Há mais de duas semanas os Povos Indígenas organizam bravas manifestações
contra o PL 490. Manifestações que foram duramente reprimidas na última
terça-feira, dia 15/06, em Brasília. Elas se levantam contra a tentativa de ressuscitar
o dito marco temporal. Este busca anular
a dívida histórica aos povos originários desde o período colonial. A tese
espúria delimita as demarcações ao ano da constituição de 1988, reforçando e tentando
legitimar o histórico processo de esbulho das terras indígenas, o genocídio e o
epistemicídio contra os povos originários. Muitas terras ancestrais, não
ocupadas no dito marco temporal de
1988, são e sempre foram historicamente dos Povos Indígenas. Tendo sido expulsos
delas, eles têm realizado grandes lutas para sua retomada. O PL 490 é a mais
feroz ofensiva contra os direitos dos povos originários desde o fim da ditadura
militar. Ele entrega as terras ancestrais dos Povos Indígenas para o
latifúndio/agronegócio, para as grandes corporações de mineração e de
madeireiros.
As ofensivas contra os territórios indígenas e as áreas de proteção ambiental
têm sido eixo central do governo genocida Bolsonaro/Mourão, responsável pela
atual situação de guerra generalizada contra os Povos Indígenas. O ex-ministro
do meio-ambiente Ricardo Salles garantiu a tramitação do PL 490 no congresso - por
coincidência, caiu neste mesmo dia. Foi ele o responsável por conduzir o mais amplo
processo de desregramento, desregulação e aniquilamento das leis ambientais
imposto pelo latifúndio, a mineração e a exploração madeireira. O Povo Yanomami
e o Povo Mundurucu têm suas terras invadidas pelo garimpo da forma mais ofensiva
em plena pandemia de COVID-19. Estas invasões caracterizam o cenário aterrorizante de usurpação das terras
indígenas pelo governo Bolsonaro/Mourão.
No sul da Bahia, o Povo Pataxó tem se empenhado em uma grande campanha
de luta e mobilizações, repudiando a lei da produção plurissecular da amnésia
histórica. Os Pataxó constituem um dos povos que seriam os mais gravemente
afetados pelo PL 490. Grande parte das terras Pataxó é fruto de longo processo
de lutas de retomada pós década de 1990. Esses territórios Pataxó são alvos de
constantes ataques e represálias pelas elites hoteleiras locais, que tentam usurpá-los
para a implantação de megacomplexos de hotéis de luxo.
A votação na Câmara Federal segue nesta terça-feira, dia 29/06.
Trata-se de um dos congressos mais conservadores e reacionários desde o fim da
ditadura militar, sob o comando de Arthur Lira (PP). Este, que é base de
Bolsonaro, facilitará ao máximo a tramitação deste aterrador projeto de lei. O
dia será marcado por intensa mobilização em repúdio por parte dos movimentos
indígenas e outros movimentos sociais.
Nós, da luta pelos Direitos Humanos e Cidadania, repudiamos veementemente
os ataques aos direitos dos povos originários e as tentativas de esbulho dos
seus territórios ancestrais.
FORA BOLSONARO E MOURÃO!
PELA DEMARCAÇÃO
DE TODAS AS TERRAS INDÍGENAS!
ABAIXO O PL 490!
VIVA A LUTA DOS
POVOS INDÍGENAS!
Belo Horizonte,
29 de junho de 2021
Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania – BH/MG
Abaixo O PÓ 490 VAMOS NOS UNIR VAMOS LUTAR. GIVERNO DE GENOCIDAS ORDINARIOS . TODOS CHEIOS DE PRICESSOS. FORA VINDO FORA.
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