1964-1985). Este documento expôs a brutalidade da ditadura e os crimes cometidos contra a oposição. O regime sempre negou as denúncias. As Forças Armadas continuam negando até hoje.


O documentário Carta de Linhares: a tortura revelada resgata esta história em detalhes e mostra a importância do documento na luta de resistência democrática contra a ditadura. Em dezembro de 2024, conquistou o segundo lugar no 41º Prêmio Nacional Direitos Humanos de Jornalismo, promovido pela OAB/RS (Ordem dos Advogados do Brasil/Rio Grande do Sul).


• PARTICIPAM DO DEBATE APÓS A EXIBIÇÃO DO DOCUMENTÁRIO:


MARCELO PASSOS - diretor do documentário;


JORGE NAHAS e MARCO ANTÔNIO MEYER – militantes do COLINA presos e torturados durante a ditadura militar. Signatários da Carta de Linhares, foram banidos do país em junho de 1970 trocados pelo embaixador alemão;


ALOÍSIO MORAIS MARTINS – um dos fundadores (1976) e editor responsável do jornal De Fato, que publicou a Carta de Linhares no Brasil, em 1978.


• REALIZAÇÃO:


Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania – BH/MG;

Associação dos Geógrafos Brasileiros - Seção Local Belo Horizonte (AGB/SL-BH).

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

SOLIDARIEDADE AO JORNAL A NOVA DEMOCRACIA

O Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania manifesta veemente repúdio à investida sionista do YouTube contra o jornal A Nova Democracia (AND).

O AND foi fundado em 2002. É referência de imprensa independente, democrática e popular. O jornal manteve por mais de 15 anos um canal no YouTube. No dia 15 de janeiro deste ano, o YouTube o baniu sumariamente da plataforma por conta da combativa cobertura diária do jornal sobre a resistência do Povo Palestino contra o Estado nazissionista de Israel – terrorista, genocida, colonial e racista. O YouTube proibiu o jornal de baixar seu próprio acervo: mais de 15 anos de registros históricos sobre as lutas populares contra o terrorismo de Estado.

Hoje foi aprovada uma liminar favorável que obriga a megaempresa a reabrir o acervo do jornal: conquista do AND, dos advogados da causa e da campanha de apoio com dezenas de adesões de militantes, movimentos, organizações e entidades progressistas e anticapitalistas.

É extraordinário o acervo do jornal, agora resgatado. Abrange as lutas da classe trabalhadora no campo e na cidade. Contém a luta dos Povos Indígenas e do Povo Negro contra o genocídio institucionalizado. Cobre as chacinas periódicas e a violência policial cotidiana nas favelas e periferias. Mostra as Jornadas de Junho de 2013, com imagens belíssimas da expulsão de um caveirão por jovens manifestantes periféricos (Rio de Janeiro, 20/06/2013).

Também hoje recebemos com consternação a notícia do falecimento do Professor Fausto Arruda, fundador e diretor-geral do AND. Ele é um daqueles companheiros imprescindíveis: dedicou a vida inteira à luta contra todas as formas de exploração e opressão – pelo socialismo. Forte abraço de solidariedade aos seus familiares, camaradas e amigos.

LONGA VIDA AO JORNAL A NOVA DEMOCRACIA!

COMPANHEIRO PROFESSOR FAUSTO ARRUDA: PRESENTE NA LUTA, HOJE E SEMPRE!

Belo Horizonte, 19 de fevereiro de 2025

Instituto Helena Greco de Direitos Humanos - BH/MG


sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

OH, GAZA! RECITAL DE POESIA, CONTAÇÃO DE ESTÓRIAS, GIRO SUFI, PROJEÇÃO DE CURTAMETRAGEM


O Comitê Mineiro de Solidariedade ao Povo Palestino e o Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania - com apoio da Associação Cultural José Martí – organizam neste sábado a atividade cultural Oh, Gaza! em repúdio às falas recentes do presidente estadunidense Donald Trump sobre a ocupação de Gaza pelos EUA e a transferência forçada dos palestinos para o Egito e a Jordânia.

Na atividade haverá recital de poesia com Carlos Augusto Novais e Virgílio Mattos do grupo Cemflores, contação de estórias com Edelvais Queirós, projeção do curtametragem Cultivando Resistência de Clara Albinati e apresentação de Giro Sufi com a bailarina argentina Paula Lena.


sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

2ª FEIRINHA TRANS - 08.02.2025 - BH






















2ª FEIRINHA TRANS (@movatbh)

 

Sábado, dia 08/02/2025 – de 13:00 às 19H

 

Apoio/Local: Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania - Rua Hermilo Alves, 290, Santa Tereza - BH/MG

 

Organização: MovAT - Movimento Autônomo Trans de BH, Yaya Demétrio

 

Design: Ana Sol Martins

 

A feirinha faz parte da programação da 8ª Jornada de Visibilidade Trans e Travesti de BH e RMBH.

 

Haverá venda de Comida Vegana pela Casa de Angola, cozinha parceira do espaço: refeições servidas em cumbucas e lanches.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

RODA DE CONVERSA - DIREITOS HUMANOS


🗓️ Sábado, dia 25/01/2025

⏰16:00 horas

📍 Kasa SOUL - Rua Nossa Senhora da Conceição, número 30, Bairro Dom Pedro II - Divinópolis/MG

*Entrada: 1kg de alimento

Apresentação do livro recém lançado na UEMG/Unidade Divinópolis – EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS EM MINAS GERAIS: DESAFIOS E PROPOSIÇÕES

Livro da Editora Escola Cidadã organizado por Aline Choucair Vaz e Ana Carolina Corrêa Salvio.

“A iniciativa de publicar este livro se insere no conjunto de ações da Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos/Coordenação Minas Gerais – ReBEDH/MG, que pretende promover o debate sobre as práticas de Educação em Direitos Humanos – EDH no interior da escola e nos espaços de educação não-formais. Outro objetivo da ReBEDH/MG é estimular novas iniciativas de EDH em diferentes organizações e coletivos, bem como dar visibilidade às práticas relevantes de EDH em Minas Gerais”. (Fonte: Editora Escola Cidadã)

Participam do debate:

• HELOISA GRECO (BIZOCA) – membra do Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania - Belo Horizonte/MG, Professora aposentada da rede municipal de Belo Horizonte, Doutora em História pela UFMG e integrante do coletivo de autoras/es do livro.

• JOSÉ HELENO FERREIRA – membro da Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos/Coordenação Minas Gerais (ReBEDH/MG), Professor em atuação na Educação Básica, Doutor em Educação pela PUC/MG, presidente do Conselho Municipal de Educação de Divinópolis e integrante do coletivo de autoras/es do livro.

Apresentação acústica:
PIPO (Folk punk - Argentina)

+ Discotecagem/K7

+ Feira underground

+ Rango vegano

+ Cerva gelada

*Serão emitidos certificados para participantes da roda de conversa.


#direitoshumanos

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

LANÇAMENTO: "EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS EM MINAS GERAIS: DESAFIOS E PROPOSIÇÕES" 17/12/2024 - 20H

A Editora Escola Cidadã, a Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos - Coordenação de Minas Gerais, a Revista SCIAS - Direitos Humanos e Educação e o coletivo de autores/as convidam para o lançamento on-line do livro Educação em Direitos Humanos em Minas Gerais: desafios e proposições.

Data: 17/12/2024, terça-feira, 20h no Canal do YouTube da ReBEDH-MG:


Inscreva-se no Canal e receba as novidades! Haverá certificado de participação para aqueles/as que participarem no evento.

Vamos juntes construir uma sociedade mais justa e igualitária!


terça-feira, 10 de dezembro de 2024

10 DE DEZEMBRO DE 2024: DIA INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS!

A Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU (1948) e o mecanismo do Direito Internacional dos Direitos Humanos, forjado a partir dela, resultaram das lutas da classe trabalhadora e dos movimentos sociais. Certamente são documentos civilizatórios, mas têm se mostrado ineficazes. Crimes contra a humanidade têm assumido dimensões gigantescas no Brasil e no mundo. Genocídios e graves violações dos Direitos Humanos são, afinal, elementos fundantes do sistema capitalista.

O Estado colonial sionista de Israel foi instituído pela ONU também em 1948. Aí inicia a Nakba, a catástrofe - política genocida permanente e continuada de aniquilação da Palestina histórica e de seu povo. Desde outubro de 2023 a Faixa de Gaza sofre mais uma escalada da Nakba perpetrada por Israel e aliados: Estados Unidos, União Europeia e a negligência da ONU. O aparato midiático naturaliza este horror. Mais de 200 mil palestinas/os foram assassinadas/os. É incalculável o número de vítimas feridas e mutiladas. Mais de 2/3 são mulheres e crianças. O território virou terra arrasada - maior prisão a céu aberto do mundo, imenso campo de extermínio. Há mais de 20 mil palestinas/os nas prisões israelenses – 250 são crianças. O terrorismo sionista avança agora sobre a Cisjordânia, o Líbano e a Síria.

A Revolução de Rojava, o Curdistão sírio, está sob cerco. Por um lado, houve a queda histórica da ditadura sangrenta da dinastia Al-Assad, no poder na Síria desde 1970. A abertura da infame prisão de Sednaya mostra o que foram estes 54 anos de horrores. Por outro lado, a hegemonia da Turquia e de milícias islâmicas fundamentalistas-jihadistas reprime qualquer proposta popular laica, autônoma, socialista. A Revolução de Rojava - em construção desde 2012 – é projeto libertário autônomo, antirracista, anticolonial, antipatriarcal, feminista, anticapitalista. A luta por uma Síria Livre tem longo caminho a percorrer e muitas contradições a enfrentar.

No Brasil, 2024 marca também os 60 anos do golpe de 1964. O legado de exploração e opressão dos 21 anos de ditadura militar (1964-1985) foi consolidado, a partir de 1985, nos 39 anos de transição política pactuada e sem ruptura. O governo fascista de Bolsonaro (2019-2022) é filho dileto deste processo. Este governo se foi, mas o terrível legado da ditadura sobreviveu a ele. Para além do execrável plano de golpe recentemente desmascarado e da canhestra tentativa do 8 de janeiro 2023 - que devem ser radicalmente combatidos – o congresso nacional, as assembleias legislativas, as câmaras de vereadores, os governos estaduais e municipais estão eivados de fascistas e ultradireitistas. Tudo isto revela a organicidade da sordidez do aparelho de Estado, a qual envolve o aparato repressivo, o aparato legislativo/jurídico, o aparato empresarial/midiático, as forças armadas, as milícias.

O legado da ditadura prospera neste ambiente. Não houve abertura dos arquivos. A questão dos desaparecidos não foi sequer equacionada. Na lista de mortos e desaparecidos faltam os nomes e a história dos milhares de indígenas, quilombolas e trabalhadores do campo trucidados. Agentes da ditadura que torturaram, mataram e fizeram desaparecer corpos não foram responsabilizados. Empresários e latifundiários que participaram da repressão sequer foram nomeados. A estratégia do esquecimento se mantém como politica de Estado.  Continua a luta por Memória, Verdade e Justiça.

Não houve desmantelamento do aparato repressivo. O Brasil é o país das chacinas periódicas, do encarceramento em massa, da guerra generalizada contra os pobres. Tem a polícia mais letal do planeta, a qual mata preto e pobre todo dia com as mesmas armas israelenses que matam o Povo Palestino. Aqui as faixas de gaza são favelas, periferias e florestas. Estamos no país do racismo estrutural e do genocídio institucional do Povo Negro e dos Povos Indígenas. Estes nunca tiveram direito à reparação pelos 21 anos de ditadura, pelos mais de 350 anos de escravização e pelos mais de 500 anos de extermínio e esbulho de seus territórios. Sequer a questão do marco temporal – cuja inconstitucionalidade é flagrante – foi resolvida.

Vivemos o impacto da escalada da letalidade policial e da violência generalizada contra a população de rua.  A polícia militar mata 7 pessoas a cada 24 horas. Em 2023 foram 6.393 ao todo, 243 são crianças e adolescentes – 90% são negras. A tortura, o extermínio e o desaparecimento forçado constituem política de Estado levada a cabo por governadores de todos os matizes. Destaque para o fascista Tarcísio de Freitas (Republicanos/SP) e o capitão Derrite, seu carniceiro. Outro destaque para Jerônimo Rodrigues (PT/BA) – a Bahia é o estado campeão em letalidade policial.

Aumenta exponencialmente a criminalização dos movimentos sociais e a ofensiva policial sobre as ocupações urbanas e rurais. A PMMG, fortemente armada, invadiu hoje a Ocupação Eliana Silva, no Barreiro, Belo Horizonte. Um conluio entre o governador fascista Romeu Zema (Novo/MG), o prefeito reacionário Fuad Noman (PSD/MG) e os empresários da especulação imobiliária deu origem a uma ação de reintegração de posse completamente descabida. A ocupação está há 12 anos consolidada naquela região. Bem à moda da ditadura, a PMMG tentava intimidar moradores e apoiadores que preparavam reunião contra esta medida.  Houve violação simultânea do direito à moradia e da liberdade de expressão e organização.

O Brasil é um dos campeões mundiais também em concentração de renda, desigualdade social e número de casos de trabalho escravizado. O arcabouço fiscal do governo Lula/Alkmin traz em seu bojo a necropolítica do totalitarismo de mercado neoliberal: exploração da força de trabalho, precarização, uberização, arrocho e congelamento salariais, privatismo. E ainda: aprofundamento do desmonte das políticas públicas de saúde, educação, moradia, saneamento básico. O outro lado da moeda: renúncias fiscais e subsídios arquibilionários para o agronegócio e as grandes corporações e pagamento dos juros escorchantes da chamada dívida pública para o sistema financeiro. Há interdição total da taxação das grandes fortunas e dos lucros e dividendos imensos deste sistema. Daí a pertinência da luta pela escala 4x3 e o fim da escala 6x1: redução da jornada de trabalho sem redução do salário. Trata-se de luta histórica da classe trabalhadora contra a exploração capitalista.

São as mulheres que sofrem o maior peso do terrorismo de Estado e do capital. Este  recai sobre elas nas quatro dimensões da interseccionalidade gênero, raça, classe e sexualidade. É no Brasil que há o maior número de transfeminicídios do mundo. Também o maior número de estupros e crianças grávidas vítimas desta violência. É um dos primeiros em feminicídio, violência doméstica e violência contra LGBTQIAPN+. Temos uma das leis antiaborto mais retrógradas do planeta, em risco permanente de retroceder ainda mais a partir de leis feitas por homens brancos, ricos, fascistas, misóginos, escravocratas e patriarcais. A cada ano 11.607 meninas estupradas tornam-se mães. São também as mulheres que protagonizam as lutas contra toda esta opressão.

Por tudo isto, entendemos que Direitos Humanos e capitalismo são termos que se excluem mutuamente. A luta pelos Direitos Humanos é contra-hegemônica: Internacionalista e Anticapitalista por definição. Tem que ser necessariamente Feminista, Antirracista, Anticolonial e Antifascista. O Povo Palestino, o Povo Curdo, o Povo Negro, os Povos Indígenas, a classe trabalhadora e os movimentos sociais  existem porque resistem!

VIVA A LUTA DO POVO PALESTINO! ABAIXO O ESTADO SIONISTA DE ISRAEL!

PELO FIM DO GENOCÍDIO DO POVO PALESTINO, DO POVO NEGRO E DOS POVOS INDÍGENAS!

PELO FIM DAS EXECUÇÕES, DOS FUZILAMENTOS, DA VIOLÊNCIA POLICIAL NAS PERIFERIAS, MORROS, VILAS, FAVELAS E OCUPAÇÕES!

ABAIXO O TERRORISMO DE ESTADO!

NO CAPITALISMO NÃO HÁ DIREITOS HUMANOS!

Belo Horizonte, 10 de dezembro de 2024

Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania – BH/MG