"Estamos aqui pela Humanidade!" Comuna de Paris, 1871 - "Sejamos realistas, exijamos o impossível." Maio de 68

R. Hermilo Alves, 290, Santa Tereza, CEP: 31010-070 - Belo Horizonte/MG (Ônibus: 9103, 9210 - Metrô: Estação Sta. Efigênia). Contato: institutohelenagreco@gmail.com

Reuniões abertas aos sábados, às 16H - militância desde 2003.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

NOTAS DE CRIMÉIA ALICE SCHMIDT DE ALMEIDA, VIÚVA DE ANDRÉ GABOIS, E DA FAMÍLIA PETIT, FAMILIARES DE MARIA LUCIA PETIT, LUCIO PETIT E JAIME PETIT EM APOIO AO ATO EM REPÚDIO AO TENENTE-CORONEL LÍCIO MACIEL, TORTURADOR E ASSASSINO - OUTUBRO DE 2013

Ao Instituto Helena Greco, à Frente Independente pela Memória, Verdade e Justiça-MG e demais entidades de Direitos Humanos.

Parabenizo a iniciativa de repudiarem a presença na capital mineira do coronel Licio Augusto Ribeiro Maciel convidado pelo Clube Militar para uma palestra sobre o massacre denominado guerrilha do Araguaia.

Segundo o RI-Reservado nº 10, de 16 de setembro de 1971, do BPEB, assinado pelo comandante tenente coronel Joel Peres de Vasconcelos: O civil Epaminondas Gomes de Oliveira, recolhido preso a esta OM em 19 de agosto de 1971 pela Operação Mesopotâmia, veio a falecer às 20:30 hs do dia 20/08/1971.
A Operação Mesopotâmia foi desencadeada pelo Exercito entre 2 e 12 de agosto de 1971, sob o comando do General Antonio Bandeira e dela fazia parte o coronel Licio Maciel.

Em 9 de janeiro de 1972, quando comandava uma equipe da 11ª RM, foi responsavel pela morte de Jeová Assis Gomes, outro desaparecido, militante do MOLIPO, em Guarai, atual Estado do Tocantins.

Este coronel também esteve na região do Araguaia, vestido à paisana e se apresentando ora como engenheiro da Embratel, ora como policial federal, sob o codinome de Dr Asdrúbal e servindo no Escalão Avançado, em Brasília, como oficial adjunto do Centro de Informações do Exército, é um assassino confesso de pelo menos cinco guerrilheiros no Araguaia, André Grabois, o Zé Carlos, comandante do Destacamento A e filho de Maurício Grabois, o estudante João Gualberto Calatroni, o Zebão, o estudante Divino Ferreira de Souza, o Nunes, que foi ferido, feito prisioneiro e posteriormente morto e desaparecido, e o camponês Antônio Alfredo Lima. Posteriormente, a guerrilheira Maria Lúcia de Souza, a Sônia, que mesmo ferida atirou no coronel Licio e no major Curió e em seguida foi executada, sendo também desaparecida.

O Exército condecorou os participantes da repressão política durante a ditadura com uma de suas maiores honrarias, a Medalha do Pacificador com palmas. O major Licio a recebeu em 3 de outubro de 1972, do ministro Orlando Geisel, “como homenagem especial do Exército por haver se distinguido no cumprimento do dever por atos pessoais de abnegação, coragem e bravura com risco de vida”. (“O coronel rompe o silêncio – Lício Augusto Ribeiro, que matou e levou tiros na caçada aos guerrilheiros do Araguaia, conta sua história – Luiz Maklouf Carvalho – Rio de Janeiro – 2004 - editora Objetiva).Estes são apenas alguns dos crimes cometidos por este militar.

Repudiar a presença de pessoas como Licio Maciel é defender a democracia.
Não podemos permitir que tais indivíduos continuem fazendo apologia dos crimes contra os direitos humanos praticados pelo Estado num flagrante desrespeito aos Tratados Internacionais assinados pelo nosso país, recentemente condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos.

Pela Memória, Verdade e, principalmente, Justiça, para que nunca mais aconteça.

Criméia Alice Schmidt de Almeida, viúva de André Grabois.

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Domingo, 20 de Outubro de 2013
Ao
Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e
Frente Independente de Memória, Verdade e Justiça-MG

Prezados Companheiros

Apoiamos a manifestação de repúdio à presença na capital mineira do Cel. Licio Augusto Ribeiro Maciel, convidado pelo Clube Militar para palestra sobre o massacre conhecido como a Guerrilha do Araguaia.

Em defesa da Democracia não podemos admitir que indivíduos que cometeram crimes de lesa humanidade, se vangloriem publicamente de tais atos, desrespeitando os tratados internacionais assinados livremente pelo nosso país. O Brasil foi condenado recentemente pela Corte Interamericana de Direitos Humanos por estes crimes e não poderá manter a auto anistia a estes criminosos.

Não fosse somente isto, nós, familiares testemunhamos o escárnio e a ironia com que respondeu em juízo às perguntas sobre a localização dos desaparecidos do Araguaia - "Querem saber? Venham procurar os ossos nos bolsos da minha calça!"

Pela Memória, Verdade e Justiça!

Família Petit, familiares de Maria Lucia Petit, Lucio Petit e Jaime Petit 






PEDRO PAULO ( PEPÊ) ESTÁ PRESO POR PANFLETAGEM. ABAIXO A REPRESSÃO!


Na manhã, de hoje, segunda-feira, dia 21/10/2013, o companheiro PEDRO PAULO ( Pepê), membro do SINTECT(Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Minas Gerais), foi preso na Cidade Administrativa -MG.

Pepê participava de uma panfletagem quando foi violentamente abordado e preso pela Polícia Militar. A Polícia Militar alegou que era proibida a panfletagem, quando todos nós sabemos que não existe tal proibição - o espaço é público e a panfletagem é legítima. O panfleto diz respeito à luta dos trababalhadores do SINDADOS ( Sindicato dos Empregados em Empresas de Processamento de Dados, Serviços de Informática e Similares do Estado de Minas Gerais).

Consideramos inadmissível mais essa truculência da PM-MG. PePê está preso, no momento, na delegacia da Rua Martinica, 69, Santa Branca, Venda Nova - BH/MG.

PELA LIBERTAÇÃO IMEDIATA DO COMPANHEIRO PEPÊ!!!
PELA LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO E EXPRESSÃO!!!
ABAIXO A REPRESSÃO!!!
PELO FIM DO APARATO REPRESSIVO!!!
PELO FIM DAS POLÍCIAS!!!


Belo Horizonte, 21/10/2013
Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania
 

ATO EM REPÚDIO AO TENENTE-CORONEL LÍCIO MACIEL, TORTURADOR E ASSASSINO - terça, dia 22/10/2013

A Frente Independente pela Memória, Verdade e Justiça/MG convoca:

ATO EM REPÚDIO AO TENENTE-CORONEL LÍCIO 

MACIEL, TORTURADOR E ASSASSINO

Repudiamos a provocação articulada pelos militares de homenagear o tenente-coronel Lício Augusto Ribeiro Maciel – torturador e assassino. Na próxima terça-feira, 22/10/2013, o torturador e assassino tenente-coronel Lício Maciel fará palestra contra a Guerrilha do Araguaia (1972 – 1975). Esta palestra, a qual repudiamos com veemência, foi convocada pelo Círculo Militar, juntamente com as seguintes entidades reacionárias: Grupo Inconfidência, Associação dos Ex-Combatentes do Brasil/BH, Associação Nacional dos Veteranos da FEB/BH, Associação dos Oficiais da Reserva/BH, Clube dos Subtenentes e Sargentos do Exército/BH, Associação dos Reservistas do Brasil/BH, Associação dos Beneficentes do Militares das Forças Armadas, Associação Beneficente dos Militares Inativos e Graduados da Aeronáutica e Círculo Monárquico-MG.

O tenente-coronel Lício Maciel – codinome Dr. Asdrubal - é um dos maiores repressores do período da ditadura militar (1964-1985). Ele é um dos executores do massacre de pelo menos sessenta guerrilheiras e guerrilheiros da Guerrilha do Araguaia; na época ele era major. O tenente-coronel Lício Maciel tem orgulho de suas façanhas – é assassino confesso de pelo menos quatro guerrilheiros do Araguaia: André Gabrois, João Albert Calatroni, Divino Ferreira de Souza e Antônio Alfredo Lima. Além desses, a guerrilheira Maria Lúcia de Souza (Sônia) foi abatida pelo tenente-coronel Lício Maciel e executada em seguida.

Torturador e assassino contumaz, o tenente-coronel Lício Maciel é responsável por crimes contra a humanidade: torturas, mortes, desaparecimentos forçados, ocultamento de cadáveres de opositores. Réu em processo criminal em Marabá/sul do Pará - região da Guerrilha do Araguaia, ele tem fugido deste processo ao se negar, sistematicamente, a receber a intimação. Além disso, o Estado Brasileiro foi condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos (10/12/2010) justamente pelos crimes contra a humanidade cometidos pelos militares na Guerrilha do Araguaia.

Esta palestra do tenente-coronel Lício Maciel, o Dr. Asdrubal, constitui a mais acintosa provocação contra a memória das companheiras e companheiros que tombaram na luta contra a ditadura militar. Trata-se também de agressão à história, à memória, à verdade e à justiça. Trata-se, em suma, de apologia dos crimes contra a humanidade!

A Frente Independente pela Memória, Verdade e Justiça-MG convoca todas e todos que combateram a ditadura militar, que lutam contra a repressão, que lutam contra todas as formas de opressão, para protestar contra esta provocação e contra a presença do tenente-coronel Lício Maciel em Belo Horizonte.

DIA: terça-feira, 22/10/2013;

HORÁRIO: 18h30;

LOCAL: Em frente ao Círculo Militar de BH

Av. Raja Gabaglia, 350 – Bairro Gutierrez, 

BH/MG

- Pela punição dos torturadores e assassinos de opositores durante a ditadura militar!

- Pelo cumprimento da sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos que condenou o Estado brasileiro pelos crimes contra a humanidade cometidos pelos militares na Guerrilha do Araguaia!

- Pela abertura irrestrita dos arquivos da repressão!

- Pela erradicação da tortura e pelo fim do aparato repressivo!

PELO DIREITO À MEMÓRIA, À VERDADE E À JUSTIÇA!
BELO HORIZONTE, OUTUBRO DE 2013
FRENTE INDEPENDENTE PELA MEMÓRIA, VERDADE E JUSTIÇA-MG

Evento no facebook:

Cartaz de divulgação no blog da FIMVJ-MG:


segunda-feira, 7 de outubro de 2013

AMEBA E RODRIGO SAÍRAM DO CÁRCERE ( CERESP/GAMELEIRA - BH/MG) - ESTÃO SOB LIBERDADE PROVISÓRIA - 03/09/2013

  Os companheiros presos políticos do 7 de setembro , AMEBA e RODRIGO, saíram do cárcere (CERESP/GAMELEIRA) nesta quarta-feira, 03/10/2013, pouco antes da meia noite. 


  Ficaram vinte e sete dias presos. Foram recebidos por amigos, familiares e militantes.
  AMEBA e RODRIGO estão, agora, sob liberdade provisória. Eles estão indiciados como todos os outros onze companheiros que foram presos nas manifestações do 7 de setembro, em Belo Horizonte - MG. 
  A luta pelo trancamento de todas as ações penais continua !!! 
Frente Independente pela Memória, Verdade e Justiça -MG



terça-feira, 1 de outubro de 2013

3º ENCONTRO DA 2ª EDIÇÃO/2013 DO GEA - IHG:SÁBADO, DIA 26/10/2013 - DE 14H ÀS 16H

GRUPO DE ESTUDOS DE ANARQUISMO - IHG (GEA - IHG / 2ª EDIÇÃO - 2013)

3º ENCONTRO/ 2ª EDIÇÃO/ 2013

- SÁBADO, DIA 26/10/2013- DE 14H ÀS 16H:


MAKHNO, METT, ARSHINOV, VALEVSKI, LINSKI. Plataforma 
organizacional dos comunistas libertários, Dielo Truda, França, 1926. Disponível emwww.nestormakhno.info.
http://www.nestormakhno.info/portuguese/platform2/org_plat.htm


LOCAL: INSTITUTO HELENA GRECO
DE DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA - IHG
RUA HERMILO ALVES, 290, SANTA TEREZA – BH/MG



segunda-feira, 23 de setembro de 2013

2º ATO CONTRA A REPRESSÃO E PELA LIBERTAÇÃO IMEDIATA DOS PRESOS POLÍTICOS DO 7 DE SETEMBRO - DIA 25/09/2013

A Frente Independente pela Memória, Verdade e Justiça - MG convoca:
2º ATO CONTRA A REPRESSÃO 
E PELA LIBERTAÇÃO IMEDIATA DOS PRESOS 
POLÍTICOS DO 7 DE SETEMBRO. 
Pela libertação imediata de Ameba e Rodrigo e de todos os presos políticos! 
Pelo trancamento de todas as ações penais! Cadê o Amarildo?
*QUARTA-FEIRA, DIA 25/09/2013, ÀS 17H
Local: Praça 7, Centro, BH/MG

ABAIXO A REPRESSÃO! PELA LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO E EXPRESSÃO!
- Pela libertação imediata de AMEBA e RODRIGO - presos políticos do 7 setembro, em BH.
- Libertação imediata para LUIZ BONFIMBILLY JOE A. ROSA, MARCELO DE CARVALHO e PAULO CESAR G. DUARTE – presos políticos, trabalhadores da construção civil de Minas Gerais!
- Companheiros Douglas Henrique, Luiz Felipe e Lucas Daniel: Presentes! Presentes, hoje e sempre!Convidamos todas e todos que lutam contra a repressão!
Apoio: Movimento Negro Unificado/MNU-MG
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Leiam a nota: 

PELA LIBERTAÇÃO IMEDIATA DE AMEBA E RODRIGO E DE TODOS OS PRESOS POLÍTICOS! 
PELO TRANCAMENTO DE TODAS AS AÇÕES PENAIS! CADÊ O AMARILDO?

A escalada da violência policial segue seu curso. A violentíssima repressão que se abateu sobre as jornadas de junho/julho foi reeditada contra as manifestações do dia 7 de setembro. Mais uma vez, foram empregados todos os instrumentos de violência à disposição da Polícia Militar. Houve centenas de prisões em todo o país. 

Em Belo Horizonte, a Polícia Militar, a mando do governador Anastasia (PSDB), utilizou todo o seu aparato – ROTAM, GATE, Tropa de Choque, blindados, caveirão, cães. O Corpo de Bombeiros atuou como força auxiliar. Milhares de policiais participaram da operação. Homens, mulheres, jovens e adolescentes foram espancados e torturados a céu aberto. Foram utilizadas balas de borracha, armas de choque, bombas. A Praça da Liberdade foi transformada em praça de guerra e se tornou a praça da repressão sob o comando da Coronel Cláudia, do Coronel Carvalho e do Coronel Alberto – além do Coronel Vladimir, do GATE e do Coronel Sacramento, da ROTAM

Tamanho aparato repressivo tem sido autorizado e reforçado pelo governo federal (PT, PCdoB e PMDB) da presidente Dilma Roussef (PT). Essa política de criminalização da juventude e dos manifestantes é a mesma que promoveu, na comunidade da Rocinha no Rio de Janeiro, o desaparecimento do pedreiro Amarildo pela Unidade de Polícia Pacificadora/UPP. O projeto do governo federal é transformar as UPPs em política de Estado.

Cinquenta e seis manifestantes foram detidos, 37 foram para o CERESP, onde 13 deles permaneceram presos até o dia 10/09/2013: a maioria é composta por negros. Três menores foram apreendidos. Dois companheiros continuam presos: Ameba (Enieverson Mendes Rodrigues) e Rodrigo Gonzaga Brandão. Ameba é marceneiro e compõe a banda punk Atack Epiléptico. Rodrigo é vendedor ambulante, negro e tem trajetória de rua – portanto, vítima de preconceito. Ambos tiveram as liminares dos pedidos de habeas corpus indeferidas até agora.

Os 13 companheiros que foram liberados saíram sob liberdade condicional. As medidas cautelares estabelecidas pela juíza Luiza de Andrade Rangel Pires são inaceitáveis: os companheiros são obrigados a comparecer mensalmente perante juízo; não podem participar de manifestações – nem mesmo pelas redes sociais; não podem sair da comarca. Tal sentença deixa evidente o caráter político das prisões.

A mesma juíza Luiza de Andrade Rangel Pires negou a liberdade condicional e decretou a prisão preventiva de Ameba e Rodrigo. Estes companheiros estão incomunicáveis no CERESP. Eles e aqueles que estão em liberdade condicional são acusados – também de maneira absolutamente inaceitável – de formação de quadrilha, desacato à autoridade, resistência à prisão e corrupção de menores. Estas denúncias constam dos autos de prisão em flagrante de responsabilidade do delegado Hugo e Silva. Este seguiu à risca instruções do governador Anastasia, que determinou punição exemplar aos manifestantes. 

Nos porões do CERESP, todos os manifestantes presos foram submetidos a maus tratos, humilhação e tortura - desta vez, os agentes penitenciários se somaram aos policiais. Os manifestantes foram obrigados a ficar de joelhos na brita – nus e algemados nas costas – por mais de uma hora, enquanto tinham os cabelos raspados ao som da música Sociedade Alternativa, cantada, de forma irônica e agressiva, pelos próprios agentes. Houve ainda detonação de bombas. Um companheiro desmaiou e, desacordado, levou chutes no abdômen, que havia sido atingido por bala de borracha na manifestação. O companheiro João Leonardo Martins teve os seus dreadlocks arrancados à faca, enquanto era chamado de preto e coisa imunda. Foi obrigado a ficar descalço o tempo todo que esteve preso. João Leonardo também estava ferido: além de ter sido atingido por bala de borracha, foi ferozmente espancado pelo Tenente Salgado.

A violência sofrida pelos companheiros configura crime de tortura que, reiteramos, é crime contra a humanidade – imprescritível, inanfiançável e inanistiável. Há um agravante odioso no caso de João Leonardo: trata-se também de crime de racismo. Os dreadlocks, usados há mais de dez anos pelo companheiro, constituem expressão de orgulho pela sua ancestralidade e pela sua tradição afro-brasileira. 

A escalada da repressão segue seu curso também no legislativo: tramita na Assembleia Legislativa de Minas Gerais projeto de lei, de autoria do deputado Sargento Rodriques (PDT) que, à semelhança do que já foi aprovado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, visa a restrição do uso de máscaras nas manifestações. As máscaras constituem, exatamente, a defesa dos manifestantes dos ataques da repressão.

Todo este quadro nos remete aos anos terríveis da ditadura militar (1964-1985). A criminalização dos movimentos populares e das lutas da classe operária, dos camponeses pobres e de todo o povo é a marca da mal chamada democracia no Brasil e tem provocado o aumento do número dos presos políticos no país. Em Minas, quatro operários foram presos e sofrem processos por lutarem por melhores condições de vida e trabalho. Luiz Bonfim, terceirizado da transnacional da mineração Anglo American (Conceição de Mato Dentro) ficou incomunicável por um mês – agora está em liberdade condicional. Billy Joe Araújo Rosa, Marcelo de Carvalho Vieira e Paulo Cesar Gomes Duarte, terceirizados da Vale S.A., são mantidos presos no presídio de Itabira-MG desde o dia 18 de março deste ano. O juiz Murilo Silvio de Abreu, da comarca de Itabira, tem negado todas as medidas judiciais para a libertação dos operários. O julgamento deles será no próximo dia 1.º de outubro. 

A única maneira de reverter esta escalada da repressão é a radicalização da luta pelo fim da PM e do aparato repressivo. Trata-se de luta política, que deve ser travada nas ruas: reiteramos que o Estado brasileiro, seu aparato repressivo e seus governos são inimigos da classe trabalhadora e do movimento popular - como tal, devem ser combatidos. A libertação dos presos políticos depende da nossa mobilização. Não esqueçamos tampouco nossos mortos das jornadas de junho/julho, em BH: Douglas Henrique de Oliveira SouzaLuiz Felipe Aniceto de Almeida e Lucas Daniel Alcântara Lima. 

Responsabilizamos diretamente os governos, a Polícia Militar, a Polícia Civil e o poder judiciário por esta situação de barbárie. As mortes e os crimes de tortura e de racismo não podem ficar impunes. Exigimos a libertação imediata dos presos políticos e o trancamento de todas as ações penais. Exigimos a punição dos responsáveis pela violência policial e institucional. Exigimos o fim da PM e do aparato repressivo.

ABAIXO A REPRESSÃO! PELA LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO E EXPRESSÃO!

- Libertação imediata para AMEBA e RODRIGO – presos políticos do 7 de setembro, em BH!

- Libertação imediata para LUIZ BONFIMBILLY JOE A. ROSAMARCELO DE CARVALHO e PAULO CESAR G. DUARTE – presos políticos, trabalhadores da construção civil de Minas Gerais!

- Pelo trancamento de todas as ações penais! 

- Companheiros Douglas HenriqueLuiz Felipe Lucas Daniel: Presentes! Presentes, hoje e sempre!

- Cadê o AMARILDO

- Pelo fim da criminalização dos pobres! Pelo fim da criminalização da luta dos estudantes! Pelo fim da criminalização da luta dos trabalhadores da cidade e do campo! Pelo fim da criminalização do movimento popular!

- Pelo fim das torturas e execuções! Pelo fim do genocídio dos jovens, negros, indígenas e pobres!

- Abaixo as UPPs e abaixo as invasões policiais e militares dos morros, universidades, ocupações e favelas!

- Pelo fim do aparato repressivo! Pelo fim imediato da Guarda Municipal! Pelo fim imediato da Polícia Militar e da Força Nacional de Segurança!

PELO DIREITO À MEMÓRIA, À VERDADE E À JUSTIÇA!

- Punição para os torturadores e assassinos de opositores durante a ditadura militar e para aqueles que cometem estes mesmos crimes contra a humanidade nos dias de hoje!

- Pela luta independente, realizada pela classe trabalhadora e pelo movimento popular, em relação ao Estado, aos governos, patrões e à institucionalidade!

Belo Horizonte, 18 de setembro de 2013.

FRENTE INDEPENDENTE PELA MEMÓRIA, VERDADE E JUSTIÇA – MG.


Assina conjuntamente a nota: João Martinho Filho, pai de João Leonardo Martins, jovem negro, estudante da UFMG e professor de História, que foi preso no CERESP/Gameleira, agora em liberdade condicional.


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NOVAS INFORMAÇÕES DE SEXTA-FEIRA, DIA 21/09/2013!!!

A partir da última sexta-feira, a situação se agravou ainda mais: o delegado HUGO E SILVA pediu a prisão preventiva de 11 dos 14 companheiros, manifestantes do 7 de setembro, que estão sob liberdade condicional.

Abaixo a repressão! Pelo trancamento de todas as ações penais!
Liberdade para AMEBARODRIGO e para todos os presos políticos!

Todas e todos ao ato de quarta-feira, dia 25/09/2013, às 17h, 
na Praça Sete - BH/MG!!!
FRENTE INDEPENDENTE PELA MEMÓRIA, VERDADE E JUSTIÇA-MG
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Acessem o cartaz de divulgação do ato no Blog da FIMVJ-MG:
http://frentemvj.blogspot.com.br/2013/09/2-ato-contra-repressao-e-pela.html
Acessem o Blog da FIMVJ-MG:
http://frentemvj.blogspot.com.br/
Acessem esta Nota no Blog:
http://frentemvj.blogspot.com.br/2013/09/pela-libertacao-imediata-de-ameba-e.htmlAcessem o evento criado pela  FIMVJ-MG no Facebook:
https://www.facebook.com/events/423093784462923/

Acessem a nota da FIMVJ-MG no blog do IHG:





quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Pela libertação imediata de Ameba e Rodrigo e de todos os presos políticos! Pelo trancamento de todas as ações penais! Cadê o Amarildo?

Pela libertação imediata de Ameba e Rodrigo e de todos os presos políticos!   
Pelo trancamento de todas as ações penais!  Cadê o Amarildo?               

       A escalada da violência policial segue seu curso. A violentíssima repressão que se abateu sobre as jornadas de junho/julho foi reeditada contra as manifestações do dia 7 de setembro.  Mais uma vez, foram empregados todos os instrumentos de violência à disposição da Polícia Militar.  Houve centenas de prisões em todo o país.
      Em Belo Horizonte, a Polícia Militar, a mando do governador Anastasia (PSDB), utilizou todo o seu aparato – ROTAM, GATE, Tropa de Choque, blindados, caveirão, cães. O Corpo de Bombeiros atuou como força auxiliar. Milhares de policiais participaram da operação. Homens, mulheres, jovens e adolescentes foram espancados e torturados a céu aberto. Foram utilizadas balas de borracha, armas de choque, bombas.  A Praça da Liberdade foi transformada em praça de guerra e se tornou a praça da repressão sob o comando da Coronel Cláudia, do Coronel Carvalho e do Coronel  Alberto – além do Coronel Vladimir, do GATE e do Coronel Sacramento, da ROTAM. 
     Tamanho aparato repressivo tem sido autorizado e reforçado pelo governo federal (PT, PCdoB e PMDB) da presidente Dilma Roussef (PT). Essa política de criminalização da juventude e dos manifestantes é a mesma que promoveu, na comunidade da Rocinha no Rio de Janeiro, o desaparecimento do pedreiro Amarildo pela Unidade de Polícia Pacificadora/UPP.  O projeto do governo federal é transformar as UPPs em política de Estado.
     Cinquenta e seis manifestantes foram detidos, 37 foram para o CERESP, onde 13 deles permaneceram presos até o dia 10/09/2013: a maioria é composta por negros.  Três menores foram apreendidos.  Dois companheiros continuam presos: Ameba (Enieverson Mendes Rodrigues) e Rodrigo Gonzaga Brandão.  Ameba é marceneiro e compõe a banda punk Atack Epiléptico.  Rodrigo é vendedor ambulante, negro e tem trajetória de rua – portanto, vítima de preconceito. Ambos tiveram as liminares dos pedidos de habeas corpus indeferidas até agora.
     Os 13 companheiros que foram liberados saíram sob liberdade condicional. As medidas cautelares estabelecidas pela juíza Luiza de Andrade Rangel Pires são inaceitáveis: os companheiros são obrigados a comparecer mensalmente perante juízo; não podem participar de manifestações – nem mesmo pelas redes sociais; não podem sair da comarca.  Tal sentença deixa evidente o caráter político das prisões.
    A mesma juíza Luiza de Andrade Rangel Pires negou a liberdade condicional e decretou a prisão preventiva de Ameba e Rodrigo. Estes companheiros estão incomunicáveis no CERESP.  Eles e aqueles que estão em liberdade condicional são acusados – também de maneira absolutamente inaceitável – de formação de quadrilha, desacato à autoridade, resistência à prisão e corrupção de menores.  Estas denúncias constam dos autos de prisão em flagrante de responsabilidade do delegado Hugo e Silva. Este seguiu à risca instruções do governador Anastasia, que determinou punição exemplar aos manifestantes.
      Nos porões do CERESP, todos os manifestantes presos foram submetidos a maus tratos, humilhação e tortura - desta vez, os agentes penitenciários se somaram aos policiais. Os manifestantes foram obrigados a ficar de joelhos na brita – nus e algemados nas costas – por mais de uma hora, enquanto tinham os cabelos raspados ao som da música Sociedade Alternativa, cantada, de forma irônica e agressiva, pelos próprios agentes. Houve ainda detonação de bombas. Um companheiro desmaiou e, desacordado, levou chutes no abdômen, que havia sido atingido por bala de borracha na manifestação. O companheiro João Leonardo Martins teve os seus dreadlocks arrancados à faca, enquanto era chamado de preto e coisa imunda. Foi obrigado a ficar descalço o tempo todo que esteve preso. João Leonardo também estava ferido: além de ter sido atingido por bala de borracha, foi ferozmente espancado pelo Tenente Salgado.
     A violência sofrida pelos companheiros configura crime de tortura que, reiteramos, é crime contra a humanidade – imprescritível, inanfiançável e inanistiável.  Há um agravante odioso no caso de João Leonardo: trata-se também de crime de racismo. Os dreadlocks, usados há mais de dez anos pelo companheiro, constituem expressão de orgulho pela sua ancestralidade e pela sua tradição afro-brasileira.     
     A escalada da repressão segue seu curso também no legislativo: tramita na Assembleia Legislativa de Minas Gerais projeto de lei, de autoria do deputado Sargento Rodriques (PDT) que, à semelhança do que já foi aprovado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, visa a restrição do uso de máscaras nas manifestações. As máscaras constituem, exatamente, a defesa dos manifestantes dos ataques da repressão.
     Todo este quadro nos remete aos anos terríveis da ditadura militar (1964-1985). A criminalização dos movimentos populares e das lutas da classe operária, dos camponeses pobres e de todo o povo é a marca da mal chamada democracia no Brasil e tem provocado o aumento do número dos presos políticos no país. Em Minas, quatro operários foram presos e sofrem processos por lutarem por melhores condições de vida e trabalho. Luiz Bonfim, terceirizado da transnacional da mineração Anglo American (Conceição de Mato Dentro) ficou incomunicável por um mês – agora está em liberdade condicional. Billy Joe Araújo Rosa, Marcelo de Carvalho Vieira e Paulo Cesar Gomes Duarte, terceirizados da Vale S.A., são mantidos presos no presídio de Itabira-MG desde o dia 18 de março deste ano. O juiz Murilo Silvio de Abreu, da comarca de Itabira, tem negado todas as medidas judiciais para a libertação dos operários. O julgamento deles será no próximo dia 1.º de outubro. 
     A única maneira de reverter esta escalada da repressão é a radicalização da luta pelo fim da PM e do aparato repressivo.  Trata-se de luta política, que deve ser travada nas ruas: reiteramos que o Estado brasileiro, seu aparato repressivo e seus governos são inimigos da classe trabalhadora e do movimento popular - como tal, devem ser combatidos. A libertação dos presos políticos depende da nossa mobilização.  Não esqueçamos tampouco nossos mortos das jornadas de junho/julho, em BH: Douglas Henrique de Oliveira Souza, Luiz Felipe Aniceto de Almeida e Lucas Daniel Alcântara Lima. 
     Responsabilizamos diretamente os governos, a Polícia Militar, a Polícia Civil e o poder judiciário por esta situação de barbárie.  As mortes e os crimes de tortura e de racismo não podem ficar impunes.  Exigimos a libertação imediata dos presos políticos e o trancamento de todas as ações penais.  Exigimos a punição dos responsáveis pela violência policial e institucional. Exigimos o fim da PM e do aparato repressivo.
ABAIXO A REPRESSÃO! PELA LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO E EXPRESSÃO!

- Libertação imediata para AMEBA e RODRIGO – presos políticos do 7 de setembro, em BH!

- Libertação imediata para LUIZ BONFIM, BILLY JOE A. ROSA, MARCELO DE CARVALHO e PAULO CESAR G. DUARTE – presos políticos, trabalhadores da construção civil de Minas Gerais!

- Pelo trancamento de todas as ações penais!

- Companheiros Douglas Henrique, Luiz Felipe e Lucas Daniel: Presentes! Presentes, hoje e sempre!

- Cadê o AMARILDO?

- Pelo fim da criminalização dos pobres! Pelo fim da criminalização da luta dos estudantes! Pelo fim da criminalização da luta dos trabalhadores da cidade e do campo!  Pelo fim da criminalização do movimento popular!

- Pelo fim das torturas e execuções! Pelo fim do genocídio dos jovens, negros, indígenas e pobres!

- Abaixo as UPPs e abaixo as invasões policiais e militares dos morros, universidades, ocupações e favelas!

- Pelo fim do aparato repressivo! Pelo fim imediato da Guarda Municipal! Pelo fim imediato da Polícia Militar e da Força Nacional de Segurança!

PELO DIREITO À MEMÓRIA, À VERDADE E À JUSTIÇA!

- Punição para os torturadores e assassinos de opositores durante a ditadura militar e para aqueles que cometem estes mesmos crimes contra a humanidade nos dias de hoje!

- Pela luta independente, realizada pela classe trabalhadora e pelo movimento popular, em relação ao Estado, aos governos, patrões e à institucionalidade!

Belo Horizonte, 18 de setembro de 2013.

FRENTE INDEPENDENTE PELA MEMÓRIA, VERDADE E JUSTIÇA – MG.

Assina conjuntamente a nota: João Martinho Filho, pai de João Leonardo Martins, jovem negro, estudante da UFMG e professor de História, que foi preso no CERESP/Gameleira, agora em liberdade condicional.

Abaixo: Ato contra a repressão e pela libertação dos presos políticos do 7 de setembro - manifestação convocada pela Frente Independente pela Memória, Verdade e Justiça - MG, no dia 13/098/2013, na Praça Sete - BH/MG. Fotos: IHG.






quarta-feira, 11 de setembro de 2013

NOTA E ATO CONVOCADO PELA FIMVJ - MG PARA O DIA 13/09/2013

Nota de repúdio à repressão e à violência do Estado contra a manifestação ocorrida no dia 7 de setembro, em Belo Horizonte

Mais uma vez, a repressão se abateu sobre uma manifestação legítima da população de Belo Horizonte. Nós, da Frente Independente pela Memória, Verdade e Justiça – MG, viemos a público para repudiar este ato de violência do Estado, que reprimiu, prendeu, espancou, torturou e jogou em suas prisões centenas de manifestantes por todo o Brasil. Foram mais de 30 presos em São Paulo, 39 em Brasília, 80 no Rio de Janeiro – o que compõe, junto com Belo Horizonte, mais de 300 manifestantes presos por todo o país neste 7 de setembro.

Em Belo Horizonte, foram 56 detidos e outros 37 presos no CERESP/Gameleira. A maioria deles é composta por jovens negros. Até esta terça-feira, 10/9/2013, quase todos foram soltos sob liberdade condicional.  A sentença que pesa sobre eles configura – além do caráter político da prisão - verdadeira prisão domiciliar: obrigatoriedade de comparecimento mensal perante o juízo; proibição de participação, pessoalmente ou através das redes sociais (?!), de qualquer manifestação popular; proibição de se ausentar da comarca!  Dois companheiros permanecem presos: Ameba (Enieverson Mendes Rodrigues) e Rodrigo Gonzaga Avelar.

Os dois companheiros que seguem presos estão incomunicáveis.  Eles e os demais que foram presos são acusados, de maneira absolutamente inaceitável, de formação de quadrilha, formação de milícias, desacato e incitação à violência. Outro agravante foi o corte dos cabelos de todos os presos.  Foram raspados os dreadlocks de um dos jovens, que é negro, em mais um ato de racismo e intolerância religiosa e cultural contra os afrobrasileiros. Todo este quadro remete ao período mais obscuro da ditadura militar.

 A única alegação possível sobre todos os presos é que se manifestavam contra a repressão, em legítimo ato que marchou da Praça Sete até a Praça da Liberdade. O ato foi, o tempo todo, acompanhado por milhares de policiais do GATE e da Tropa de Choque, que não portavam identificação. Na Praça da Liberdade, somaram ao aparato repressivo homens do Corpo de Bombeiros, da Rotam, os blindados e o caveirão da PM. Foi aí que, a mando do governador Anastasia, a polícia racista de Minas Gerais - comandada pela Coronel Claudia, pelo  Coronel Carvalho e pelo Coronel Alberto, além do Coronel Vladimir do GATE e do Coronel Sacramento da Rotam - desencadeou uma forte repressão. Houve dezenas de prisões, tortura e espancamentos a céu aberto, uso de arma de choque e balas de borracha e mais um toque de recolher.   Alguns manifestantes foram atacados pelos cães da PM. O protesto continuou em frente à delegacia da 3ª AISP, no centro da cidade, para onde foram encaminhados os detidos. Veio, então, mais uma forte ofensiva da polícia, que deixou um número ainda maior de feridos e de presos.

A suposta independência do Brasil, que é comemorada a 7 de setembro, e que havia sido defendida demagogicamente pela presidente Dilma Roussef  na noite anterior, não corresponde à realidade do país. É amplamente documentada a articulação dos mesmos militares - que desfilam todo ano nesta data - com a ditadura militar e com o imperialismo norte-americano para garantir a exploração e a opressão dos trabalhadores e do povo brasileiro. As técnicas de tortura e investigação destes militares foram aprendidas - e ensinadas aos seus comparsas chilenos, argentinos e uruguaios -  na famigerada Escola das Américas, centro de formação da polícia política de toda a América Latina que, à época da ditadura, se localizava no Panamá (hoje sua sede fica na Georgia-EUA). Essas práticas permanecem rotineiras na polícia brasileira. O Brasil, como já havíamos denunciado antes, é campeão mundial em violência policial, torturas, chacinas periódicas, concentração de riquezas e desigualdade social. O servilismo ao imperialismo mundial continua como marca dos governos brasileiros.

Não podemos definitivamente naturalizar a repressão – não podemos tolerar o intolerável. Não podemos deixar para trás nossos mortos e nossos presos. Lembremo-nos também de Douglas Henrique, Luis Filipe e Lucas Daniel que foram mortos pela repressão nas jornadas de junho. Consideramos que se trata de luta de classes, que só pode ser travada nas ruas, no espaço instituinte. O Estado Brasileiro, seus governos e seu aparato repressivo são nossos inimigos e não interlocutores depositários de reinvindicações pontuais – não há negociação com os inimigos da classe trabalhadora e do movimento popular. Exigimos a libertação imediata dos presos, a anulação dos inquéritos, a retirada de todos os processos, a punição dos responsáveis pela violência policial e pelas mortes e torturas. Exigimos o fim do aparato repressivo e a erradicação das torturas. Responsabilizamos diretamente a Polícia Militar e os governos municipal, estadual e federal por esta situação de barbárie.*                                                                                      

             ABAIXO A REPRESSÃO! 
PELA LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO E EXPRESSÃO!

LIBERTAÇÃO IMEDIATA DOS COMPANHEIROS AMEBA E RODRIGO GONZAGA AVELAR! 
ANULAÇÃO DE TODOS OS PROCESSOS E INQUÉRITOS!
RETIRADA DE TODOS OS MANDADOS DE PRISÃO!

Pelo fim da criminalização dos pobres! Pelo fim da criminalização da luta dos estudantes! Pelo fim da criminalização da luta dos trabalhadores da cidade e do campo!  Pelo fim da criminalização do movimento popular!

Pelo fim das torturas e execuções! Pelo fim do genocídio dos jovens, negros, indígenas e pobres!

Abaixo as UPPs e abaixo as invasões policiais e militares dos morros, universidades, ocupações e favelas!

Pelo fim do aparato repressivo! Pelo fim imediato da Guarda Municipal! Pelo fim imediato da Polícia Militar e da Força Nacional de Segurança!

PELO DIREITO À MEMÓRIA, À VERDADE E À JUSTIÇA!

Punição para os torturadores e assassinos de opositores durante a ditadura militar e para aqueles que cometem estes mesmos crimes contra a humanidade nos dias de hoje!

Pela luta independente, realizada pela classe trabalhadora e pelo movimento popular, em relação aos governos e à institucionalidade!

Belo Horizonte, 10 de setembro de 2013.

FRENTE INDEPENDENTE PELA MEMÓRIA, VERDADE E JUSTIÇA – MG

Assina conjuntamente a nota: João Martinho Filho, pai de João Leonardo Martins, jovem, negro, estudante da UFMG e professor de História, torturado e preso no CERESP/Gameleira até o dia 10/09/2013, agora em liberdade condicional.

*O último parágrafo foi extraído, em parte, de uma outra nota  (julho/ 2013) da FIMVJ-MG.

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A Frente Independente pela Memória, Verdade e Justiça -MG
convoca: 

ATO CONTRA A REPRESSÃO E PELA LIBERTAÇÃO

IMEDIATA DOS PRESOS POLÍTICOS DO 7 SETEMBRO


*SEXTA-FEIRA, DIA 13 DE SETEMBRO 
DE 2013, 

ÀS 17H


LOCAL: PRAÇA 7, CENTRO, BH/MG


Convidamos todas e todos 

que lutam contra a repressão!

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EVENTO: