"Estamos aqui pela Humanidade!" Comuna de Paris, 1871 - "Sejamos realistas, exijamos o impossível." Maio de 68

R. Hermilo Alves, 290, Santa Tereza, CEP: 31010-070 - Belo Horizonte/MG (Ônibus: 9103, 9210 - Metrô: Estação Sta. Efigênia). Contato: institutohelenagreco@gmail.com

Reuniões abertas aos sábados, às 16H - militância desde 2003.

domingo, 14 de julho de 2013

MANIFESTAÇÃO PELA MUDANÇA DO NOME DO VIADUTO JOSÉ ALENCAR PARA DOUGLAS HENRIQUE E LUIZ FELIPE - DIA 16/07/2013, ÀS 16H

 
*MANIFESTAÇÃO PELA MUDANÇA DO NOME DO VIADUTO JOSÉ ALENCAR PARA DOUGLAS HENRIQUE E LUIZ FELIPE!!! 

*TERÇA-FEIRA, DIA 16 DE JULHO DE 2013, ÀS 16:00H
*LOCAL: VIADUTO JOSÉ ALENCAR, AVENIDA ANTÔNIO CARLOS
COM AVENIDA ABRAHÃO CARAM - BH/MG
(PRÓXIMO AO CAMPUS DA UFMG)
 


Os jovens trabalhadores Douglas Henrique de Oliveira Souza, 21 anos, e Luiz Felipe Aniceto de Almeida, 22 anos, foram mortos por ocasião das manifestações de junho de 2013, em Belo Horizonte, vítimas da repressão. Ambos caíram do Viaduto José Alencar quando tentavam escapar dos ataques violentos da repressão policial e militar. Luiz Felipe sofreu a queda na passeata do dia 22 de junho de 2013. Ficou em coma desde então, internado no Pronto Socorro João XXIII. Veio a falecer no dia 11 de julho de 2013. O estudante e metalúrgico Douglas Henrique, natural de Curvelo-MG, foi morto na manifestação do dia 26 de junho de 2013. Havia cerca de cem mil pessoas nesta manifestação. Aí está uma coincidência histórica significativa: este é o dia do aniversário de 45 anos da Passeata dos Cem mil em plena ditadura militar, no Rio de Janeiro, dia 26 de junho de 1968. Esta passeata foi um protesto contra a morte de Edson Luis Lima Souto, também estudante, assassinado pela Polícia Militar no dia 28 de março de 1968.

Nós, da classe trabalhadora, do movimento popular e da Frente Independente pela Memória, Verdade e Justiça-MG responsabilizamos diretamente o Estado brasileiro e seus governos federal (Dilma Rousseff), estadual (Antônio Anastasia) e municipal (Márcio Lacerda). Responsabilizamos também o aparato repressivo: o Exército, a Força Nacional de Segurança Pública e a Polícia Militar de Minas Gerais. Exigimos a mudança do nome do Viaduto José Alencar para Douglas Henrique e Luiz Felipe como homenagem e memória da combatividade e luta dos trabalhadores e do povo nas manifestações de junho de 2013!


Abaixo a repressão! Pela liberdade de manifestação e expressão!
Pelo fim da criminalização dos pobres! Pelo fim da criminalização da luta dos estudantes, da luta dos trabalhadores da cidade, do campo e da luta do movimento popular!
Libertação imediata dos presos políticos! Pela anulação dos inquéritos! Pela retirada dos mandados de prisão!
Pelo fim das torturas e das execuções! Pelo fim do genocídio dos jovens, negros, indígenas e pobres!
Abaixo as UPPs e invasões policiais e militares dos morros, universidades, ocupações e favelas!
Pelo fim do aparato repressivo! Pelo fim imediato da Guarda Municipal, da Polícia Militar e da Força Nacional de Segurança! Fora o Exército e fora a FIFA!

Pelo direito à Verdade, à Memória e à Justiça! Punição para os torturadores e assassinos de opositores durante a ditadura militar e para aqueles que cometem estes mesmos crimes contra a humanidade nos dias de hoje!
Pela luta independente, realizada pela classe trabalhadora e pelo movimento popular, em relação aos governos e à institucionalidade!

Companheiros Douglas Henrique e Luiz Felipe:
Presentes! Hoje e sempre!!!
 
Acesse o evento no facebook:
 
Acesse o cartaz de divulgação no blog da Frente Independente
pela Memória, Verdade e Justiça-MG:

 

sábado, 6 de julho de 2013

NOTA DE REPÚDIO À REPRESSÃO E À VIOLÊNCIA DO ESTADO CONTRA AS MANIFESTAÇÕES EM BELO HORIZONTE

Nota de repúdio à repressão e à violência do Estado contra as manifestações em Belo Horizonte
            A Frente Independente pela Memória, Verdade e Justiça – em conjunto com o Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania, que também compõe esta frente - vem a público repudiar a repressão que se abate sobre as manifestações massivas realizadas a partir do mês de junho/2013.   Reiteramos o nosso apoio total e participação incondicional nestas manifestações e a legitimidade das exigências colocadas: passe livre/tarifa zero; ampliação do metrô; transporte, saúde e educação públicos, gratuitos e de qualidade para todos; melhores salários e melhores condições de trabalho para os professores; fim do projeto de cura gay; fim do racismo, fim do machismo e fim da homofobia; combate à direção dos chamados megaeventos. 
A questão que unificou e potencializou as manifestações foi, no entanto, a luta contra a repressão. As cidades brasileiras estão sob o domínio de verdadeiro Estado de exceção imposto pela FIFA em acordo com os governos estaduais e o governo de Dilma Rousseff.  A política de segregação e higienização em vigor tem sido levada às máximas consequências a partir do início da Copa das Confederações.  Tal política inclui a remoção forçada da população em situação de rua e de comunidades inteiras. Estão previstos monitoramento, prisão sumária e contenção de todas e todos considerados suspeitos segundo a ditadura da FIFA.   É este o tão propalado padrão FIFA de qualidade. O espaço público se tornou território particular da FIFA cujo objetivo exclusivo é garantir a lucratividade das empresas patrocinadoras.   O esporte, afinal, é um grande negócio e só pode ser usufruído pelos ricos e privilegiados – minoria ínfima da população brasileira.
            Para garantir o mencionado padrão FIFA de qualidade, a cidade de Belo Horizonte – assim como outras capitais – foi transformada pela repressão em verdadeira praça de guerra.  Nem mesmo durante a ditadura militar (1964–1985) houve tamanha violência e montagem de tão descomunal aparato repressivo: Polícia Militar com toda a sua estrutura (tropas regulares, GATE – Grupamento de Ações Táticas Especiais, Tropa de Choque, P2 - seção secreta da PM); Polícia Civil; Guarda Municipal, Força Nacional de Segurança e Exército brasileiro. Um enorme arsenal foi mobilizado: balas de borracha, gás lacrimogêneo, gás de pimenta, armas de choque, bombas de pólvora, blindados, caveirões, cavalaria, cães, helicópteros que também lançavam bombas – tudo isto foi utilizado para atacar indiscriminadamente os manifestantes.  Houve também ataques das mal chamadas bombas de efeito moral – eufemismo da ditadura - já que elas são de efeito real: seus fragmentos podem ferir muito, até matar. O governo estadual de Antônio Anastasia (PSDB), o governo municipal de Márcio Lacerda (PSB) e o governo federal de Dilma Rousseff (PT) se engajaram em uma aliança militar para reprimir a sociedade.   As forças de repressão – com a anuência da burocracia universitária - invadiram e ocuparam o campus da UFMG para caçar manifestantes.
 Eis o terrível saldo de tamanha violência policial e militar: dezenas de manifestantes feridos, mais de uma centena de manifestantes presos - muitos deles foram feridos e torturados, inclusive crianças. Não se sabe ao certo o paradeiro de todos. Pelo menos cinco são menores de 18 anos.  Houve repressão feroz contra aqueles que portavam máscaras contra gás, vinagre e leite de magnésio para aliviar os efeitos das bombas.   Manifestantes caíram do Elevado José de Alencar por estarem acuados pela violência policial: houve uma morte e vários ficaram gravemente feridos.  A companheira Júlia Paulinelli foi atingida na cabeça por uma bomba atirada aleatoriamente pela polícia.  Teve os tímpanos estourados e traumatismo craniano com pequeno coágulo.  A companheira Alícia Mourão, estudante de Geografia da UFMG, também foi atingida por uma bomba jogada das viaturas da PM.  Ela voltava para casa com duas colegas depois da manifestação do dia 26 de junho.  Todas tiveram ferimentos graves provocados pelos estilhaços quentes.  Alícia perdeu 4 cm de massa na perna, levou pontos nos braços e nas costas e teve ferimentos generalizados em todo o lado esquerdo do corpo.   
O que é mais lamentável porque irreversível são as duas mortes em Minas Gerais: Douglas Henrique de Oliveira Souza, de 21 anos  e Lucas Daniel Alcântara Lima, de 12 anos. O estudante e metalúrgico Douglas Henrique, natural de Curvelo-MG, foi morto na manifestação do dia 26 de junho de 2013, em BH. Havia cerca de cem mil pessoas nesta manifestação. Douglas caiu do Elevado José de Alencar, próximo à UFMG, quando tentava escapar dos ataques violentos da polícia.   Aí está uma coincidência histórica significativa: este é o dia do aniversário de 45 anos da Passeata dos Cem Mil em plena ditadura militar, no Rio de Janeiro, dia 26 de junho de 1968. Esta passeata foi um protesto contra a morte de Edson Luís Lima Souto, também estudante, assassinado pela Polícia Militar durante um ato contra o aumento do bandejão, no dia 28 de março de 1968.  Lucas Daniel foi baleado pelo sargento da PMMG reformado Vanderlei Gomes da Fonseca, no dia 27 de junho de 2013. Havia um protesto contra a falta de coleta de lixo no Conjunto Cristina, Santa Luzia, região metropolitana de BH.  Ao atirar no menino, o militar afirmou que queria acabar com aquela baderna – demonstração exemplar da truculência estrutural da PMMG. Lucas Daniel tinha ido à padaria comprar pão. Ele veio a falecer em 4 de julho.
Houve outras mortes e ferimentos graves no Brasil, todos eles de responsabilidade da Polícia Militar. No Rio de Janeiro, a Polícia Militar usou armas letais contra manifestantes.  Treze pessoas foram executadas por policiais do BOPE na Favela Nova Holanda, no complexo da Maré - é esta a política de “pacificação” adotada. Uma manifestante foi morta em Belém do Pará devido aos efeitos do gás lacrimogêneo.  Esta polícia que reprime manifestantes é a mesma que mata pobres todo dia, como diz uma das principais palavras de ordem cantadas nos protestos de todo o Brasil. É também a mesma polícia que massacra os trabalhadores do campo mobilizando todos os instrumentos de violência que tem à sua disposição para defender  o latifúndio e o agronegócio.   Foi o que aconteceu no dia 3 de julho no Acampamento Paulo Freire III, em Rondônia, onde 100 famílias foram violentamente reprimidas por lutarem pela terra para quem nela trabalha.  
            A repressão segue seu curso. O superintendente geral de investigação da Polícia Civil de Minas Gerais, Jeferson Botelho, tem uma lista de 80 pessoas procuradas (O Tempo, 3 de julho de 2013 , p.25) – não se sabe quantas delas estão presas, nem o local para onde teriam sido levadas.  Trata-se, portanto, de sequestro, bem no estilo da ditadura militar.  Até os jargões criados se equiparam ao vocabulário da ditadura: passam a ser chamados de vândalos aqueles manifestantes que se defendem contra a violência policial.  Fica clara a tentativa da repressão e da mídia de desqualificar e/ou domesticar o movimento.  Durante a ditadura, todos aqueles que faziam oposição ao sistema eram tachados de terroristas e considerados inimigos internos a serem destruídos.  Os manifestantes, tanto ontem como hoje, são considerados as minorias trêfegas, irredutíveis, não dialogáveis a serem combatidas – no discurso canhestro do general ditador Geisel (1974-1979). Não é possível confundir a resistência do oprimido com a violência do Estado opressor.
            Todas estas ações da repressão policial e militar mostram claramente as semelhanças com a ditadura militar (1964-1985): Polícia Civil, Polícia Militar, Guarda Municipal, Força Nacional de Segurança agem como um exército no campo de batalha cujo objetivo é eliminar o inimigo.   O verdadeiro nome do chamado Estado Democrático de Direito é Estado Penal que tem como princípios a tortura institucionalizada, a criminalização dos movimentos sociais e das lutas dos trabalhadores da cidade e do campo, a guerra generalizada contra os pobres, a política de encarceramento em massa, o genocídio rotineiro contra os jovens pobres, negros e indígenas.
            Não podemos perder de vista que o Brasil é um dos campeões mundiais em violência policial, torturas, chacinas periódicas, concentração de riqueza e desigualdade social. Não esqueçamos que o Estado brasileiro é réu condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos por crimes contra a humanidade. Esta determinou que fossem retirados todos os obstáculos para a resolução definitiva da questão dos guerrilheiros desaparecidos no Araguaia (1972-1974) e de todos os desaparecidos políticos do Brasil. Determinou ainda a punição para os torturadores e assassinos de opositores durante a ditadura militar. Vê-se bem que o Estado brasileiro tem sido reincidente em crimes contra a humanidade.  
O Estado de exceção adotado pela FIFA é matéria de longa duração neste país – os oprimidos sempre foram submetidos a ele.   O governo federal propõe a adoção do Programa de Pacificação de Favelas representado pelas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) como politica de Estado, o que significa que a segregação, a repressão e a matança vão continuar.  As UPPs constituem mecanismo de controle social que instrumentaliza ainda mais o Estado para garantir o exercício mais eficaz da exploração e opressão sobre os trabalhadores e o povo. 
Não podemos definitivamente naturalizar a repressão – não podemos tolerar o intolerável.  Não podemos deixar para trás nossos mortos e nossos presos. Consideramos que se trata de luta de classes, que só pode ser travada nas ruas, no espaço instituinte.  O Estado brasileiro, seus governos e seu aparato repressivo são nossos inimigos e não interlocutores depositários de reivindicações pontuais – não há negociação com os inimigos da classe trabalhadora e do movimento popular.  Exigimos a libertação imediata dos presos, a anulação dos inquéritos, a punição dos responsáveis pela violência policial e pelas mortes e torturas. Exigimos o fim do aparato repressivo e a erradicação das torturas.  Responsabilizamos diretamente a Polícia Militar e os governos municipal, estadual e federal por esta situação de barbárie.
Abaixo a repressão!  Pela liberdade de manifestação e expressão!
Pelo fim da criminalização dos pobres! Pelo fim da criminalização da luta dos estudantes, da luta dos trabalhadores da cidade, do campo e da luta do movimento popular!
Libertação imediata dos presos políticos! Pela anulação dos inquéritos! Pela retirada dos mandados de prisão!
Pelo fim das torturas e das execuções! Pelo fim do genocídio dos jovens, negros, indígenas e pobres!
Abaixo as UPPs e invasões policiais e militares dos morros, universidades, ocupações e favelas!
Pelo fim do aparato repressivo! Pelo fim imediato da Guarda Municipal, da Polícia Militar e da Força Nacional de Segurança! Fora o Exército e fora a FIFA!
Pelo direito à Verdade, à Memória e à Justiça!
Punição para os torturadores e assassinos de opositores durante a ditadura militar e para aqueles que cometem estes mesmos crimes contra a humanidade nos dias de hoje!
Pela luta independente, realizada pela classe trabalhadora e pelo movimento popular, em relação aos governos e à institucionalidade!
Companheiros Douglas Henrique de Oliveira Souza e Lucas Daniel Alcântara Lima: Presentes, hoje e sempre!!!
Belo Horizonte, julho de 2013.
Frente Independente pela Memória, Verdade e Justiça – MG
e Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania/IHG-BH
 
NOTA NO BLOG DA FRENTE INDEPENDENTE PELA MEMÓRIA, VERDADE E JUSTIÇA - MG:

 
 
 




 

sexta-feira, 14 de junho de 2013

NOSSA SOLIDARIEDADE AO MPL E A TODAS E TODOS QUE LUTAM CONTRA O AUMENTO DAS PASSAGENS - JUNHO/2013

Nossa solidariedade ao Movimento Passe Livre
 e a todas e todos que lutam
contra o aumento das passagens
Belo Horizonte, 14 de junho de 2013

O Instituto Helena Greco de Direitos humanos e Cidadania vem a público manifestar irrestrita solidariedade ao Movimento Passe Livre e a todas e todos que se mobilizam, em todo o país, na luta pelo direito ao transporte coletivo público, gratuito e de qualidade. Manifestamos também nosso mais veemente repúdio ao tucano Geraldo Alckmin (governador de São Paulo), ao petista Fernando Haddad (prefeito de São Paulo) e aos peemidebistas Sérgio Cabral Filho e Eduardo Paes, respectivamente governador do Rio de Janeiro e prefeito da capital.    Repudiamos com a mesma veemência as polícias militares do Rio de Janeiro e de São Paulo, que disputam o título de campeoníssimas mundiais em violência policial – estão entre aquelas que mais torturam e matam, em todo o planeta. 

         São estas polícias assassinas que, ao longo desta semana, têm transformado Rio de Janeiro e São Paulo em verdadeiras praças de guerra.  Assistimos a uma estarrecedora ocupação militar destas duas cidades.  A PM-RJ e a PM-SP lançam mão de todos os instrumentos de violência de que dispõem – tropas de choque armadas até os dentes, bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo, gás pimenta, balas de borracha, cavalaria, tanques de guerra – para se lançar sobre os manifestantes como um exército no campo de batalha: o objetivo é eliminar o inimigo.  O alvo desta ferocidade absurda é, mais uma vez, o movimento popular , ou seja,  nós -  trabalhadores e estudantes.   Dezenas de pessoas foram presas indiscriminadamente, a maioria deles antes mesmo do início das manifestações.  A repressão atinge todas e todos que lutam por um novo paradigma de transporte público, que supere a lógica do lucro e do capital. É inquestionável a legitimidade desta luta: trata-se da garantia do direito de se locomover, negado a trinta e sete milhões de brasileiras e brasileiros (dados do IBGE).  O transporte se tornou o terceiro maior gasto das famílias.  Muitos trabalhadores deixam frequentemente de comer para poder pagar as passagens para o trabalho.

         Esta repressão que se abate sobre os manifestantes revela processo de crescente militarização e fascistização do Estado e da sociedade. Tal processo é naturalizado pelo aparato midiático, que não perde oportunidade de demonizar as lutas dos trabalhadores e demais oprimidos e reforçar a violência policial e institucional.  Só hoje, depois que jornalistas, lamentavelmente, foram atingidos, alguns jornais mostraram parte da sanha repressiva dos policiais militares – o corporativismo serviu, pelo menos, para uma cobertura um pouco mais real.    Fica evidente que não escapamos ilesos dos vinte e um anos de ditadura militar (1964-1985): o pessimamente chamado Estado Democrático de Direito manteve incólume o aparato repressivo. A destruição continuada do espaço público, a guerra generalizada contra os pobres e a criminalização das lutas populares se mantêm como políticas de Estado.

         Por outro lado, apesar de toda essa repressão, a luta pelo direito ao transporte coletivo público, gratuito e de qualidade tem avançado: o movimento continua firme no Rio e em São Paulo, foi vitorioso na redução da passagem em Goiânia e Porto Alegre e tem se fortalecido em todo o nordeste.  Em Belo Horizonte, precisamos também construir nosso movimento de forma coletiva, organizada, unitária e permanente – sem espontaneísmo e sem disputas de protagonismo.  Assim poderemos enfrentar a política de transporte coletivo privatista, extorsiva, segregacionista e repressora do governador tucano Antônio Anastasia e do prefeito do PSB Márcio Lacerda.

Toda solidariedade ao Movimento Passe Livre
e a todas e todos que lutam
contra o aumento das passagens!
Transporte coletivo público, gratuito e de qualidade para estudantes e trabalhadores!
Abaixo as empresas privadas,
pelo fim das concessões!
Abaixo a repressão!
Pela extinção da Polícia Militar!
Pelo desmantelamento do aparato repressivo!
Abaixo a mídia burguesa!
Viva a luta da
classe trabalhadora e do movimento popular!
Instituto Helena Greco
de Direitos Humanos e Cidadania – IHG/BH

Foto abaixo:junho/2013
Fonte:Passe Livre São Paulo

 

quarta-feira, 12 de junho de 2013

NOTA DE REPÚDIO À REPRESSÃO CONTRA A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA

Nota de repúdio à repressão contra a população em situação de rua

Belo Horizonte, 12 de junho de 2013

                Nós, do Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania, manifestamos nosso veemente repúdio à ofensiva do governo municipal de Márcio Lacerda (PSB) e do governo estadual de Anastasia  (PSDB) contra a população em situação de rua de Belo Horizonte.   O Centro Nacional de Defesa de Direitos Humanos da População em Situação de Rua e Catadores de Materiais Recicláveis – CNDDH/PSR/CMR registrou dados impressionantes: cem homicídios de moradores de rua em dois anos – trinta em 2011, cinquenta e dois em 2012, dezoito em 2013. Só nesta semana, dois foram assassinados.  Estes dados mostram que cinco por cento da população de rua foram exterminados nesse período.  A população com trajetória de rua tem sido também submetida pelo poder público a saques cotidianos de seus pertences e instrumentos de trabalho.  Rotineiramente sofrem abusos, maus tratos, espancamentos e extorsões por parte das polícias civil e militar e da Guarda Municipal.  Fica evidente, portanto, que a política higienista e segregacionista dos governos municipal e estadual tem sido levada às máximas consequências.

 Além disto, Belo Horizonte mantém sua terrível tradição de grupos de extermínio e de grupos de policiais a paisana que reprimem moradores de rua patrocinados por empresários.   A Polícia Militar de Minas Gerais é das mais violentas do país e a Guarda Municipal tem se mostrado igualmente violenta contra os moradores das ocupações e a população com trajetória de rua.  Há ainda a iminência dos internamentos forçados de usuários de drogas, intenção já declarada pela institucionalidade.  Os chamados grandes eventos esportivos trazem o aprofundamento da política de privatização e expulsão dos pobres da cidade em nome da especulação imobiliária.  Esta política já está consolidada pelos senhores Márcio Lacerda e Antônio Anastasia.  Esta é também a política do governo federal, presidido por Dilma Roussef (PT), que transformou as Unidades de Polícia Pacificadora/UPPs em política de Estado.  As UPPs continuam a fazer o mesmo serviço de repressão e extermínio da população negra e pobre.

O quadro é absolutamente assustador e pode piorar ainda mais. Trata-se da generalização da guerra contra os pobres: as políticas públicas municipais, estaduais e federais têm sido, cada vez mais, informadas por esta prática.  Estamos vivendo, portanto, uma situação de genocídio institucionalizado.  Não podemos tolerar a institucionalização da barbárie, não podemos tolerar o intolerável! 

Somos todas e todos população de rua
e catadores de materiais recicláveis!

Abaixo o aparato repressivo!

Abaixo a política higienista, de segregação e criminalização dos
pobres, praticada por Márcio Lacerda e Antônio Anastasia!

Viva a luta da classe trabalhadora e do movimento popular!

 Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania – IHG/BH

quinta-feira, 6 de junho de 2013

NOTA DE SOLIDARIEDADE AO DR. DIRCEU GRECO - 06/06/2013

Nota de solidariedade ao Dr. Dirceu Greco

         O Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania vem a público prestar irrestrita solidariedade ao companheiro Dirceu Greco*, sumariamente demitido da Secretaria de DST, AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, nesta terça-feira (04/06/2013).  O que levou à sua demissão foi, mais uma vez, a rendição do governo federal ao fundamentalismo e conservadorismo extremo da bancada evangélica. Esta tem sido potencializada pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, presidida pelo pastor homofóbico e racista Marcos Feliciano. 

       Ruy Burgos Filho e Eduardo Barbosa, diretores adjuntos da Secretaria de DST, AIDS e Hepatites Virais, se demitiram em solidariedade a Dirceu e por não concordarem com a linha conservadora consolidada no Ministério da Saúde. Também eles têm todo o nosso apoio.

        A sanha do fundamentalismo evangélico se abateu, desta vez, sobre campanha de prevenção de HIV/AIDS com foco nas prostitutas, lançada no último final de semana pela Secretaria de DST, AIDS e Hepatites Virais.  Esta campanha foi construída pelas próprias prostitutas em oficina comunitária nacional.   Ao demitir o Dr. Dirceu Greco, o ministro da saúde Alexandre Padilha e o governo Dilma confirmaram sua condição de reféns do que há de mais reacionário e deletério na sociedade brasileira. 

        O governo federal mantém, assim, a sua prática de criminalização dos movimentos sociais e de institucionalização do preconceito contra a diversidade: repudiamos com veemência mais esta ofensiva contra a construção dos direitos humanos e da cidadania.

Belo Horizonte, 6 de junho de 2013

Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania – IHG/BH

*Dirceu Greco é professor titular de do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG e um dos pioneiros da Bioética no Brasil. É filho de D. Helena Greco e apoiador do Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania.

terça-feira, 21 de maio de 2013

4º MAIO DE RESISTÊNCIA - SÁBADO, DIA 25 DE MAIO/2013, ÀS 16H

IVº MAIO DE RESISTÊNCIA !!!
A LUTA DA CLASSE TRABALHADORA CONTRA 
A OPRESSÃO E A EXPLORAÇÃO CAPITALISTA.
NESTA EDIÇÃO:
-GREVE UNIFICADA DOS SERVIDORES MUNICIPAIS DE BELO HORIZONTE
-OCUPAÇÕES  DE BELO HORIZONTE
-OPERÁRIOS DO JIRAU/RODÔNIA
-TRABALHADORAS TERCEIRIZADAS DA USP

PAINÉIS:
> GREVE DOS SERVIDORES MUNICIPAIS DE BELO HORIZONTE  
-Prof. Luiz Roberti/Comando Unificado de Greve e Sind-Rede.
> LUTA E RESISTÊNCIA DAS OCUPAÇÕES CAMILO TORRES E IRMÃ DOROTHY 
 -Lacerda/Coordenação da Camilo Torres, CSP-Conlutas e Fórum Permanente de Solidariedade às Ocupações-BH.
> LUTA DOS OPERÁRIOS DO JIRAU/RONDÔNIA
-Um operário do Jirau e Gerson Lima/Liga Operária.
> LUTA DAS TRABALHADORAS TERCEIRIZADAS DA USP 
-Flávia Vale/Pão e Rosas (LER-QI e Indepedentes ).

APÓS O DEBATE:
> MÚSICA AMBIENTE - CANÇÕES REVOLUCIONÁRIAS, MPB DE PROTESTO, MÚSICA  LATINO-AMERICANA E OUTRAS.
> MATERIAIS ALTERNATIVOS + SEBO (LIVROS E VINIS ) + LIVRO DAS MÃES DE MAIO/ SP  + TORTA VEGAN.  

MAIO DE RESISTÊNCIA é umas das atividades  periódicas de  formação realizadas pelo IHG para  membros, apoiadores,  militantes em geral e visitantes.Estas contam com a presença  dos movimentos  classistas e populares, dos movimentos sociais e políticos, das organizações libertárias e de esquerda.O  Maio de Resistência do IHG reflete a vontade de realização de um 1º de maio de luta em BH e de um mês inteiro de  luta autogestionária e classista, com unidade e horizontalidade.

SÁBADO, DIA 25 DE MAIO/2013, ÀS 16H
INSTITUTO HELENA GRECO DE DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA
Rua Hermilo Alves, 290, Santa Tereza - BH/MG
Onibus:9103,9210 e sc01; Metrô: Estação Sta Efigênia
institutohelenagrecoblogspot.com

Evento no facebook:
https://www.facebook.com/events/128094600722703/?ref=22