"Estamos aqui pela Humanidade!" Comuna de Paris, 1871 - "Sejamos realistas, exijamos o impossível." Maio de 68

R. Hermilo Alves, 290, Santa Tereza, CEP: 31010-070 - Belo Horizonte/MG (Ônibus: 9103, 9210 - Metrô: Estação Sta. Efigênia). Contato: institutohelenagreco@gmail.com

Reuniões abertas aos sábados, às 16H - militância desde 2003.

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

DIA DAS CRIANÇAS SOLIDÁRIO OCUPAÇÃO HELENA GRECO | Festa das crianças e comemoração de 10 anos da Ocupação Helena Greco!

Vai ter cachorro quente, refri, pipoca, bolo, guloseimas, brinquedos...

- Terça-feira, dia 12/10/2021 - de 9:00 às 14H

- Local: Rua Osvaldo Demétrio - Zilah Spósito - BH (entrada da ocupação).

Use máscara, mantenha o distanciamento e leve seu álcool em gel.

PARA CONTRIBUIR OU FAZER DOAÇÕES:

*Ju (moradora e uma das coordenadoras da Ocupação) WhatsApp: (31) 9 8016 – 7423

*Chave pix: 130.386.967.57

*Instagram: @ocupacao_helena_greco

https://www.instagram.com/p/CU5O61UrKIr/

*Facebook: https://www.facebook.com/helenagrego.helenagrego

TODO APOIO E SOLIDARIEDADE À OCUPAÇÃO HELENA GRECO!

10 ANOS DE LUTA!

sexta-feira, 8 de outubro de 2021

DIA DAS CRIANÇAS SOLIDÁRIO OCUPAÇÃO HELENA GRECO

Doe brinquedos, guloseimas, refrigerante, pão de cachorro quente, salsicha, copos descartáveis, alimentos...

PARA CONTRIBUIR OU FAZER DOAÇÕES:

*Ju (moradora e coordenadora da Ocupação) WhatsApp: (31) 9 8016 – 7423

*Chave pix: 130.386.967.57

*Instagram: @ocupacao_helena_greco

https://www.instagram.com/ocupacao_helena_greco/

*Facebook: https://www.facebook.com/helenagrego.helenagrego

Todo apoio e solidariedade à Ocupação Helena Greco! 10 anos de luta!

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

★ ATO NACIONAL ★ #ForaBolsonaro - 02 de Outubro/2021

 ATO NACIONAL  #ForaBolsonaro

Sábado, dia 02 de outubro de 2021, às 15H30

– Concentração: Praça da Liberdade – Belo Horizonte/MG

- Venha de máscara (PFF2/N95);

- Se puder, utilize face shield;

- Leve seu álcool em gel 70º;

- Mantenha a distância de 2 metros dos demais manifestantes.

O Brasil ultrapassa 597.000 mortes de COVID-19 – número subnotificado. O governo Bolsonaro/Mourão ultrapassa mil dias de devastação da Saúde, da Educação, da Ciência, dos Serviços Públicos, do Meio Ambiente e dos Direitos Humanos. Mais de mil dias de aprofundamento da desigualdade social, da retirada de direitos - fome, miséria, inflação, desemprego e genocídio.

FORA BOLSONARO, MOURÃO E MILITARES!

ABAIXO O GOVERNO GENOCIDA DE MILICOS E MILÍCIAS!

FORA GOLPISTAS E PRIVATISTAS!

ABAIXO O FASCISMO E O NEOLIBERALISMO!

#InstitutoHelenaGreco de Direitos Humanos e Cidadania – BH/MG


domingo, 19 de setembro de 2021

19 DE SETEMBRO DE 2021: CENTENÁRIO PAULO FREIRE! VIVA A EDUCAÇÃO POPULAR LIBERTADORA!

Seria uma atitude ingênua esperar que

as classes dominantes desenvolvessem

uma forma de Educação que proporcionasse

às classes dominadas perceber

as injustiças sociais de maneira crítica.

 

Quando a Educação não é libertadora,

o sonho do oprimido é ser o opressor.

Paulo Freire

        Paulo Freire, além de gigante, é eterno. Patrono da Educação Brasileira é considerado um dos maiores educadores – na teoria e na prática. Natural de Recife/PE, Paulo Freire implementou seu método revolucionário de alfabetização em Pernambuco e no Rio Grande do Norte, de 1961 a 1963. É histórica a experiência de Angicos/RN, onde 300 cortadores de cana aprenderam a ler e a escrever em 45 dias.

       O Método Paulo Freire é o combate ao que ele chama de educação bancária. Para Paulo Freire, educadores e educandos são igualmente sujeitos aprendentes permanentes. Não são objetos transmissores (no caso dos educadores) ou receptores (no caso dos educandos) de um conhecimento instituído pela ideologia dominante. São, isto sim, sujeitos produtores de saberes cujo princípio é a transformação da realidade na perspectiva autoemancipatória. Para ele, a leitura do mundo precede a leitura da escrita – dialeticamente, uma não pode acontecer sem a outra. O Método Paulo Freire se construiu como instrumento de luta: é Anticapitalista, Anti-imperialista e Antirracista.

De 1964 a 1979, Paulo Freire foi submetido a 15 longos anos de exílio, pela ditadura militar (1964-1985). Em 1964, Paulo Freire foi compulsoriamente aposentado pela Universidade Federal de Pernambuco, onde lecionava História e Filosofia. Ficou preso durante 70 dias, depois expulso do país – tornou-se apátrida, a ditadura cassou até seu passaporte. Só voltou em agosto de 1979. Ele era considerado pelo sistema um dos oito maiores inimigos internos, absolutamente indesejáveis pelo regime. Foi classificado de inimigo da nação, perigoso subversivo e ignorante absoluto (sic). Tal como faz agora o governo genocida de Bolsonaro/Mourão, suas milícias e seus generais, todos entusiastas da ditadura militar.

A excelência da pedagogia crítica do Método Paulo Freire foi comprovada empiricamente em todo o mundo. Sobretudo em países da África nos anos 1970, em pleno processo de luta de libertação contra o colonialismo/imperialismo europeu: Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe. Ao repertório revolucionário freiriano foram acrescentados o aporte decolonial de Frantz Fanon e Amilcar Cabral.

Paulo Freire sempre se colocou como militante de uma práxis pedagógica que hoje, mais do que nunca, permanece atual, necessária e presente!

COMPANHEIRO PAULO FREIRE (1921 - 1997):

PRESENTE, HOJE E SEMPRE!

Belo Horizonte, 19 de setembro de 2021

Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania - BH/MG

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

PRESIDENTE DA RÁDIO AUTÊNTICA FAVELA FM INTERROMPE E CENSURA ENTREVISTA SOBRE OS 27 ANOS DO PROJETO HORIZONTE/UFMG

Nós, do Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania, em apoio, reproduzimos na integra a publicação dos Projetos Horizonte e PrEP 15-19 Minas, da UFMG, com a carta do Professor Dirceu Greco:

Anunciamos a interrupção definitiva de nossa parceria com a Rádio Autêntica Favela, em virtude de um episódio de censura sofrido pelo nosso coordenador Prof. Dirceu Greco. Não toleraremos atitudes homofóbicas, reacionárias ou tentativas de silenciamento. Sentimos muito pela audiência que necessita de informação e apoio nos temas por nós tratados.

A seguir, a carta de repúdio e indignação à presidência da Radio Autêntica Favela, assinada pelo Professor Dirceu:

Carta de repúdio e indignação à presidência da Rádio Autêntica Favela

O fato: no dia 14 de setembro de 2021 participei de uma entrevista com o Ronie na programação da Rádio Autêntica Favela. Nesta abordaríamos, baseados em dois projetos coordenados pela UFMG (PrEP 15-19 e Projeto Horizonte), a prevenção às infecções sexualmente transmissíveis, o direito à diversidade e outros temas relacionados à sexualidade e aos Direitos Humanos. Este importante espaço foi aberto pela emissora para que o ocupássemos às 3as. feiras e esta foi a quinta vez que lá estivemos.

A pauta proposta, aprovada pela emissora, utilizava como mote a comemoração do 27º aniversário do Projeto Horizonte (PH). Incluía a importância do PH na defesa dos Direitos Humanos e da diversidade, tendo como foco principal a população LGBTQIA+, tão agredida em seus direitos e sujeita à violência, preconceito e discriminação.

A entrevista começou muito bem, com ótima interação com o repórter Ronie. Em torno do 7º minuto, entretanto, ele me comunicou, ao vivo, que o Presidente da emissora, Misael, queria falar comigo fora do ar.

Misael começou perguntando se eu era da UFMG e se a Universidade tratava de diversos assuntos – pergunta retórica que respondi sim, com tranquilidade. Em seguida, disse que por isso o tema da entrevista não poderia ser exclusivo para os LGBTIA+, pois a audiência da emissora tem diversos outros interesses. Ponderei que isso é claro e sabido, mas a atividade proposta e acordada previamente era para aquela população.

Ele complementou grosseiramente que, sendo assim, não havia sentido a entrevista. Sugeri então que voltássemos ao ar, ele fizesse esta explicação e encerrasse a entrevista. Ao invés disso, ele apenas desligou o telefone.

Com este fato, esta carta é para repudiar com indignação esta atitude de censura que, além de desrespeitosa comigo e com a equipe dos projetos, a reputo descabida, intolerável, homofóbica, grosseira, reacionária. Demonstra um posicionamento não comunitário de uma Rádio que, desde sua gênese, tem como papel precípuo a defesa e valorização de populações vulneráveis e marginalizadas.

Importante recuperar a trajetória da Rádio Favela e seu papel fundamental no histórico movimento de socialização dos meios de comunicação, concentrados neste país nas mãos de meia dúzia de famílias. A Rádio Favela começou a operar em 1981, sem licença legal, em plena ditadura militar. Iniciativa autônoma dos moradores da Vila Nossa Senhora de Fátima, no Aglomerado da Serra, foi muitas vezes alvo da repressão com invasões policiais e prisões dos seus membros. A emissora que começou como rádio pirata, completamente independente, tornou-se combativa rádio comunitária, tendo sido legalizada em 1996. Assim, atitudes como esta de seu presidente afrontam totalmente os princípios construídos pela Rádio Favela desde a sua origem.

Lamentavelmente, esse comportamento intempestivo e antidemocrático interrompe a parceria dos projetos PrEP 15 19 e Horizonte com a Rádio Autêntica Favela, que tinha tudo para ser um sucesso, principalmente pelo alcance da emissora e características do seu público, que necessita de informação e apoio nos temas por nós tratados.

Esta carta está copiada para todas e todos os contatos na emissora que nos ajudaram nos programas anteriores, para os parceiros nas redes sociais e na comunidade, incluindo movimentos sociais e coletivos, tais como o Centro de Referência LGBTQIA+ de Belo Horizonte, Cellos MG, Comissão Municipal de AIDS, Articulação Nacional de Luta contra a Aids (Anaids), Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania - BH/MG, Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA) e a Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais.

Belo Horizonte, 16 de setembro de 2021

Dirceu Greco Coordenador dos Projetos Horizonte e PrEP 15 19 – UFMG                                  Professor Emérito da Faculdade de Medicina, UFMG

- ACESSE:

 https://www.facebook.com/projetohorizonte.ufmg

@projetohorizonte_ufmg

https://www.facebook.com/prep1519minas

@nodeumatch

terça-feira, 7 de setembro de 2021

#7SForaBolsonaro | 27º Grito dos Excluídos e Excluídas

        Realizada, em Belo Horizonte, no dia 07 de Setembro/2021, manifestação contra o governo genocida, militar e miliciano de Bolsonaro/Mourão. Além disto, contra as privatizações, pela defesa do serviço público, por renda, emprego, auxílio digno e vacina.
      A concentração do ato foi na Praça Afonso Arinos, seguiu em passeata pela Rua dos Guajajaras, Avenida Afonso Pena, Praça Sete e encerrou na Praça da Estação.
★FORA BOLSONARO, MOURÃO E MILITARES! ABAIXO O GOVERNO GENOCIDA DE MILICOS E MILÍCIAS!
★FORA GOLPISTAS E PRIVATISTAS!
★ABAIXO O FASCISMO, O CONSERVADORISMO E O NEOLIBERALISMO!
Belo Horizonte, 07 de Setembro de 2021
Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania - BH/MG









segunda-feira, 6 de setembro de 2021

★ ATO NACIONAL #7S ★

#ForaBolsonaro | Grito dos Excluídos

Terça-feira, dia 07/09/2021, às 10H

– Concentração: Praça Afonso Arinos – Belo Horizonte/MG

- Venha de máscara (PFF2/N95 ou duas máscaras);

- Se puder, utilize face shield;

- Leve seu álcool em gel;

- Mantenha a distância de 2 metros dos demais manifestantes.

FORA BOLSONARO, MOURÃO E MILITARES!

ABAIXO O GOVERNO GENOCIDA DE MILICOS E MILÍCIAS!

FORA GOLPISTAS E PRIVATISTAS!

ABAIXO O FASCISMO, O CONSERVADORISMO E O NEOLIBERALISMO!

#VacinaNoBraçoComidaNoPrato

#DigaNãoÀPrivatização

#DigaNãoÀReformaAdministrativa

#CancelaPEC32

#EmDefesaDoServiçoPúblico

#MarcoTemporalNão

#PL490Não

#ForaZema

#7SForaBolsonaro

#InstitutoHelenaGreco de Direitos Humanos e Cidadania – BH/MG

sábado, 4 de setembro de 2021

MOBILIZAÇÃO NACIONAL DOS POVOS INDÍGENAS CONTRA O MARCO TEMPORAL

Com a continuidade do julgamento do marco temporal pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira, dia 02/09, diversos Povos Indígenas em todo país se mobilizaram em denúncia a essa tese espúria. No Sul da Bahia, os Pataxó fecharam a BR-101, nas proximidades do Monte Pascoal, e a BR-367, nas proximidades da Aldeia Pataxó Coroa Vermelha.

Nessa última semana, no dia 31/08, os Pataxó do território da Ponta Grande sofreram uma ação truculenta por parte das polícias federal e militar, de destruição de barracas de praia e casas. Ação essa empreendida pelo prefeito bolsonarista de Porto Seguro/BA Jânio Natal que, aproveitando um ofício do Ministério Publico Federal que autorizava a identificação dos responsáveis pelas construções, direcionou as forças repressivas para a destruição das barracas e casas. Ação totalmente ilegal já que o oficio autorizava identificação, não destruição das construções. A luta contra essa violência somou-se àquela já articulada contra o marco temporal.

Concomitante com essas mobilizações, diversos povos mantêm de pé, desde o dia 22/08, o Acampamento Luta pela Vida que repudia o chamado marco temporal. Este é sinônimo de tentativa de esbulho definitivo das terras ancestrais dos Povos Indígenas. Trata-se de uma das maiores mobilizações dos Povos Indígenas dos últimos tempos, sistematicamente ocultada pelas mídias burguesas.

A tramitação da tese do marco temporal no STF, junto com o PL 490 na Câmara Federal, sob a égide do governo fascista e anti-indígena de Bolsonaro/Mourão, constrói um dos piores cenários para os Povos Indígenas desde a ditadura militar.

Contra essa tese falaciosa do marco temporal o Acampamento Luta pela Vida resiste, sob feroz clima de repressão. São recorrentes os adiamentos da votação pelo STF, a data foi novamente protelada para o próximo dia 08/09. Esses adiamentos da votação tentam vencer pelo cansaço a mobilização.

Os Povos Indígenas perseveram na luta: eles têm o acúmulo de 521 longos anos de resistência à opressão.

Pela demarcação de todas as terras indígenas!

#MarcoTemporalNão

#PL490Não

Todo apoio à #MobilizaçãoNacionalIndígena e ao Acampamento #LutaPelaVida

Todo apoio à #MarchaDasMulheresIndígenas

Belo Horizonte, 04 de setembro de 2021

Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania – BH/MG

sábado, 28 de agosto de 2021

42 ANOS DA LEI DE ANISTIA PARCIAL E RESTRITA: POR UMA ANISTIA AMPLA, GERAL E IRRESTRITA!

      A lei 6683, de 28 de agosto de 1979, faz hoje 42 anos. Ela traz no seu bojo a Doutrina de Segurança Nacional, arcabouço ideológico da ditadura militar (1964-1985), aquela que preconiza a eliminação sistemática dos inimigos internos. Nela estão contidas a estratégia do esquecimento, a mentira organizada, o negacionismo, a institucionalização da tortura e dos desaparecimentos forçados.

Tudo isto sobreviveu aos 21 anos de ditadura sangrenta e aos 33 anos de transição política sem ruptura, forjada nas entranhas do sistema (1985-2018). Consolidou-se a interpretação equivocada e escabrosa de que se trata da lei de autoanistia. Esta foi positivada pelo Supremo Tribunal Federal, em 2010, com o indeferimento da ADPF 153. Determinou-se, então, a inimputabilidade automática de todos os agentes do Estado que perpetraram crimes de lesa humanidade. Lembremos que estes crimes são inanistiáveis, imprescritíveis e inafiançáveis. 

Todas estas iniquidades têm sido levadas às máximas consequências nestes quase três anos de governo fascista Bolsonaro/Mourão, que as adotou como politica de Estado. Trata-se de um governo dos militares, tanto quanto a ditadura o fora. Trata-se também de um governo das milícias. São mais de seis mil componentes das forças armadas a ocupar cargos de primeiro escalão e postos estratégicos em todas as instâncias do executivo. Todos eles entusiastas da ditadura militar, defensores explícitos da tortura e adeptos do mais canhestro negacionismo. Neste mês de agosto cem deles foram nomeados marechais, inclusive o finado arquitorturador cel. Brilhante Ustra, principal paradigma do projeto de poder em vigor.

A Anistia Ampla, Geral e Irrestrita pela qual lutavam o Movimento Feminino pela Anistia (MFPA), a partir de 1975, e os Comitês Brasileiros pela Anistia (CBAs), a partir de 1977, combatia radicalmente o projeto da ditadura de anistia parcial e recíproca. Os trechos a seguir foram extraídos das Resoluções da Carta do I Congresso Nacional pela Anistia, realizado em São Paulo, em novembro de 1978[i]:  

“A anistia pela qual lutamos deve ser Ampla – para todas as manifestações de oposição ao regime; Geral – para todas as vítimas da repressão; e Irrestrita – sem discriminações ou restrições. Não aceitamos a anistia parcial e repudiamos a anistia recíproca. Exigimos o fim radical e absoluto das torturas e dos aparatos repressores, e a responsabilização judicial dos agentes da repressão e do regime a que eles servem.” (Congresso Nacional pela Anistia Resoluções. São Paulo, novembro 1978, p.5).

“Os movimentos pela anistia entendem claramente que não se trata de reformar o poder judiciário, a legislação eleitoral, a LSN. Impõe-se a supressão do aparato repressivo, a desativação dos centros de tortura, oficiais, clandestinos ou militares. Impõe-se a responsabilização dos que, investidos da autoridade conferida pelo poder de polícia, têm praticado torturas e assassinatos; impõe-se acabar com a impunidade dos órgãos paramilitares.” (Congresso Nacional pela Anistia Resoluções. São Paulo, novembro 1978, p.8).

São evidentes e impressionantes a atualidade, a pertinência e a radicalidade deste documento de 1978. Nestas mais de quatro décadas que se passaram, não foi possível sequer equacionar a questão dos mortos e desaparecidos políticos, ter acesso irrestrito aos arquivos da repressão e nem mesmo nomear as/os milhares de indígenas e trabalhadoras/es sem terra trucidadas/os pela política genocida da ditadura e de seus aliados - o latifúndio/agronegócio, as grandes mineradoras, madeireiras  e empreiteiras. São as mesmas forças que hoje estão no poder sedimentando as mesmíssimas práticas de esbulho e extermínio.

Assim, todos os princípios formulados pela luta pela Anistia Ampla, Geral e Irrestrita continuam valendo e compõem a nossa luta permanente contra o aparato repressivo e pelo direito à História, à Memória, à Verdade e à Justiça.

DITADURA NUNCA MAIS!

TORTURA NUNCA MAIS!

NOSSO TRIBUTO A TODAS/OS QUE TOMBARAM NA LUTA CONTRA A DITADURA!

ABAIXO O GOVERNO GENOCIDA DE BOLSONARO, MOURÃO E MILITARES!

Belo Horizonte, 28 de agosto de 2021

Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania – BH/MG


[i] CONGRESSO NACIONAL PELA ANISTIA. Resoluções Proposições políticas gerais. São Paulo, nov. 1978, mimeo, p.8

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

TRIBUTO AO COMPANHEIRO MANOEL DA CONCEIÇÃO (24 DE JULHO DE 1935 - 18 DE AGOSTO DE 2021)

        Foi com imensa consternação que recebemos a noticia do falecimento do companheiro Manoel da Conceição em Imperatriz/Maranhão, aos 86 anos, na última quarta-feira, 18 de agosto. Manoel da Conceição é uma das grandes referências da luta contra o latifúndio e do combate à ditadura militar (1964-1985).

        No início da década de 1960 participou do Movimento de Educação de Base (MEB), de Paulo Freire. Foi alfabetizado neste movimento e ajudou a organizar dezenas de escolas de alfabetização na região de Pindaré-Mirim/MA. Em 1963 foi um dos fundadores do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Maranhão, do qual foi o primeiro presidente, sindicato que chegou a ter mais de quatro mil filiados.

        Em 1964, logo depois do golpe, os militares invadiram o sindicato e prenderam mais de 200 trabalhadores. Em 1968, a polícia abriu fogo contra uma das subsedes do sindicato, em Anajá. Manoel da Conceição foi baleado na perna direita. Na prisão não recebeu tratamento e teve a perna amputada. O governador do Maranhão à época era José Sarney (ARENA).

 Manoel da Conceição foi militante da Ação Popular, viajou o Brasil e o mundo. Na China socialista (1969) conheceu a guerra popular de base camponesa, que se tornou uma de suas referências. Ao retornar a Pindaré-Mirim, em 1970, centenas de camponeses foram presos na região. Manoel da Conceição foi sequestrado e preso em janeiro de 1972 pelo DOPS do Maranhão, depois transferido para a Polícia do Exército do Rio de Janeiro, em seguida para o Centro de Informações da Marinha (CENIMAR). Foram sete meses de torturas intensivas inclusive nos órgão genitais, as quais deixaram lesões físicas permanentes. Só foi apresentado à Auditoria Militar em setembro de 1972; condenado, cumpriu três anos de prisão.

Em outubro de 1975 foi novamente sequestrado, preso e barbaramente torturado pelo famigerado DEOPS paulista. Ampla campanha nacional e internacional com a participação de D. Paulo Evaristo Arns, do reverendo Jaime Wright, de movimentos pelos Direitos Humanos e da Anistia Internacional garantiram a sua libertação e seu exílio em Genebra/Suíça. Lá ele se tornou uma das principais vozes de denúncia contra ditadura militar brasileira militando na luta pela Anistia Ampla, Geral e Irrestrita. Participou ativamente da Conferência Internacional pela Anistia e Liberdades Democráticas no Brasil (Roma, Itália, 28 a 30 de junho de 1979).

Voltou ao Brasil em 1979, logo depois da lei de anistia parcial e continuou na luta contra a ditadura e se organizando pela classe trabalhadora - teve importante papel na construção das oposições sindicais.  A partir da década de 1990, seguiu firme na sua luta permanente contra o latifúndio/agronegócio ao participar da construção de várias entidades e organismos como: o Centro Nacional de Apoio às Populações Tradicionais (CNPT); a Reserva Extrativista do Ciriaco; a Rede Frutos do Cerrado em vários municípios do Maranhão; cooperativas de pequenos produtores rurais no sul do Maranhão; a União Nacional de Cooperativas da Agricultura Familiar de Economia Solidária (Unicafes); a Central de Cooperativas do Maranhão.

        O companheiro Manoel da Conceição dedicou sua vida à luta contra a exploração e opressão: é, com certeza, um dos imprescindíveis, no sentido brechtiano. Nosso forte abraço de solidariedade aos seus familiares e companheiras/os. Ele estará sempre presente nas nossas lutas!

COMPANHEIRO MANOEL DA CONCEIÇÃO: 

PRESENTE, HOJE E SEMPRE!

Belo Horizonte, 23 de agosto de 2021

Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania – BH/MG